quinta-feira, 18 de setembro de 2008

SEREIS CONHECIDOS PELOS FRUTOS (Mt. 7.20)



Não é mais novidade para ninguém que o movimento pentecostal não para de crescer. Estamos diante de uma revolução sócio-religiosa que não é mais exclusividade entre os evangélicos, pois o movimento RCC também figura nas principais estatísticas. E segundo os sociólogos da religião, os fatores que determinam o crescimento são variados. Persuasivo proselitismo dos protestantes pentecostais, instabilidade do mundo moderno, insegurança, condições sociais inadequadas, motivos filantrópicos, desejo de fazer parte de algum grupo, e assim por diante. Para se ter uma idéia, um em cada quatro morador do Rio de Janeiro se declara evangélico, e a grande maioria destes 20% pertencem a denominações pentecostais. Chama atenção o fato da cidade maravilhosa, a mais evangélica da nação, ser também a mais violenta segunda uma recente pesquisa do IBGE.

A verdade é que estamos crescendo, mas não estamos influenciando. Levam multidões aos templos com promessas tentadoras, de dar inveja ao setor de marketing das Casas Bahia. Prometem mundos e fundos. Curas milagrosas, prosperidade financeira, libertação do demônio, estão oferecendo até proteção contra dengue. Prometem o céu na terra e vaga no céu mediante uma boa oferta. E para os mais espirituais, os dons estão a disposição também.
Os dons espirituais são importantes para a igreja, todavia, a igreja de Jesus, precisar ser conhecida pelos frutos e não pelos dons. De que vale falar todas as línguas, se não tenho amor? Os dons são tão mal compreendidos e os frutos tão timidamente incentivados, que muitos reconhecem um "servo de Deus" como aquele que ora em línguas estranhas, profetisa, roda, cai na unção, sapateia no fogo e assim por diante. Mas Jesus alertou em Mateu 7.22-23:
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

A igreja nacional está cheia de dons, exatamente como aquela figueira cheia de folhas mas sem frutos, que foi amaldiçoada por Jesus (Mt.21.19). É só aparência. Somos como a igreja primitiva de Corinto, a igreja que mais fluía nos dons, mas curiosamente, a mais problemática e escandalosa. Muitos ainda tem coragem de dizer que estamos passando por um período de avivamento como nunca antes jamais visto. De fato, estamos crescendo numericamente, nossos templos cada vez maiores, mas e a qualidade onde fica? Não, mas esta caindo pó de ouro do céu. Que maravilha! Antes deveríamos ficar maravilhados com um carácter que foi transformado, com sociedades transformadas.

Daniel Grubba

terça-feira, 2 de setembro de 2008