sábado, 31 de outubro de 2009

Reforma Protestante. 31 de outubro de 1517

Vida e Obra de Martinho Lutero - Biografia.






Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, Alemanha. Foi criado em Mansfeld. Na sua fase estudantil, foi enviado às escolas de latim de Magdeburg(1497) e Eisenach(1498-1501). Ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em artes (1502) e de mestre em artes (1505).


Seu pai, um aldeão bem sucedido pertencente a classe média, queria que fosse advogado. Tendo iniciado seus estudos, abruptamente, os interrompeu entrando no claustro dos eremitas agostinianos em Erfurt. É um fato estranho na sua vida, segundo seus biógrafos. Alguns historiadores dizem que este fato aconteceu devido a um susto que teve quando caminhava de Mansfeld para Erfurt. Em meio a uma tempestade, quase foi atingido por um raio. Foi derrubado por terra e em seu pavor, gritava "Ajuda-me Santa Ana! Eu serei um monge!". Foi consagrado padre em 1507.



Entre 1508 e 1512, fez preleções de filosofia na Universidade de Wurtenberg, onde também ensinou as Escrituras, especializando-se nas Sentenças de Pedro Lombardo. Em 1512 formou-se Doutor em Teologia.



Fazia conferências sobre Bíblia, especializando-se em Romanos, Gálatas e Hebreus. Foi durante este período que a teologia paulina o influenciou, percebendo os erros que a Igreja Romana ensinava, à luz dos documentos fundamentais do cristianismo primitivo.



Lutero era homem de envergadura intelectual e habilidades pessoais. Em 1515, foi nomeado vigário, responsável por onze mosteiros. Viu-se envolvido em controvérsias com respeito a venda de indulgências.



Suas Lutas Pessoais.



Lutero estava galgando os escalões da Igreja Romana e estava muito envolvido em seus aspectos intelectuais e funcionais. Por outro lado, também estava envolvido em questões pessoais quanto à salvação pessoal. Sua vida monástica e intelectual não forneciam resposta aos seus anseios interiores, às suas aflitivas indagações.



Seus estudos paulinos deixaram-no mais agitado e inseguro, particularmente diante da afirmação "o justo viverá pela fé", Romanos 1:17. Percebia ele que a Lei e o cumprimento das normas monásticas, serviam tão-somente para condenar e humilhar o homem, e que nesta direção não se pode esperar qualquer ajuda no tocante à salvação da alma.



Martinho Lutero, estava trabalhando em "repensar o evangelho". Sendo monge agostiniano, fortemente influenciado pela teologia desta ordem monástica, paulina quanto aos seus pontos de vista, Lutero estava chegando a uma nova fé, que enfatizava a graça de Deus e a justificação pela fé.



Esta nova fé tornou-se o ponto fundamental de sua preleções. No seu desenvolvimento começou a criticar o domínio da filosofia tomista sobre a teologia romana. Ele estudava os escritos de Agostinho, Anselmo e Bernardo de Claraval, descobrindo nestes, a fé que começava a proclamar. Staupitz, orientou-o para que estudasse os místicos, em cujos escritos se consolou.



Em 1516, publicou o devocionário de um místico desconhecido, "Theologia Deutsch". Tornou-se pároco da igreja de Wittenberg, e tornou-se um pregador popular, proclamando a sua nova fé. Opunha-se a venda de indulgências comandada por João Tetzel.



As Noventa e Cinco Teses.









Inspirado por vários motivos, particularmente a venda de indulgências, na noite antes do Dia de Todos os Santos, a 31 de outubro de 1517, Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, sua teses acadêmicas, intituladas "Sobre o Poder das Indulgências". Seu argumento era de que as indulgências só faziam sentido como livramento das penas temporais impostas pelos padres aos fiéis. Mas Lutero opunha-se à idéia de que a compra das indulgências ou a obtenção das mesmas, de qualquer outra maneira, fosse capaz de impedir Deus de aplicar as punições temporais. Também dizia que elas nada têm a ver como os castigos do purgatório. Lutero afirmava que as penitências devem ser praticadas diariamente pelos cristãos, durante toda a vida, e não algo a ser posto em prática apenas ocasionalmente, por determinação sacerdotal.


João Eck, denunciou Lutero em Roma, e muito contribuiu para que o mesmo fosse condenado e excluído do Igreja Romana. Silvester Mazzolini, padre confessor do papa, concordou com o parecer condenatório de Eck, dando apoio a este contra o monge agostiniano.



Em 1518. Lutero escreveu "Resolutiones", defendendo seus pontos de vista contra as indulgências, dirigindo a obra diretamente ao papa. Entretanto, o livro não alterou o ponto de vista papal a respeito de Lutero. Muitas pessoas influentes se declararam favoráveis a Martinho Lutero, tornando-se este então polemista popular e bem sucedido. Num debate teológico em Heidelberg, em 26 de abril de 1518, foi bem sucedido ao defender suas idéias.



Reação Papal.



A 7 de agosto de 1518, Lutero foi convocado a Roma, onde seria julgado como herege. Mas apelou para o príncipe Frederico, o Sábio, e seu julgamento foi realizado em território alemão em 12/14 de outubro de 1518, perante o Cardeal Cajetano, em Augsburg. Recusou-se a retratar-se de suas idéias, tendo rejeitado a autoridade papal, abandonando a Igreja Romana, o que ficou confirmado num debate em Leipzig com João Eck, entre 4 e 8 de julho de 1519.





A partir de então Lutero declara que a Igreja Romana necessita de Reforma, publica vários escritos, dentre os quais se destaca "Carta Aberta à Nobreza Cristã da Nação Alemã Sobre a Reforma do Estado Cristão". Procurou o apoio de autoridades civis e começou a ensinar o sacerdócio universal dos crentes, Cristo como único Mediador entre Deus e os homens, e a autoridade exclusiva das Escrituras, em oposição à autoridade de papas e concílios. Em sua obra "Sobre o Cativeiro Babilônico da Igreja", ele atacou o sacramentalismo da Igreja. Dizia que pelas Escrituras só podem ser distinguidos dois sacramentos o batismo e a Ceia do Senhor. Opunha-se à alegada repetida morte sacrificial de Cristo, por ocasião da missa. Em outro livro, "Sobre a Liberdade Cristã", ele apresentou um estudo sobre a ética cristã baseada no amor.



Lutero obteve grande popularidade entre o povo, e também considerável influência no clero.



Em 15 de julho de 1520, a Igreja Romana expediu a bula Exsurge Domine, que ameaçava Lutero de ser excomungado, a menos que se retratasse publicamente. Lutero queimou a bula em praça pública. Carlos V, Imperador do Santo Império Romano, mandou queimar os livros de Lutero em praça pública.



Lutero compareceu a Dieta de Worms, de 17 a 19 de abril de 1521. Recusou-se a retratação, dizendo que a sua consciência estava presa à Palavra de Deus, pelo que a retratação não seria seguro nem correto. Dizem os historiadores que concluiu a sua defesa com estas palavras : "Aqui estou; não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém". Respondendo a Dieta em 25 de maio de 1521, formalizou a excomunhão de Martinho Lutero, e a Reforma nascente também foi condenada.



Influência Política e Social



Por medidas de precaução, Lutero este recluso no castelo de Frederico, o Sábio, cerca de 10 meses. Teve tempo de trabalhar na tradução do Novo Testamento para a língua alemã. Esta tradução foi publicada em 1532. Com a ajuda de Melancton e outros, a Bíblia inteira foi traduzida, e, então, foi publicada em 1532. Finalmente, essa tradução unificou os vários dialetos alemães, do que resultou o moderno alemão.



Tem-se dito que Lutero foi o verdadeiro líder da Alemanha, de 1521 até 1525. Houve a Guerra dos Aldeões em 1525, das classes pobres contra os seus líderes. Lutero tentou estancar o derramamento de sangue, mas, quando os aldeões se recusaram a ouvi-lo, ele apelou para os príncipes a fim de restabelecerem a paz e a ordem.



Fato notável foi o casamento de Lutero, com Catarina von Bora, filha de família nobre, ex-freira cisterciana. Tiveram seis filhos, dos quais alguns faleceram na infância. Adotou outros filhos. Este fato serviu para incentivar o casamento de padres e freiras que tinham preferido adotar a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.



Houve controvérsia entre Lutero e Erasmo de Roterdã, que nunca deixou a Igreja Romana, por causa do livre-arbítrio defendido por este. Apesar de admitir que o livre-arbítrio é uma realidade quanto a coisas triviais, Lutero negava que fosse eficaz no tocante à salvação da alma.




Outras Obras.







Em 1528 e 1529, Lutero publicou o pequeno e o grande catecismos, que se tornaram manuais doutrinários dos protestantes, nome dado aqueles que decidiram abandonar a Igreja Romana, na Dieta de Speyer, em 1529.



Juntamente com Melancton e outros, produziu a confissão de Augsburg, que sumaria a fé luterana em vinte e oito artigos. Em 1537, a pedido de João Frederico, da Saxônia, compôs os Artigos de Schmalkald, que resumem seus ensinamentos.



Enfermidade e Morte.




Os últimos dias de Lutero tornaram-se difíceis devido a problemas de saúde. Com freqüência tinha acesso de melancolia profunda. Apesar disso era capaz de trabalhar tenazmente. Em 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben, teve um ataque do coração, vindo a falecer.



A Teologia de Lutero.


Como monge agostiniano, Lutero dava preferência a certos estudos, dentre os quais se destacam a soberania de Deus, dando uma abordagem mais bíblica às questões religiosas e às doutrinas cristãs. Alguns pontos defendidos por Lutero são :



Nem o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais de um pecador.


A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.


Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo, o que depende única e exclusivamente de Cristo.


Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo.


Não há autoridade especial no papa.


As decisões dos concílios não são infalíveis.


A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão.


A justificação é somente pela fé.


A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano.


Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação.


Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor.


Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da missa e das penitências e ao uso de relíquias.


Contrário ao celibato clerical.


Defendia a separação entre igreja e estado.


Ensinava a total depravação da natureza humana.


Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.


Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas.


Repudiava a hierarquia eclesiástica.





Bibliografia





1 - "Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia"; R. N. Champlin; J. M. Bentes; Candeia; 1994
2 - "Enciclopédia Histórico-Teológica"; W. A. Elwell, ed.; Edições Vida Nova;1990.
3 - "Teologia dos Reformadores"; T. George; Edições Vida Nova; 1994.
4 - "História da Igreja Cristã"; R. H. Nichols; CEP;1992.


Fonte:Pregai o Evangelho
Via :PEPE

A REFORMA NÃO É UMA OPÇÃO, MAS UMA NECESSIDADE


A Reforma não é uma caiação da velha estrutura religiosa, nem uma pele bronzeada para cobrir o esqueleto doente de uma teologia herege. A Reforma não é uma mudança epidérmica motivada apenas pela busca do novo. A Reforma é uma volta às Escrituras, um retorno à doutrina dos apóstolos, um compromisso inalienável com a verdade divina. Vamos, aqui abordar três áreas na vida da igreja contemporânea que precisam de Reforma profunda, urgente e bíblica:


1. Precisamos de Reforma na Teologia - A teologia é a base, o alicerce e o fundamento da vida. A ética decorre da teologia e não esta daquela. A teologia determina o comportamento; a doutrina rege a vida. Se a teologia estiver errada, a vida não pode estar certa. A igreja cristã havia se desviado da doutrina dos apóstolos e acrescentado muitos dogmas estranhos e heréticos ao seu arcabouço doutrinário. A Reforma denunciou esses erros, eliminou-os e colocou a igreja de volta nos trilhos da verdade. Hoje, precisamos de uma nova Reforma. Há muitos desvios e muitos acréscimos absolutamente estranhos ao ensino bíblico presentes em algumas igrejas chamadas evangélicas. O liberalismo com sua falsa sapiência duvida da integridade da Escritura e tira dela as porções que lhe incomodam ou interpreta à revelia as partes que lhe convém. Se o liberalismo tira da Escritura o que nela está, o misticismo acrescenta à ela o que nela não está. As igrejas cristãs estão eivadas de práticas que beiram ao paganismo. Estamos vivendo uma geração que está sacrificando a razão, que está promovendo o antiintelectualismo. Precisamos de uma Reforma não só para nos colocar de volta na vereda da verdade, mas também para mostrar-nos que o conhecimento das Escrituras não é contrário à piedade, mas a sua própria base e essência.


2. Precisamos de Reforma na Liturgia - Se a teologia é a base da vida, a liturgia é a manifestação da teologia. Aquilo que cremos, professamos no culto. O culto é a manifestação pública da nossa fé. Uma das razões mais gritantes que evidenciam a necessidade urgente de uma nova Reforma é o esvaziamento da pregação nas igrejas evangélicas. Perdemos a centralidade de Cristo no culto e a primazia da pregação das Escrituras. Estamos nos capitulando à proposta do culto show. Em muitas igrejas o púlpito foi substituído pelo palco, a Bíblia pelo entretenimento e o choro pelo pecado pela encenação glamourosa. As músicas estão se tornando produto de consumo. As letras dessas músicas, com raras exceções, estão cada vez mais vazias de conteúdo bíblico e os cantores gospel cada vez mais populares. Precisamos de liturgia pura, de liturgia que coloque Cristo no centro do culto em lugar do homem no centro. Precisamos de liturgia onde o púlpito não seja governado pelos bancos. Onde a mensagem não seja mercadejada, onde o evangelho não seja diluído para agradar a preferência dos ímpios. Precisamos de uma liturgia que glorifica a Deus, exalte a Cristo, honre ao Espírito Santo, promova o evangelho, edifique os santos e traga quebrantamento aos incoversos.


3. Precisamos de Reforma na Vida - A ortodoxia é boa. Ela é a melhor. A ortodoxia é insubstituível, porém, apenas doutrina certa não é suficiente se nós não a colocamos em prática. A ortodoxia morta mata tanto quanto o liberalismo e é tão nociva quanto o misticismo. Precisamos nos acautelar para não cairmos no laço de um intelectualismo vazio e de uma ortodoxia morta. Precisamos de luz na mente e fogo no coração. Precisamos ter cuidado da doutrina e também da vida. Precisamos crer na verdade e viver na verdade. Precisamos de ortodoxia e de piedade. Há muitas igrejas que não pregam heresia, mas também não vivem a verdade que pregam. Há crentes secos como um poste e áridos como um deserto. Precisamos de uma Reforma que nos ponha de volta no caminho de uma vida cheia do Espírito Santo. Que Deus nos ajude a buscarmos essa Reforma da teologia, da liturgia e da vida!


Rev. Hernandes Dias Lopes

A MINHA ESPERANÇA PROTESTANTE

Por Antonio Carlos Costa


A presença de cristãos protestantes no nosso país me enche de esperança. Tenho motivos de sobra para isso. O verdadeiro protestante é um homem da Bíblia. E o contato com esse livro faz o ser humano sonhar e ansiar por se livrar de qualquer espécie de algema que o prenda. O cristianismo remete quem compreendeu e abraçou sua mensagem para a luta em favor da justiça. Nesse sentido, o movimento protestante é a vertente da fé cristã que melhor soube encarnar a essência do evangelho.

A história mostra que por onde o protestantismo passou (especialmente o calvinista), com raríssimas exceções, houve avanços em todas às áreas da vida. Na área da educação os protestantes erradicaram o analfabetismo, fundaram colégios e universidades. As universidades de Yale, Harvard e Princeton, por exemplo, foram fundadas por protestantes calvinistas. Na política os encontramos entre os maiores defensores de governos democráticos, edificados sobre leis justas e de espírito republicano. Mesmo um homem como Rousseau foi levado a reconhecer este fato ao falar sobre a vida do maior teólogo protestante, João Calvino: "Enquanto o amor à pátria e à liberdade não for extinto entre nós, jamais a memória deste grande homem cessará de ser uma bênção". Basta olhar para a história da Holanda, Inglaterra e Estados Unidos para comprovarmos o fato indiscutível de que essa fé tem produzido liberdade e defesa dos direitos humanos. No campo das artes embelezaram a vida com as composições de Bach e os quadros de Rembrandt. No campo da ciência fundaram a Royal Society de Londres e dominaram a Academie des Scienses parisiense durante o período de 1666 a 1883. Sucessivas pesquisas mostram que tanto as ciências físicas quanto as biológicas eram dominadas por calvinistas durante os séculos 16 e 17.

Não me envergonho de dizer que parte da minha esperança quanto ao futuro do Brasil, reside nesse crescimento de igrejas protestantes em todas as nossas cidades.

Se o protestantismo histórico brasileiro for mais fiel às suas origens, os milhares de pentecostais conhecerem o que houve no século 16 mediante o trabalho de Martinho Lutero e João Calvino, com a graça de Deus a probabilidade é grande de espantosas mudanças sociais ocorrerem no Brasil.


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Antonio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra e presidente do Rio de Paz.

Via: Genizah

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

9,5 Teses contra as indulgências do Neopentecostalismo


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1. Não aceite bençãos, curas e milagres em troca de um "sacrifício" financeiro, seja ele de R$1,00 ou R$1.000,00... Cristo já fez o Sacrifício... conforme o cristianismo bíblico, todo o que se "sacrifica" ou paga penitência para conquistar algo em Deus, seja da forma que for, nega o sacrifício de Cristo na cruz. Cristianismo é descansar em Deus e não se sacrificar por Ele. Aquele que se sacrifica faz algo inútil e repulsivo aos olhos de Deus. (Oséias 6.6 / Hebreus 10.8)

2. Não existem objetos consagrados, óleos ungidos, orações fortes ou qualquer prática litúrgica que possa produzir um milagre. O cristianismo rejeita qualquer objeto ou forma visível para se chegar a Deus. O único caminho é a Fé em Cristo Jesus (que é o Caminho, a Verdade e a Vida), pois como diz a Bíblia: o justo viverá por Fé. (Romanos 1.17) Diz também: Ora a Fé é a certeza das coisas que não se vêem (Hebreus 11.1)... portanto, se você está vendo e nisso está sua certeza... isso não é Fé... isso não é cristianismo.

3. Não existem lugares santos para o cristianismo, nem Jerusalém, nem Israel, nem o monte Sinai, nem mesmo as igrejas (o mesmo serve para símbolos, sagrado somente o corpo, pois é Templo do Espírito Santo)... você não precisa ir a um lugar específico, enviar uma carta para uma fogueira em Israel ou para um morro na sua cidade... Deus não habita em lugares contruídos por mãos humanas. Igreja é sim, um lugar de reunião daqueles que servem, buscam e relacionam-se com Deus, não a Casa Dele, portanto, ninguém é obrigado a ir a uma igreja, mas na igreja você conhece aqueles que têm a mesma fé. (João 4.21-23 / Atos 7.48, 17.24)

4. Não acredite naqueles que afirmam ser sua igreja melhor que a outra... igreja não leva a Deus, religião alguma leva a Deus, pastor algum tem esse poder... o que leva a Salvação é o reconhecimento de que Deus é Deus, Cristo é seu filho e foi ressucitado por Ele... ser cristão é ser fiel a Deus e sua Palavra (Bíblia), não à instituições religiosas. (João 14.6)

5. Não acredite em pastores que podem "exigir" e "determinar" que Deus faça alguma coisa por você e que pedem algo em troca para fazer isso... Deus não obedece a homens. Deus ama o homem, não o explora. Nunca dê o que você não tem para dar... Cristo já deu a vida por você nada que você der poderá pagar isso.

6. Não é errado o dízimo nem a oferta, mas isso não pode servir de extorsão religiosa... o dízimo e a oferta devem ser voluntárias e para manutenção da igreja e dos necessitados (está na Bíblia e na Constituição Federal Brasileira, distorcer isso é crime e pecado)... se alguém dá oferta ou dízimo porque espera receber alguma coisa em troca é ignorante, pois conforme ensina o genuíno cristianismo, aquele que dá, dê sem nada esperar (o que tua mão direita der, a esquerda não veja)... o que assim não pensa, não conhece a Cristo nem a Bíblia... se algum pastor diz que você precisa ser "fiel" na oferta e no dízimo para que Deus seja "fiel" com você... é porque lhe nega a palavra que diz: o homem pode ser infiel, mas Deus permanece fiel pois não pode ir contra sua natureza. (2 Timóteo 2.13), a fidelidade de Deus não fundamenta-se num relacionamento de troca de favores, Deus o ama, independente de quem você é, como você é de quanto você tem.

7. Nenhum homem está livre de errar, inclusive os pastores, se algum pastor diz não ter pecados ou garante estar com ele toda a razão e que somente a ele Deus ouve... é mentiroso, a própria Bíblia o condena por tal atitude. (Romanos 3.23). A Palavra de Deus liberta o homem e não o aprisiona em doutrinas e ordenanças que de nada servem para aproximar o homem de Deus, mas sim, reduzí-lo a uma condição de escravidão a líderes que parecem ovelhas, mas que na verdade são lobos. Deus não se agrada daqueles que o temem seguindo apenas doutrinas humanas.... agrada-se daqueles que fazem a Sua vontade.

8. Uma pessoa não é abençoada porque é rica, é abençoada porque tem a Cristo... se algum pastor lhe promete riquezas sem fim e ainda utiliza-se de passagens bíblicas para isso... é mentiroso, vendedor da graça e maldito. O genuíno cristianismo NÃO promete riquezas nessa vida, mas sim, vida eterna e na glória do porvir. Se algum pastor só prega riquezas ele não serve a Deus, mas a Mamom*. (Mateus 6.24 / Marcos 10.23-24)
*deus do dinheiro; daquele que ama o dinheiro.

9. Não acredite em pastores que dizem que se você for para a igreja dele você nunca mais terá problema, pois disse Jesus: No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, pois eu já venci o mundo. (João 16.33) Aceitar a Cristo não é garantia de que nada de mal vai lhe ocorrer, mas a garantia de que você tem a vida eterna, se algum cristão julga serem as coisas do mundo mais preciosas que a vida eterna não é cristão... é nada... pois ainda que fosse ateu haveria mais misericórida para ele, mas pelo contrário, diz crer em Deus e rejeita toda Sua glória incorruptível por uma glória corruptível e passageira.

0,5. Para não ser enganado por um vendedor, leia o contrato, Para não ser enganado por um "pastor", que não liga muito para as suas ovelhas, leia a Bíblia. (Mateus 22.29)

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Daniel Clós Cesar
Contatos:
daniel.clos@gmail.com
Via:
Bereianos

Marchando pela ética evangélica Brasileira! Faça a sua camiseta e participe!


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Por: Vera, a estrangeira


Estou replicando nessa mensagem o conteúdo do link Participe!!! Marcha para "Gezuiz", agora disponibilizando como fazer as camisetas. A minha está pronta, faça a sua também e venha marchar conosco por uma Igreja Evangélica Brasileira Ética, firmada na sã doutrina!

Para entender esse movimento, recomendamos a leitura dos seguintes artigos e seus respectivos comentários:

http://estrangeira.wordpress.com/2009/09/12/um-dia-na-expomamon/

http://estrangeira.wordpress.com/2009/09/20/marchando-pela-etica-crista-evangelica-na-marcha-pra-gezuiz/


1o.) O que é a Marcha pela Ética Evangélica Brasileira?

É um movimento de um bando de cristãos indignados com os atuais vendilhões do templo, que vendem um falso evangelho de facilidades e enriquecem com isso. Buscamos à volta ao Evangelho puro e simples, sem extorsões financeiras, sem gnosticismo e amuletos gospel, sem artistas gospel, sem “papas” locais. Buscamos o retorno da Igreja ao foco em Cristo e não no crescimento de cada denominação. Não somos nenhuma organização, somos apenas pessoas sem títulos ou honrarias eclesiais que não aceitam o que estão fazendo com o Evangelho de Cristo, e que se conhecem através de visitas a blogs apologéticos.

A Marcha pela Ética Evangélica Brasileira pretende ser um movimento de indignados, durante a próxima Marcha para Jesus. Nosso protesto será silencioso, através de camisetas, faixas e banners com mensagens contra a corrupção da igreja brasileira.

2o.) Como posso participar?

É simples! Basta estar no dia 2 de novembro no local da Marcha (local a confirmar), usando uma camiseta com o propósito da marcha e, se possível, portando banners ou faixas com mensagens pela busca do verdadeiro Evangelho. Será divulgado um local onde os manifestantes poderão se encontrar antes do início do evento. Procure destacar que a Marcha é pela ética e moral da igreja brasileira. Apesar de ser um protesto (somos protestantes, por isso protestamos), tudo será com muita ordem e decência.

3o.) Quanto devo pagar para participar?

NADA. Nossa manifestação é justamente para se contrapor aos que se utilizam do nome de Deus para conseguir dinheiro (leia 1 Tm 6.3-10 e 2 Pe 2.1-3). Até a camiseta ficará por conta de cada manifestante, que poderá comprá-la e personalizá-la na loja de sua preferência.

4o.) Como posso colaborar?

Mande sugestões de frases para as faixas, sugestões de outros tópicos de ajuda aos manifestantes, divulgue esse movimento entre seus amigos (quanto mais manifestantes, melhor), etc. E acima de tudo, muita oração, pois estaremos enfrentando o verdadeiro gigante que luta contra a Igreja evangélica brasileira.

5o.) Quem está à frente desse movimento?

JESUS. Só a Ele toda a honra e toda a glória para sempre.

6o.) Como conseguir as camisetas?

Tem duas formas: ou através do site http://www.brastransfer.com.br, falar com Mari – mari@brastransfer.com.br (eu fiz a minha lá, ficou menos de R$ 19,00), ou buscando no Google “transfer camiseta cidade” (ex.: transfer camiseta mauá), e aparecerá uma lista de empresas que prestam esse trabalho, e o preço deve ser mais ou menos o mesmo. Atenção: não receberemos nenhuma comissão ou pagamento por indicar a Brastranfer. Apenas indicamos a loja porque fizemos a nossa lá.

Se você optar pela Brastransfer, diga à Mari que quer a estampa de nome “Vera Brito”, ou então a envie pelo site. Essa loja localiza-se na Rua Bresser, 427, próximo à Celso Garcia. Indo na loja, eles fazem a camiseta na hora. Pedindo pelo site, tem o tempo de entrega dos Correios.

Modelos de camisetas (clique p/ ampliar):


Design by: Ruy Marinho - blog Bereianos.

Clique aqui para fazer o download da arte da camiseta. A mesma está vetorizada (em corel draw), é só levar esta arte para o local onde for imprimir sua camiseta.


Outros modelos sugeridos (by Ricardo Brito - clique p/ampliar):



Se possível, deixe um comentário confirmando sua participação. Fique na Paz que excede todo o entendimento!

Autora: Vera, a estrangeira

Fonte: [ Uma estrangeira no mundo ]

Via: Bereianos

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O deus deste século


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"Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." (2Co 4:3-4).


Prezado leitor deste blog,


Antes de iniciar meu texto crítico (sim, eu sou um crítico), quero deixar claro, muito especialmente para o amigo que ainda não tem JESUS CRISTO como ÚNICO e SUFICIENTE SALVADOR de sua vida, que o EVANGELHO de NOSSO SENHOR nada tem a ver com as IMAGENS que ilustram este artigo – a despeito do que possam pensar ou dizer (contrariamente, é óbvio) os defensores da TEOLOGIA DA PROSPERIDADE.

Se sua vida financeira não está boa
, se tudo vai de mal a pior, se suas contas estão atrasadas, se seus cheques foram devolvidos, se seus títulos foram protestados, se está sofrendo ordem de despejo... Procure alguém que possa te orientar em como administrar melhor os seus recursos financeiros; como recuperar seu crédito; como desenvolver competências que contribuam para seu aperfeiçoamento e ascensão profissional... Estou certo de que há dezenas, centenas e até milhares de profissionais capacitados para fazê-lo. Em outras palavras: TRABALHE! ESTUDE! ECONOMIZE! NÃO SE DEIXE LEVAR PELO CONSUMISMO.

Por outro lado
, sou forçado a comunicá-lo de que há uma dívida na qual toda a humanidade (EU, VOCÊ, MINHA MÃE, MINHA AVÓ, MEUS FILHOS...) foi inscrita, ainda que involuntariamente, desde o seu nascimento: A DÍVIDA DO PECADO, contraída no Éden pelo nosso ancestral Adão, cuja satisfação só pode ser consumada pelo SANGUE DE CRISTO derramado no calvário (monte da cruz).

“E vendo passar a Jesus disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (Jo 1:16)

Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados." (Hb 10:4)

“Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito
tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9:11-14)

“... porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação" (Ap 5:9b)

“E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito." (Jo 19:30).

Portanto, quer seja você POBRE, quer seja RICO; quer DOUTOR, quer IGNORANTE; quer EUROPEU, quer ASIÁTICO; quer JUDEU, quer GENTIO:

VOCÊ NÃO PODE SATISFAZER POR SI SÓ (PAGAR) A DÍVIDA DO PECADO.

VOCÊ PRECISA RECONHECER SUA CONDIÇÃO PECAMINOSA E SUA INCAPACIDADE DE SE CHEGAR A DEUS PELAS PRÓPRIAS FORÇAS. APENAS A MEDIAÇÃO DE CRISTO EM SEU FAVOR, ATRAVÉS DE SUA MORTE NA CRUZ, PODE SATISFAZER A JUSTIÇA DIVINA A FIM DE RECONDUZÍ-LO À PRESENÇA DO PAI.

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;foram da Glória de Deus” (Rm 3:23) “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” (Cl 2:14) “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1Tm 2:5).

“E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.” (Hb 9:15)

Como disse no princípio, o que se vê nas ilustrações nada tem a ver com o EVANGELHO DE CRISTO. É apenas mais uma maneira de angariar fundos para sustentar o ministério de pseudos pastores (alguns intitulados apóstolos) do século XXI.

Obviamente que a essa altura você deve estar se perguntando: “Mas isso é legal? É correto? É justo?”.

Bem, as respostas para essas indagações são:

Do aspecto jurídico, sim, é legal! Sequer poderíamos sugerir estelionato, já que Deus, na concepção jurídica é algo que está no imaginário social. Transcende a materialidade de qualquer norma jurídica positivada – não poderia ser processado! De igual forma, os sonhos são projetados em um universo imaginário, intangível, incontrolável. Daí que, se você VOLUNTARIAMENTE crê que DEUS pode realizar os seus SONHOS a partir da transferência de seus bens (móveis ou imóveis), mediante DOAÇÃO (desde que declarada a origem) para essa ou aquela instituição religiosa, SIM, É LEGAL.

Agora o que não é legal (coloquialmente falando), nem CORRETO, e muito menos JUSTO é que enganadores façam da alheia um meio de COMÉRCIO. E vou além: em minha opinião é uma blasfêmia associar a CRUZ DE CRISTO às riquezas deste mundo, quanto mais para ilustrar um cifrão ($).

“E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” (2Pe 2:3)


O próprio Satanás na tentativa de desvirtuar o propósito da CRUZ e de alguma forma afastar o SENHOR de sua missão propôs-lhe a glória deste mundo:

“E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares." (Mt 4:9)

“E dizendo: Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz.” (Mt 27:40).


A MENSAGEM DA CRUZ, meu caro leitor, conforme disse o apóstolo Paulo: “... é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1Co 1:18)

Portanto, no que diz respeito aos seus PROJETOS ou SONHOS, não importa se és um CRENTE EM JESUS ou um CÉTICO: invista neles! Faça como muitos: TRABALHE! ESTUDE! ECONOMIZE! PLANEJE!

Certamente que para o CRENTE, na direção e no temor do SENHOR, e para a GLÓRIA DE SEU NOME, será maior a probabilidade de sucesso:

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (Rm 8:28).

Mas se o SEU PROJETO
é o CÉU, só JESUS É A GARANTIA. Decida-se para ELE ainda hoje, ou o quanto antes, a despeito de ver ou não seu PROJETO DE VIDA realizado.

“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação.” (Hb 9:27, 28).

Que o Senhor te abençoe!

Prossigo criticando, e pregando o evangelho...

Atenção: As imagens que ilustram este artigo são de autoria de terceiro não identificado e foram veiculadas na forma de encarte (tamanho A4) em revista evangélica de grande circulação publicada em outubro de 2008.
O nome da revista, bem como da igreja a que se refere o encarte não serão divulgados por razões legais e éticas, exceto se requerido pelo autor.

Autor: Robson Silva de Sousa
Fonte: [ Prossigo para o Alvo ]

Via: Bereianos

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aparecida, Padroeira do Brasil ou fonte de idolatria?




Por Renato Vargens

O dia 12 de outubro é caracterizado pela idolatria religiosa que ainda domina boa parte do nosso país.

É comum nesta época do ano observarmos centenas de romeiros caminhando em direção a Aparecida do Norte. Tais pessoas na expectativa de milagres fazem imensos sacrifícios físicos, andando quilômetros a fio, carregando nos ombros cruzes, imagens, objetos e réplicas da basílica.

Ora, as Escrituras Sagradas terminantemente afirmam de que não podemos fazer para nós mesmos imagens esculpidas. (Ex 20; Lv 19.4, Lv 26.1). Deus proibiu ao seu povo a confecção e o culto a estátuas. No entanto, O catolicismo Romano ao longo dos séculos tem ensinado o culto à imagem, inventando assim uma teologia absolutamente contrária à Bíblia.

Prezado leitor, confesso que ao ver cenas como as relatadas acima, sinto-me duramente impactado pela triste realidade desta gente sofrida e iludida, a qual devido as dores e sofrimentos da alma, buscam desesperadamente respostas através de sacrificios que não os levam a nada.

Diante de fatos como estes torna-se impossível esquecer-me das palavras do Apostolo Paulo as quais nos exortam:

“Como Ouvirão se não há quem pregue?”

O que temos feito diante da idolatria de milhões de brasileiros? Temos anunciado o Evangelho integral de Cristo Jesus, ou temos andado preocupados com a nossa satisfação e realização pessoal?

Amados, não nos esqueçamos que os campos estão prontos, Deus nosso Senhor nos redimiu e nos comissionou a noticiarmos as boas novas da salvação a todos quanto pudermos! É imprescindível que apregoemos a esta geração a verdade absoluta de que "há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1Tm 2:5), e que "não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4:12).

Prezado leitor, nós não precisamos da intercessão de Maria ou de quaisquer santos, nem tampouco tem eles poder para tal. A obra de Cristo é suficiente para a nossa salvação. Maria e todos os demais herois da fé só puderam ser salvos pela graça e mediação eficaz do nosso Senhor.

Solus Christus

FONTE: Renato Vargens http://www.renatovargens.com.br Copyright © 2008 renato vargens
Via: Sola Scriptura

CARAS GOSPEL: Testemunho ou Ostentação?

Por Hermes Ferandes
A igreja cristã se perdeu em meio a tantas estratégias e ‘moveres’. Um dos fatos que denunciam isso é a freqüente confusão entre testemunho e ostentação.

Os fiéis se inspiram em seus pastores que exibem suas aquisições materiais como um sinal da aprovação divina de seus ministérios. Ninguém ousa questionar. Se o pastor comprou um avião, é porque ele vive o que prega. Ora, se prega prosperidade, como poderia viver em dificuldade?
Esta é lógica perversa que acompanha tais movimentos.

Se um pastor fica doente, ninguém pode ficar sabendo. É segredo de estado. Porque se for ventilado entre os fiéis, sua fé será questionada, e seu ministério desacreditado. Haverá até quem suspeite de que ele esteja em pecado.

Se passar por um problema familiar, o caso é logo abafado. Se ele troca a esposa por uma mais jovem, isso pode indicar o cumprimento da promessa de Deus de que a glória da segunda casa será maior do que da primeira. O jargão “de glória em glória” é usado para justificar qualquer coisa. Trocou o carro por um mais novo. Trocou de esposa. Deixou a comunidade e foi morar numa cobertura de frente pra praia, e por aí vai. E ele conta de púlpito, sem o menor recato, como se fosse um testemunho.

Não sei como ainda não tiveram a idéia de lançarem uma CARAS GOSPEL (espero não estar dando idéia...rs). Líderes disputariam a tapa um espaço na revista para exibir seu luxo. E o que não faltaria é quem comprasse só pra xeretar e buscar inspiração.

Em vez de se inspirarem na vida de Cristo e de Seus apóstolos, os líderes atuais se inspiram nos executivos de empresas de marketing de rede, como Amway e Herbalife, onde a cada encontro, ouve-se testemunhos daqueles que se empenharam na divulgação dos seus produtos e na expansão de sua rede, e hoje exibem suas aquisições materiais como troféus e comprovação da veracidade da proposta da empresa.

- Estão vendo aqui o meu terno Armani? Jesus quem deu! Nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu tão bem. E Deus não tem filho predileto. Se deu pra mim, pode dar pra você. É só fazer a campanha certinho, dar o seu tudo, e depois será você que vai subir a este altar para testemunhar.

E o pior é que dá certo! Ninguém questiona de onde veio o dinheiro usado para comprar aqueles mimos exibidos pelo pastor. As pessoas ficam cegas por suas próprias cobiças.

O pastor deixa de ser mentor espiritual, para ser guru, coach, ou pelo menos, um exemplo de sucesso.

Aquele pastor que opta pela discrição, ou mesmo por uma vida mais recatada, logo é taxado de fracassado, medíocre, sem visão.

Quando reflito sobre isso, lembro de dois reis com posturas completamente diferentes.

O primeiro é Salomão, que ao ser visitado pela Rainha de Sabá, deixou-a boquiaberta, não pela suntuosidade do seu palácio, nem pelas jóias que usava, mas pela sabedoria de suas palavras, a excelência do serviço prestado por seus servos e a qualidade do culto oferecido a Deus. O texto diz que ela ficou como fora de si (2 Cr.9:1-4). A postura de Salomão e de seus servos era o seu cartão de visitas. Seu testemunho já alcançava os lugares mais longínquos da Terra, atraindo gente de todas as nações.

O segundo rei que vem à mente é Ezequias. Depois de ter sido curado por Deus, Ezequias recebeu a visita de uma comitiva da Babilônia. Amostrado que só ele, resolveu tirar uma onda com os mensageiros babilônios, e assim, mandar um recadinho para o seu rei.

- Vejam toda a casa do meu tesouro. Quanta prata, ouro, especiarias, ungüentos. Aproveitem para ver minha casa de armas. É tudo meu! O Senhor me deu! Relatem ao seu rei a grandiosidade do meu reino.

Assim que a comitiva se foi, Isaías, o profeta, veio a Ezequias e lhe perguntou: “Que disseram aqueles homens, e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: De um país muito distante vieram, de Babilônia. Perguntou o profeta: Que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Tudo o que há em minha casa viram. Coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse” (2 Reis 20:14-15).

Aquilo foi testemunho ou ostentação? Precisa responder?

Por causa de sua ostentação, Deus lhe mandou dizer que aqueles mesmos babilônios viriam no futuro, e tomariam todas aquelas riquezas, e ainda levariam seus descendentes para o cativeiro.
Isso é que dá ostentar. Deus não tem compromisso com a nossa vaidade.

Já participei de convenções de igrejas que eram verdadeiras feiras de vaidade. Alguns convencionais faziam questão de ficar nos melhores hotéis, pagar motoristas particulares, comer nos mais requintados restaurantes. E quando conversavam entre si, o assunto sempre girava em torno de números. Quantos membros, quantas congregações, quanto isso, quanto aquilo, etc. Ninguém queria ficar por baixo. Se o culto tivesse cem pessoas, dizia-se que tinha quinhentas. Se batizou dez, contava que havia batizado cinqüenta. Era o tal de comer sardinha e arrotar caviar.

Não estou dizendo que tais coisas sejam erradas por si mesmas. O problema está no espírito por trás de toda esta ostentação.

Se quisermos resgatar a credibilidade da igreja cristã, teremos que repensar nossos parâmetros, e trocar a ostentação pelo verdadeiro testemunho. As pessoas se sentirão atraídas, como aconteceu com a rainha de Sabá, que viajou milhares de quilômetros, só para conferir a sabedoria que Deus dera a Salomão.

A bem da verdade, a ostentação também atrai, só que outro tipo de público. Não os que querem ouvir a Palavra, mas os que querem se dar bem. Os mensageiros da Babilônia sempre voltam, porém com o intuito de saquear, de se apossar dos bens alheios, e depois, terem também o que contar. Com isso, a roda continua a girar, garantindo a manutenção de tais 'moveres'.

Fonte: Hermes Fernandes

sábado, 10 de outubro de 2009

O cativeiro intelectual do evangelho

















Por Roosevelt Nunes

Na primeira epístola a Timóteo, Paulo honra a Igreja com o título de “coluna e fundamento da verdade”. Sobre isso, Calvino afirma: “a Igreja é a coluna da verdade porque, através de seu ministério, a verdade é preservada e difundida”. Embora a criação possibilite que conheçamos a realidade do mundo físico, este conhecimento é imperfeito e confuso por causa do pecado que corrompeu o intelecto humano. A revelação geral só é corretamente entendida por aquele que, mediante a iluminação do Espírito Santo, entende a especial [1].

Diante disto, a Igreja não pode fugir da mesa do debate público. E não deve fazer isso por temor ao Senhor, que deseja ver sua criação restaurada, e por amor ao próximo, uma vez que a humanidade vive num estado de caos por causa das trevas em que se encontra. Entretanto, hoje predomina um espírito de acomodação: a Igreja se exime da crítica dos valores de nossa cultura, utilizando avaliações seculares para fins de discussão. Caímos no erro do reducionismo: a mensagem cristã só se destina à salvação pessoal.

“E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável...” (Rm 1.28a). Com base nesse versículo, Francis Schaeffer fala que, como os homens preferiram não reconhecer Deus no campo do conhecimento, Deus os entregou a uma mente destituída de critérios em todas as áreas da vida, tornando-se absolutamente loucos. Nesta condição, a realidade é enxergada de forma distorcida e, portanto, a sua análise terá uma série de equívocos. Os esforços dos cientistas sociais, por exemplo, alcançarão apenas os sintomas dos males da sociedade, nunca chegarão ao diagnóstico da doença, pois desprezam a Queda e o seu efeito sobre toda a criação.

Não sou favorável ao descarte de toda produção humana, mas julgo fundamental que não se esqueça o estado do autor: um homem caído. Passemos os olhos pelos diversos movimentos intelectuais, inicialmente de protesto, depois predominantes, tais como modernismo, existencialismo e relativismo, e veremos um elemento em comum: uma clara postura de oposição a Deus. Se passarmos a olhar o mundo através das lentes desses sistemas de crenças, ficaremos tateando na escuridão. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração insensato. E inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.21,22).

Deus deseja que a criação corrompida pelo pecado seja restaurada. Para tanto, a Igreja precisa ter uma postura ativa na discussão dos rumos de todas as áreas da vida. Na prática, isso resulta numa guerra cultural declarada entre a cosmovisão cristã e as várias cosmovisões seculares e espirituais que estão em ordem de combate contra elas [2]. O enfraquecimento de nossa posição nessa batalha se dá quando fazemos uma separação entre vida espiritual e secular, limitando o alcance do evangelho, reduzindo o mesmo a uma simples crença particular. Essa dicotomia, na prática, faz com que giremos em torno de dois pólos, o isolamento cultural e o ativismo pueril, sem a transformação do mundo decaído pela Palavra de Deus. E as conseqüências dessa mentalidade afetam também a esfera da fé privada. Como não somos ensinados a desenvolver uma cosmovisão bíblica, uma fé firmada no coração e na mente, quando nos encontramos num ambiente intelectualmente hostil, como a universidade, viramos presas fáceis às pressões da cosmovisão vigente, podendo levar a um afastamento gradual de nossas crenças.

Precisamos de uma religião do cérebro (educação em cosmovisão e apologética) para nos equiparmos na análise e crítica de cosmovisões concorrentes que encontraremos no mundo afora [3]. Só respondendo ao chamado de submeter toda existência ao comando do Deus que se revela nas Escrituras, a Igreja, o corpo de Cristo, será de fato coluna e fundamento da verdade. Do contrário, a verdade do evangelho continuará presa num cativeiro intelectual.



***
Fonte: Aliança Jovem Reformada, via Bereianos Via Pulpito cristão



Notas:

[1] Fundamentos da teologia reformada, Hermisten Maia
[2] E agora, como viveremos? Charles Colson e Nancy Pearcey
[3] Verdade absoluta, Nancy Pearcey

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Frei Damião o "Santo" do NE

Por Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa

“Livra-me, Senhor, do homem perverso, guarda-me do homem violento, cujo coração maquina iniqüidades e vive forjando contendas” (Salmo 140:1-2).

Ânimo, brava gente brasileira! Infelizmente o Frei Damião vai mesmo tornar-se santo.

Estão tentando modificar os fatos históricos ou me deixar desmemoriado, mas peço a Deus que não consigam nenhuma das duas coisas. Não, não faço uso de drogas alucinógenas e nem sou portador do Mal de Alzheimer (pelo menos, ainda não). A culpa é do neo-ilusionismo praticado pela igreja católica.

É, parece que tudo está perdido! A igreja do papado fez uma releitura positiva de um italiano que viveu no Nordeste brasileiro no século passado e o seu processo de beatificação, que antecede o da canonização, anda a passos largos. Para transformar um agressor em vítima, um incendiário em bombeiro, um raivoso encharcado de ódio em amoroso e pacífico, um reprovável em santo, somente entrando em cena a turma de ilusionistas da igreja católica romana.

Estou me referindo ao quase concluído processo de beatificação do Frei Damião de Bozzano, que precipitará o início do processo de sua canonização. Imagine, o iracundo Frei Damião será canonizado!

Frei Damião de Bozzano. A igreja católica brasileira solicitou sua beatificação para futura canonização.
monumento

Quem foi o Frei Damião de Bozzano?

Seu nome de batismo é Pio Giannotti, e ele nasceu em 5 de novembro de 1898, em Bozzano, no Norte da Itália, filho dos camponeses Félix Giannotti e Maria Giannotti.

Começou sua formação religiosa aos 12 anos, quando foi estudar em um colégio de padres. Aos 19 anos foi convocado para o exército italiano e participou da Primeira Guerra Mundial. Em 25 de agosto de 1923 foi ordenado sacerdote, na Igreja de São Lourenço de Brindisi, em Roma. Aos 27 anos diplomou-se em teologia pela Universidade Gregoriana em Roma e foi docente do Convento de Vila Basélica e do Convento de Massa.

Em 1931, deixou a Itália, vindo diretamente para o Convento de São Félix de Cantalice (conhecido como o Convento dos Capuchinhos) no Recife. Dos 33 anos até a sua morte, aos 98 anos, residiu nesse convento.

Sua primeira missa em solo brasileiro foi rezada na Capela de São Miguel, no Sítio do Mel, do lado de fora da cidade de Gravatá, em Pernambuco, no dia 29 de setembro de 1931.

Marcos Nunes em frente à capelinha no Sítio Riacho do Mel, em Gravatá. Local onde o frade proferiu sua primeira missa brasileira.
monumento

Frei Damião ocupou-se em disseminar “as santas missões” pelo interior do Nordeste. “As santas missões” eram um tipo de cruzadas missionárias, de alguns dias de duração, pelas cidades nordestinas. Nessas ocasiões, era armado um palanque ao ar-livre com vários alto-falantes onde o frade transmitia o seu discurso conservador e contra os protestantes.

Frei Damião conseguia arrastar multidões para ouvir suas palestras e tornou-se um fenômeno de popularidade religiosa no Nordeste, só comparável ao “Padim Ciço”, de Juazeiro do Norte. A propósito, Frei Damião é aclamado pelos católicos locais como o legítimo sucessor do Padre Cícero Romão Batista (para saber mais sobre o Padre Cícero, leia o artigo Uma Viagem ao Caldeirão da Idolatria”).

Estatueta do Padre Cícero em frente a uma foto do Frei Damião. Uma dupla insuperável para os católicos nordestinos.
monumento

Quando perguntado sobre os objetivos de suas “santas missões” aos sertanejos, o frei respondia que um dos objetivos era “livrá-los do Demônio, que queria afastá-los da Igreja e fazê-los abraçar outro credo [...]”.(1) O que o frade queria dizer por “Demônio”? Provavelmente, os protestantes.

Na ocasião de sua morte, em 31 de maio de 1997, o governo de Pernambuco e a prefeitura de Recife decretaram luto oficial de três dias. Seu corpo foi embalsamado, velado durante três dias na Basílica da Penha e no estádio de futebol do Arruda, em Recife. Várias autoridades compareceram ao seu velório, entre as quais o ex-presidente Fernando Collor de Mello, o vice-presidente Marco Maciel e o governador Miguel Arraes.(2)

Em 31 de maio de 2003, seis anos após sua morte, foi aberto o processo de beatificação e, posteriormente, de canonização de Frei Damião. Esse frade é apenas mais um, entre outros líderes religiosos católicos que viveram no Brasil, a ser candidato a santo.

Rastros de sangue deixados pelo Frei Damião na Paraíba

E quando vi, lá estávamos nós novamente: Marcos Nunes, um piedoso irmão em Cristo, e eu dirigindo por mais de mil e quinhentos quilômetros de estradas asfaltadas e de barro pelo interior do estado da Paraíba, um buraco aqui, uma lombada não sinalizada acolá, um desarranjo intestinal efêmero, uma bolha na região plantar, um rápido entorse de tornozelo, quase vinte entrevistas com testemunhas oculares e pastores, centenas de fotografias, sem falar em algumas filmagens.

Tudo isso em prol de pesquisarmos in loco a passagem pelo solo nordestino de um frade que ficou conhecido como o maior perseguidor dos protestantes nordestinos.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para reinventar o turismo pelo interior paraibano. Até porque, para um pesquisador evangélico, há passeio melhor por aquelas bandas do que tirar dois fins de semanas para conhecer algumas das igrejas evangélicas em que o Frei Damião e/ou outras autoridades católicas mandaram tocar fogo, destruir ou apedrejar e que, mesmo após tamanha agressão, conseguiram se reerguer?

Houve perseguições religiosas em dezenas de cidades nordestinas. Porém, neste artigo vamos nos deter a analisar, em ordem cronológica, a perseguição exercida pela igreja romana contra os protestantes em apenas quatro cidades paraibanas.

Mapa da Paraíba. Destacando os municípios pesquisados neste artigo.
mapa
Romeiros visitando o Monumento ao Frei Damião, em Guarabira. “Santo Oco”.

Em Guarabira, PB: um memorial oco ao Frei agressivo

Mais uma megaestátua de um líder católico no alto de um morro: o Memorial Frei Damião, construído com dinheiro público e inaugurado em 19 de dezembro de 2004, em Guarabira, Paraíba, é algo fenomenal. Totalmente desproporcional em relação à simplicidade e à pobreza do povo ao seu redor.

Marcos Nunes próximo ao Monumento ao Frei Damião, em Guarabira. Seu pedestal contém um museu.
Guarabira

É uma estrutura majestosa. Só o pedestal tem 12 metros de altura, e a estátua mais 22 metros de altura. Ultrapassou em altura e em largura o monumento ao Padre Cícero, em Juazeiro, no Ceará. No Brasil, só é mais baixa do que o Cristo Redentor.

O pedestal do monumento é composto de térreo e mais dois pavimentos, onde está localizado um museu do frade. O visitante circula andando em um corredor, observando fotos, notícias e histórias acerca do frei. O meio da estátua é vazado e quando se olha para cima se vê que a estátua é de concreto oco. É um “santo oco”, e essa é uma verdade que o povo protestante conhece muito bem.

Cerca de dois quilômetros morro abaixo está a Igreja Evangélica Congregacional de Guarabira. “Ela hoje tem suas portas de vidro, pois não temos medo de sermos apedrejados novamente pelos fiéis do Frei Damião”, ensinou-nos o atual pastor, Sandro Fernandes Paiva.

Imagem atual da Igreja Congregacional em Guarabira. O pastor Sandro Fernandes Paiva exibindo suas portas de vidro.
Guarabira Guarabira

A agressão ocorreu no início da noite de inauguração do templo, no dia 21 de abril de 1937, na gestão do pastor Artur Pereira Barros. A ata da igreja descreve: “[...] um grande auditório cuja bancada estava repleta de famílias, inclusive crianças. Foram estes atacados de improviso por fanáticos do Frei Damião [...]. Esse cerco durou mais ou menos três horas, tornando-se mais perigoso quando indivíduos previamente preparados lançavam pedras nos fios desligando a energia elétrica. Nesta ocasião a maior parte do povo arriscando a vida começou a saltar por cima dos muros, permanecendo no templo os pastores e alguns membros [...]”.

Muitos dos agressores gritavam insultos aos crentes, que na época eram chamados de “bodes” pelos católicos. Alguns usavam aquelas túnicas marrom escuras, típicas dos capuchinhos e exaltavam o Frei Damião. No dia seguinte, a quantidade de pedras e paus jogados sobre os crentes totalizava mil e quinhentos quilos, detalha a ata. Alguns evangélicos saíram feridos e a fachada da frente da igreja ficou marcada com centenas de buracos causados pelas agressões.

Será que aqueles que construíram a estátua monumental do frade, há cerca de dois quilômetros de distância dessa igreja congregacional, sabem que o “santo oco” foi o responsável por inflamar e atiçar a multidão de católicos contra os evangélicos?

Em Catolé do Rocha, PB: onde o Frei fez escola

Entrevistamos vários moradores, hoje crentes no Senhor Jesus, que à época das “santas missões” do frade eram católicos roxos. Algumas das muitas frases proferidas pelo Frei Damião e ouvidas por esses irmãos, foram: “Não é pecado perseguir os protestantes pois eles são inimigos da Santa Igreja Católica”; “não ficará nesta cidade nem rastro de protestantes”; “casamento civil é só na Igreja Católica, na protestante não tem nenhum valor, é igual ao ajuntamento de um gato com uma gata”...

“Havia um incentivo dos políticos e da igreja católica para maltratar os crentes”, sentencia Pedro Nunes Neto (um ex-católico que hoje, aos 76 anos de idade, é evangélico).

Pedro Nunes Neto: “Era católico e havia um incentivo da igreja romana para maltratar os crentes”.
Pedro Nunes Neto

Párocos e multidões de católicos foram instigados pelo amargurado Frei Damião que jorrava ódio pelos protestantes. Em Catolé do Rocha, o frade perseguidor perpetuou uma escola já existente de discípulos cruéis.

Ainda hoje, na calçada em frente à Igreja Matriz, existe um busto do Frei Damião de Bozzano, onde alguns devotos fazem seus pedidos.

Antes mesmo do raivoso Frei pisar nestas terras, o Monsenhor Constantino ensinava ao povo de Catolé do Rocha: “Aos protestantes, nós católicos não damos morada, não compramos, nem vendemos coisa alguma, muito menos entregamos correspondência e nem mesmo permitiremos a eles o fornecimento de água”.

O autor na calçada da Igreja Matriz ao lado do busto do frei perseguidor dos evangélicos. Catolé do Rocha, PB.
Igreja Matriz

Naquele tempo, havia uma fonte pública na cidade, conhecida como “O Poço do Vigário”. Dela e de alguns outros poços d’água, em algumas casas de pessoas importantes, o povo em geral tirava água para o consumo em suas casas. No entanto, os evangélicos não podiam mais pegar água. E agora? O que fazer? Onde buscar água para continuar vivendo? Mulheres e crianças protestantes choravam com fome e sede, homens evangélicos angustiados tentavam sair da cidade e o Monsenhor Constantino aproveitava a situação para convocar os crentes a regressarem ao seio da igreja romana. Estou narrando fatos ocorridos no sertão paraibano há cerca de setenta anos.

Mas, o nosso Deus é maravilhoso e tocou no coração de um casal católico (o senhor Hercílio Maia e dona Eleonora) que tinha um poço na sua residência. Eles ficaram sensibilizados com o sofrimento do povo de Deus e liberaram o seu poço para todos os evangélicos. O Monsenhor tentou impedi-los, mas não conseguiu. Então, amaldiçoou o casal, saiu irado e nunca mais os cumprimentou.

Miguel Guedes Bezerra era um católico praticante, mas hoje, com 96 anos, é salvo pelo sangue do Senhor Jesus e bastante lúcido. Bezerra me contou que havia emboscadas dentro do mato para apedrejarem, maltratarem e saquearem os “bodes” que viajassem de Catolé do Rocha para qualquer outro povoado satélite. Porém, mesmo assim a igreja de Cristo crescia.

O quebra-quebra dentro da Igreja Evangélica Congregacional em Catolé do Rocha aconteceu em uma noite de sábado, no mês de junho de 1938, com a autorização do perverso padre Joaquim de Assis. Foi na gestão do pastor Lidônio Fragoso de Almeida. Naquela ocasião estava sendo realizada uma série de conferências sobre o tema “idolatria”, ministrada pelo Rev. Josué Alves de Oliveira, um ex-pastor daquela comunidade.

O pastor Josué Alves de Oliveira pregava sobre a idolatria e escapou pela janela.
Pastor Josué

Dona Maria do Carmo de Paiva Maia, que à época tinha 19 anos, é casada com Miguel Guedes Bezerra, já citado anteriormente. Maria do Carmo, hoje com 87 anos, lembra-se de muito detalhes daquela noite: “Eu era solteira e estava dentro da igreja, momentos antes do culto iniciar. Já tinha observado que um grupo de homens e rapazes começava a se ajuntar do lado de fora da porta da igreja. Por duas vezes, eles se movimentaram como se fossem entrar na igreja, mas não entraram. Na terceira vez, entraram mesmo, gritando insultos. Eles foram até o primeiro banco da igreja, o levantaram bem alto e sacudiram no chão, espatifando-o. Os intrusos fizeram a mesma coisa com o segundo banco. Saí correndo da igreja com medo e o pastor Josué Alves de Oliveira escapou pulando a janela. A algazarra só acabou quando a polícia chegou. Além de quebrarem alguns bancos, portas e a mesa, destruíram também a serafina (uma espécie de órgão antigo)”.

Miguel Guedes Bezerra se converteu na noite em que a igreja foi invadida. Sua esposa estava dentro da igreja na hora da agressão.
Miguel Guedes

Aquela noite marcou para sempre a vida do então católico Miguel Guedes Bezerra (o esposo de Maria do Carmo). Miguel Bezerra nos relatou: “A multidão enfurecida, sendo contida pelos policiais, saiu em caminhões em direção ao povoado de Brejo dos Cavalos (hoje, Brejo dos Santos). Esses homens gritavam: ‘vamos para o Brejo, destruir a igreja dos bodes lá também!’, e partiram em direção àquele povoado. Eu já estava meio tocado com o testemunho de minha irmã, uma nova-convertida ao evangelho, e quando vi aquela cena infame, disse alto e em bom tom: ‘Vocês pensam que vão destruir os protestantes destruindo seus templos, mas não vão mesmo, pois a partir de hoje eu sou mais um deles!’ Me tornei crente no Senhor Jesus naquela noite!”

O pastor Alexandro da Cunha Cruz em frente da atual Igreja Evangélica Congregacional da União, em Catolé do Rocha. A igreja permanece no mesmo local em que foi agredida pelos católicos.
Pastor Alexandro

Marcos Nunes e eu fomos, então, até Brejo dos Cavalos conferir o que aconteceu por lá naquela noite.

De “Brejo dos Cavalos” a “Brejo dos Santos”: “Pode esperar bando de bodes!”

O templo da Igreja Congregacional em Brejo dos Cavalos foi destruído duas vezes.

Elizário Luiz da Costa era quase um sacristão da igreja católica de Brejo e entregava quem era evangélico aos padres. Ele já vinha aterrorizando os protestantes nos dias anteriores à primeira destruição do templo. Passava andando pela frente das residências dos evangélicos e gritava: “Bando de bodes, pode esperar, à noite vai chegar o que é bom para vocês. Vai ser pimenta do seu c..., bé, béé, bééé!”, relatam os irmãos João Alves da Silva e Ricardina Alves da Silva.

Dona Ricardina Alves da Silva, era a filha da zeladora da igreja evangélica e na época tinha 13 anos. Ela nos descreveu os acontecimentos daquela noite: “Era tarde da noite de um sábado, em junho de 1938. Naquela tarde tinha feito com mamãe uma faxina na igreja e deixado tudo pronto para o culto de domingo. Já estava dormindo, quando ouvi os gritos de homens enfurecidos e meu irmão saiu correndo comigo para dentro do mato. No dia seguinte, a igreja estava destruída, bancos e portas quebrados, teto e paredes furados e parcialmente derrubadas. Encontrei a Bíblia e a campainha que ficavam em cima da mesa jogadas dentro de um tanque atrás da igreja”.

Ricardina Alves da Silva era filha da zeladora e recorda das duas vezes em que o templo evangélico foi destruído.
Ricardina Alves

Os fiéis, agora sem templo, passaram a se reunir dentro do mato com medo das represálias dos católicos. Após algum tempo, passaram a se reunir nas suas casas e, finalmente, decidiram reconstruir o templo em regime de mutirão. Antes do templo reconstruído ser inaugurado, veio a nova rebordosa da segunda derrubada.

Era o começo de uma noite chuvosa, de um sábado de dezembro de 1939, um ano e seis meses após a primeira destruição, quando o barulho começou: “Se preparem bando de bodes, hoje vamos matar tudinho”, gritavam os católicos enraivecidos e iniciaram o quebra-quebra.

Ricardina da Silva nos contou: “Dessa vez as paredes da igreja estavam reforçadas e bem mais grossas, espessas. Então eles fizeram uns buracos nas paredes que pareciam umas covas e nomearam cada um dos buracos – essa é a cova do bode fulano, essa é a cova do bode cicrano, e assim por diante. Meu pai foi até lá, ordenou que parassem, mas levou uma surra, foi arrastado até um barreiro, onde o jogaram. Meu irmão, ao ver que papai iria morrer, pegou uma espingarda, e deu um tiro para cima. Os agressores deixaram meu pai lá, fugiram e meu irmão o salvou”. Dessa vez a destruição da igreja foi quase total.

Naquela noite, os crentes apavorados fugiram para dentro do mato, algumas crianças pequenas se perderam na escuridão e só foram encontradas na manhã seguinte.

O medo tomou conta dos evangélicos que decidiram, alguns dias após esse incidente, fugir num caminhão. Partiram para a cidade de Boa Viagem, no Ceará. Durante a viagem, ao descerem uma ladeira, o motorista do caminhão pulou para fora e deixou o veículo descer à deriva. O pau de arara tombou, bateu na ribanceira, mas ninguém ficou ferido. Os homens protestantes correram atrás do motorista desertor, o pegaram e perguntaram porque tinha feito aquilo. O motorista confessou: “O padre me pagou para que pulasse para fora do carro em uma ladeira e deixasse que todos vocês fossem mortos”.

Os evangélicos finalmente chegaram a Boa Viagem, onde abriram novas frentes de trabalhos evangelísticos que existem até hoje.

Com os evangélicos dispersos, o prefeito e o padre do vilarejo de Brejo dos Cavalos decidiram mudar o nome do povoado. Afirmaram: “Já que os cavalos e os bodes (uma alusão aos evangélicos) se foram, só ficaram aqui os santos. De hoje em diante o nome desta cidade passa a ser Brejo dos Santos”.

Meu querido leitor, não pense que a igreja evangélica em Brejo foi pro brejo. Pois não foi, não.

Alguns anos mais tarde, os evangélicos decidiram retornar ao Brejo dos Santos, reconstruíram o templo no mesmo local dos anteriores e reorganizaram a igreja no dia 10 de maio de 1942. Hoje os evangélicos se emocionam em dizer que aqui é Brejo dos Santos, mesmo!

O pastor Edinaldo Alves da Silva em frente do templo reconstruído da Igreja Congregacional em Brejo dos Santos.
Pastor Edinaldo

O pastor Edinaldo Alves da Silva conclui: “Atualmente, nossa igreja reconstruída tem mais quatro congregações, um ponto de pregação, cerca de 20% do povoado é crente no Senhor Jesus e isso nos torna a cidade com maior número percentual de evangélicos no sertão da Paraíba”. Aleluia!

Em Patos, PB: A igreja virou fogueira em noite de São Pedro

Era a semana de festas juninas, entre o “São João” e o “São Pedro”, e o Frei Damião estava em Patos com suas “santas missões”.

O repórter Euricles Cavalcante Macedo, do Jornal Brasil Presbiteriano, em um artigo intitulado “Frei Damião transforma templo presbiteriano em fogueira de São Pedro”, relata: “Frei Damião foi, ao contrário de santo, um implacável perseguidor de evangélicos, um terrorista intolerante, comandante-chefe de uma milícia de fanáticos”.(3)

As igrejas sertanejas, tanto as católicas como as evangélicas, tinham nos seus tetos alto-falantes (que, por essas bandas, chamam de difusoras). Assim, as pessoas do lado de fora das igrejas podiam ouvir as músicas, anúncios e até toda a missa ou culto.

Euclides Cavalcante Macedo, descreve:

Almir da Rocha conta que naquele dia “a Igreja Presbiteriana de Patos – pastoreada pelo reverendo Jônatas Barros de Oliveira, falecido em 96 – estava com o serviço de som externo ligado e tocando, como sempre fazia, músicas evangélicas”. Foi então que o padre Manoel Dutra, pároco local, dirigiu-se ao templo presbiteriano “acompanhado de grande multidão e entrou na igreja dos crentes, determinando que o som fosse desligado e que somente voltasse a funcionar depois que frei Damião deixasse a cidade”. O técnico do serviço de som desligou o aparelho e dirigiu-se à Delegacia de Polícia, onde registrou queixa ao capitão Severino Dias, que autorizou a execução das músicas sacras.

Quando o padre, que executou as ordens do frei Damião, ouviu soarem novamente as músicas evangélicas, “reuniu um novo grupo de fanáticos e dirigiu-se à Igreja Presbiteriana. Mas o capitão Severino desaprovou a atitude do religioso e ordenou-lhes que voltassem para sua igreja”.

No dia seguinte, 28 de junho, o capitão Severino Dias estava exonerado do cargo de delegado de polícia de Patos. O frei Damião, agora, estava livre para agir. Naquele clima de tensão, os crentes ficaram totalmente inseguros.

Eram vinte e duas horas, véspera de São Pedro. O clima de terror já estava instalado na pacata cidade de Patos. Através do serviço de som, anunciava-se que “não ficará nesta cidade nem rastro de protestante”.(4)

Era noite do dia 28 de junho de 1958 e estava tudo pronto para a missa começar do lado de fora da Igreja de Santo Antônio. A presença do Frei Damião arrastou multidões para o local onde o frade, dentro de alguns momentos, falaria de cima de um palanque improvisado.

O povo, anteriormente já instigado e inflamado pela liderança católica contra os evangélicos, partiu em direção à Igreja Presbiteriana em Patos, que ficava a cerca de quinhentos metros de distância, e a destruiu.

Enedina Xavier Inojosa, que na época tinha 30 anos e residia a poucos quarteirões da Igreja Presbiteriana, nos relatou: “Estava dormindo à noite e ouvi algumas explosões – eram mais fortes do que as bombas de São João –, acordei e os vizinhos falavam que tocaram fogo na igreja dos crentes”. Enedina só foi à igreja na manhã seguinte e a encontrou “queimada, suja e quase totalmente destruída”. Perguntei se ela sabia quem tinha mandado os católicos fazerem aquilo e a irmã foi bastante cautelosa: “o povo dizia que foi o Frei Damião e o padre que mandaram, mas eu não posso afirmar isso, pois não vi e nem ouvi, e só fui à igreja no dia seguinte”.

Enedina, ao lado do pastor Ermilton Gonçalves de Barros, em frente da Igreja Presbiteriana em Patos. Reconstruída no mesmo local da que foi incendiada.
Enedina Xavier Inojosa

O fotógrafo profissional Adgerson de Morais Porto, que à época tinha 28 anos, gravou espontaneamente uma entrevista conosco. Ele não perde a oportunidade para afirmar que era “o fotógrafo oficial” dos eventos paraibanos, que fotografou várias inaugurações, inclusive as passagens do então presidente Getúlio Vargas pela Paraíba.

Depois que a turba enfurecida partiu da Igreja Presbiteriana, Adgerson Porto pegou sua câmara fotográfica e foi por conta própria fotografar a bagaceira.

“Era de dar dó. Uma coisa muito triste. A igreja estava toda queimada, por dentro e por fora, o teto tinha vários rombos, nas paredes estavam escritos palavrões e desaforos aos crentes. Toda a bancada, o púlpito, a mesa, as portas e as janelas foram jogadas para fora da igreja e consumidas pelas chamas. Fotografei tudinho e entreguei algumas fotos ao pastor Jônatas Barros de Oliveira e não tenho mais os negativos”.

Arnaldo Ferreira do Nascimento, que na época morava na rua 18, em Patos, participou do motim levando um motor para atiçar fogo na madeira que estava sendo retirada do templo. Arnaldo, algum tempo depois, se converteu e hoje é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, no estado de São Paulo. Glória a Deus!

Após destruírem a Igreja Presbiteriana em Patos, a multidão partiu para destruir a Primeira Igreja Batista em Patos, mas o prefeito José Cavalcante e a polícia chegaram a tempo, impedindo que houvesse uma agressão semelhante. Alguém na multidão ainda jogou umas pedras contra a Igreja Batista, mas logo ouviu-se um disparo de uma arma de fogo, a multidão recuou, decidindo deixar a Igreja Batista intacta, retornando em procissão para “as santas missões” do Frei Damião.

José de Sá com sua esposa Francisca: “O pastor Jônatas passou a pregar exibindo as cinzas da igreja incendiada”.
José de Sá

O pastor Jônatas Barros de Oliveira foi ameaçado de morte e fugiu de trem para a cidade de Pombal. O irmão em Cristo José de Sá lembra-se daquele dia: “Fui eu que apanhei o pastor Jônatas, em fuga, na cidade de Pombal e o transportei de jumento até um sítio. O pastor continuou pregando pelos povoados próximos, sempre levando nas mãos uma latinha com as cinzas da Igreja Presbiteriana em Patos. Ele mostrava as cinzas e dizia: destruíram o templo, mas não a igreja”.

Apenas tornando uma longa história curta, alguns anos mais tarde, o templo foi reconstruído no mesmo local do anterior e hoje a Igreja Presbiteriana em Patos conta com quatro congregações, um ponto de pregação, além de uma escola.

O pastor Ermilton Barros em frente ao Educandário Presbiteriano, pertencente à Igreja Presbiteriana em Patos.
Educandário Presbiteriano

Igual à Igreja Primitiva

Incrível! Onde houve perseguição ferrenha da igreja católica aos protestantes, o evangelho não apenas sobreviveu, mas cresceu com bravura.

Foram dezenas de cidades em Pernambuco e na Paraíba onde os crentes foram perseguidos pelos católicos. Em todas elas, sem exceção, o evangelho triunfou e cresceu. As igrejas destruídas foram reedificadas no mesmo local e delas saíram dezenas de outras igrejas, congregações, pontos de pregações, institutos bíblicos e colégios evangélicos.

Várias vezes, durante as pesquisas por estas plagas do sertão paraibano, Marcos Nunes e eu não conseguimos deixar de associar tudo o que vimos com a perseguição sofrida pela igreja primitiva, após a morte de Estevão, e descrita em Atos 8:1 e 4-8: “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria. [...] Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade”.

Hoje, presenciamos o inverso. Atualmente, a igreja romana, como um lobo em pele de ovelhinha, quer se aproximar dos evangélicos, e mostrar sutilmente que somos muito mais semelhantes do que diferentes. Esse é um perigo enorme, tão assustador quanto uma perseguição! Oh, Deus! Manda-nos de volta outra perseguição! Que caiam as máscaras!

Os dinossauros e o “Troglodita”

A cidade de Sousa, localizada a quatrocentos e quarenta e quatro quilômetros da capital João Pessoa, no alto sertão da Paraíba, é conhecida nacional e internacionalmente como a “Capital Mundial das Pegadas dos Dinossauros”.

Toda aquela região faz parte do conhecido “Vale dos Dinossauros”. Acredita-se que tenha mais de trezentas trilhas de suas pegadas. Respeitáveis paleontologistas da Europa e dos Estados Unidos estão sempre por lá.

O lugar mais conhecido é o Sítio Ilha, localizado a seis quilômetros de Sousa. Lá, com dinheiro do exterior, está sendo montada uma infra-estrutura de Primeiro Mundo: já foi construído até um canal que desviou o curso do Rio do Peixe e expôs no seu leito sedimentado alguns dos mais longos rastros de pegadas dos dinossauros do mundo. A grande atração são cinqüenta e duas pegadas de um iguanodonte ao longo de cerca de cinqüenta metros. Há também várias trilhas menores de pegadas de velociraptor. Vale a pena conhecer os rastros de animais que marcaram nossa terra.

Em Sousa, Paraíba, o autor seguiu os passos do iguanodonte e do Frei Damião que agia como um “troglodita”.
pegadas estátua de Frei Damião

O curioso é que do outro lado da estrada, a cerca de três quilômetros das pegadas dos dinossauros, foi erguida em um monte uma estátua de Frei Damião. Não pude deixar de fazer uma associação: de um lado da estrada os rastros de dinossauros e do outro os de um homem que agia como um troglodita brutal.

O Dicionário Aurélio diz que troglodita é aquele “que vive debaixo da terra ou em cavernas. Pessoa que vive sob a terra”. O Frei Damião de Bozzano era assim, no quesito de agressão aos evangélicos: instigava as massas, mas ficava nas sombras, agia no subterrâneo. É aquele tipo de pessoa que manda matar e quando é pego diz que não tinha nada a ver com o crime.

Minha tese defendida neste artigo é uma só: apesar do Frei Damião de Bozzano nunca ter sido pego apedrejando uma igreja ou surrando um evangélico, com o seu discurso inflamava não apenas os jovens capuchinhos, mas a multidão de católicos para cometerem atrocidades contra nós. Os indícios são fortes de que o frade ficava na moita com o seu sorriso de hiena, instinto de chacais e seus dentes sujos de sangue de protestantes. Em decorrência disso, é minha proposta que a igreja católica suspenda imediatamente o seu processo de beatificação. Uma provável canonização pode comprometer mais ainda a imagem da igreja romana perante os seus fiéis.

O Frei Damião, um grande perseguidor dos evangélicos, pregava: “Não ficará nesta cidade nem rastro de protestantes”.
Frei Damião

Frei Damião de Bozzano pediu votos para Fernando Collor

“Nas eleições presidenciais de 1989, o então candidato Fernando Collor de Mello fez comício ao seu lado em Juazeiro do Norte e distribuiu calendários eleitorais com a figura do frade”.(5)

O Frei aceitou o convite do então presidente Collor de Mello e posou sorridente, em pé entre o presidente e a então primeira-dama, no gabinete no Palácio do Planalto.

“O velho capuchinho chegou a caminhar ao lado do casal Collor numa das cerimônias de descida da rampa do Palácio do Planalto”.(6)

No entanto, vamos esquecer que esse frade era cabo eleitoral de Fernando Collor, pois isso pode denegrir mais ainda sua imagem. Vamos apelar para uma amnésia intelectual, assim como fez recentemente o agora senador Fernando Collor de Mello, ao posar de injustiçado pelo seu impeachment. Como relatou Roberto Pompeu de Toledo, ensaísta da revista Veja: Vamos esquecer “as denúncias do irmão de Collor, os feitos de PC Farias, as extorsões, o caixa dois, a Operação Uruguai, as mentiras, como se tudo não passasse de uma alucinação coletiva do povo brasileiro”.(7)

É melhor também esquecermos a amizade do Frei Damião com Collor de Mello; pode pegar mal tanto para Collor quanto para o frade.

Então, vamos também retirar das nossas mentes as perseguições exercidas pelo capuchinho contra os evangélicos; pois isso pode dificultar sua canonização. Vamos dizer que é uma farsa, uma ilusão coletiva dos protestantes; uma paranóia dos evangélicos. Enfim, teremos um frei incendiário repaginado, um malvado bandido santificado e ninguém envergonhado, pois para a liderança católica é melhor assim.

Conclusão: O perigo do tempo nos fazer esquecer

“Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico, para que não aprendas as suas veredas e, assim, enlaces a tua alma” (Provérbios 22:24-25).

A igreja do papado está desinformada ou ela própria sofrendo de hipomnésia! Quer santificar o papa Pio XII, o padre jesuíta José de Anchieta, a freira Anna Katharina Emmerick (veja o artigo A Paixão de Cristo de Mel Gibson”) e o iracundo Frei Damião, entre outras figuras.

O caso da santificação do Frei Damião de Bozzano é dos mais espantosos deste espantoso Vaticano. Para proclamar a sua canonização, a igreja católica terá de colocar muito verniz em madeira ruim. Espero que em vez de mandar matar o mensageiro das más notícias, a igreja do papado clame por Jesus e se purifique.

Faz tanto tempo que as igrejas evangélicas foram invadidas, os telhados caíram e as bancadas foram incendiadas que ninguém se lembra mais. O tempo da igreja católica, cedo ou tarde, sempre a inocenta.

Instituições arcaicas tendem a cultuar o banditismo. Foi assim com a igreja católica à época da Inquisição, com suas histórias de vomitar: homens, crianças, velhinhos e velhinhas, por qualquer motivo, eram vítimas de torturas, sangue e fogueira. Às vezes, me parece que a igreja católica romana ainda está estacionada nessa fase. Ou existe algum outro motivo para a santificação de um mandante de crimes?

Oro muito ao nosso Deus, pois sei que o assunto aqui colocado é grave e horroroso e não termina em um simples artigo. Oro para que esta matéria seja apenas um rascunho do que acho que deva ser profundamente estudado pelos evangélicos e católicos, antes da canonização do Frei de Bozzano.

O Frei Damião de Bozzano. “Santo” para os católicos e “terrorista” para os evangélicos.
Frei Damião

Coragem, da pátria filhos! Há uma esperança ainda para a nossa nação. A esperança é Jesus, o Santo de Israel (Isaías 41:14). Não há santo como o Senhor (I Samuel 2:2) e é este santo Senhor que nos santifica (Levítico 22:32b) e não uma instituição religiosa, como o Vaticano, e muito menos uma pessoa.

A Bíblia nos ensina que somos cidadãos celestiais e embaixadores de Deus no planeta Terra (I Pedro 2:11-12). Os heróis da fé do Velho Testamento aspiravam uma pátria superior (Hebreus 11:13-16) e deram a própria vida por amor ao Senhor.

Que privilégio Deus nos deu de sermos sal da terra onde estamos, sermos luz do planeta e um bálsamo no açoite deste mundo. Os neo-ilusionistas da liderança católica querem nos fazer esquecer de fatos verídicos e queimar das nossas mentes os arquivos contrários à igreja do papado.

Peço a Deus, que a exemplo daqueles que sofreram perseguições no sertão nordestino, não venhamos a nos esquecer da nossa missão de sermos “sais”, “luzes” e “bálsamos” em uma terra tão idólatra. Peguemos, pois, o bastão dos nossos antepassados e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, anunciando Jesus como o único Salvador e a única solução para os problemas mais íntimos das nossas almas. “Santo, Santo, Santo é o Senhor”, e isso o tempo do Vaticano jamais conseguirá apagar da minha mente. Amém!

Bibliografia:

  1. Pernambuco de A/Z. Biografia do Frei Damião. http://www.pe-az.com.br/biografias/frei–damiao.htm.
  2. Id.
  3. Artigo: “Frei Damião transforma templo presbiteriano em fogueira de São Pedro”, por Euricles Cavalcante Macedo, Jornal Brasil Presbiteriano. Órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo, SP, Agosto de 1997, página 16.
  4. Id.
  5. Artigo: “Longa Agonia. Frei Damião tem morte cerebral aos 98 anos”, Istoé datas, 4 de junho de 1997. http://www.terra.com.br/istoe/datas/144405.htm.
  6. Id.
  7. Artigo: “Dois encontros, um só sentimento”, por Roberto Pompeu de Toledo, revista Veja. Editora Abril, São Paulo, SP, edição 2001, ano 40, número 12, 28 de março de 2007, página 126.
Fonte: Chamada