sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Bíblia é a "Mãe das Heresias?


É comum vermos pessoas usando frases e bordões para expressar seus posicionamentos, e os evangélicos não fogem a esta regra. Porém, algumas formulações são nocivas, misturando verdade com mentira e trazendo confusões e equívocos a quem os toma por verdade. Sendo que há também certos adágios, provérbios e bordões que Deus reprova contundentemente: “Que pensais, vós, os que usais esta parábola sobre a terra de Israel, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor Deus, que nunca mais direis esta parábola em Israel” (Eclesiastes 18.2-4).
Alguns teólogos, pastores e professores cristãos têm, por exemplo, dito por aí que a Bíblia é a mãe das heresias, referindo-se aos grupos hereges e seitas perigosas que dizem se fundamentar nas Escrituras Sagradas para o apoio das mais variadas aberrações doutrinárias e monstruosidades teológicas.
Entretanto, até entendo a intenção que subjaz nesta frase, que é chamar a atenção para o fato de que muitas dessas seitas também gostam de usar a Bíblia, contudo temos que pensar nos leigos e descrentes que, ouvindo uma frase dessas, concluirá que a Bíblia está cheia de erros ou passagens confusas, com ensinamentos falsos e perniciosos para a vida, então não é digna de confiabilidade. Logo, será que essa formulação é puramente saudável a todos os que ouvirem?
Vejamos algumas considerações:
a) A Bíblia é a fonte da verdade. “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre” (Salmo 119.160). Ver também Salmos 19.7-11 e João 17.17.
b) As heresias são originárias dos demônios que usam homens com as obras da carne: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Timóteo 4.1, 2). Ver também Gálatas 5.19-21.
c) Deus é verdadeiro e o homem é mentiroso: “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado” (Romanos 3.4).
d) O diabo é que é o pai da mentira: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (João 8.44).
Se os homens utilizam indevidamente a Palavra de Deus, isso não a torna “mãe das heresias”. A atitude deles só ressalta a mente carnal e corrompida de muitos que não têm o Espírito de Deus (Ver Colossenses 2.18; 2 Coríntios 4.4; Judas v. 19). Assim como uma arma não tem culpa se alguém a utilizar criminalmente, de igual modo a Bíblia não tem que levar a culpa se alguém a interpretar erradamente, recebendo o rótulo de “mãe das heresias”. Lembremo-nos que “o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência” (Provérbios 9.10); “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam” (Provérbios 30.5); e “As Palavras dos SENHOR são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purifica sete vezes” (Salmo 12.6).
Jamais devemos descridibilizar a imagem da Bíblia com frases como esta, relacionando-a a heresias. O problema das heresias está nos homens, que com ou sem influência maligna fazem suas “eisegeses” e distorções prejudiciais, e que o Senhor condena abertamente na Sua Palavra. “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudando os estatutos, e quebrando a aliança eterna” (Isaías 24.5); “Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (deuteronômio 4.2); “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1.19-21).
A frase que estamos estudando, em si só, já é um erro, uma heresia, logo precisa ser refutada e combatida. Já dissera o apóstolo Paulo que as heresias fazem com que os sinceros se manifestem. “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1 Coríntios 11.19). E como disse Martinho Lutero, o único valor positivo das heresias é que elas “servem para que nos apeguemos ainda mais a verdade”
A intenção irônica da frase é boa e reflexiva, porém o modo de expressão é ambíguo, questionável e soa negativo aos leigos, fracos e descrentes. Tenhamos mais cuidado com nossas formulações para que sempre sejam compatíveis integralmente com a Palavra de Deus (Isaías 8.20).
Por, Chrystian S. Benigno.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Quando um pastor comete adultério


POR TODD PRUITT

Pastores, como todos os cristãos, batalham contra o pecado. E, como todos os cristãos, pastores precisam de graça. Mas, quando um pastor cai naqueles pecados que o desqualificam para esse papel de líder espiritual, ele também precisa da correção e prestação de contas da igreja. Ele precisa de palavras e orientação claras, não de mimos sentimentais.
         
Nos últimos meses, diversos pastores bastante conhecidos de várias denominações têm reconhecido que cometeram adultério. Eu não tinha planejado comentar isso. De fato, depois de uma dessas quedas públicas, eu pensei comigo mesmo: “Nem chegue perto desse assunto!”. Entretanto, o problema de permanecer em silêncio é que muitas das respostas a essas falhas públicas, infelizmente, têm sido equivocadas e potencialmente perigosas. Além disso, algumas das confissões desses pastores têm sido, sendo bastante franco, completamente inadequadas e até enganosas.

Adultério é a violação mais brutal do laço conjugal. De fato, a violação do adultério é tão grande que Deus, que odeia o divórcio, o permite em casos de adultério. O adultério corrompe relacionamentos e arruína famílias inteiras. Quando um pastor comete adultério, as consequências são exponencialmente mais destrutivas. Quer ele ache que isso é justo ou não, o pecado sexual abre portas para o escárnio do evangelho. O pastor adúltero provoca incontáveis danos ao testemunho público da igreja e invocar a graça e soberania de Deus não pode aliviar ou, de alguma forma, diminuir esse fato.

Em pelo menos algumas denominações presbiterianas, os pastores fazem votos públicos de não apenas guardar a doutrina da confissão de suas igrejas, mas de viver vidas exemplares. Quando aqueles votos são flagrantemente violados, deve haver um reconhecimento correto do pecado e clara evidência de arrependimento. De outra maneira, a graça é escarnecida e o pecado, trivializado.

Enquanto eu considerava essas situações lamentáveis e uma particular declaração pública de um pastor que recentemente caiu, eu juntei umas poucas reflexões:

1. O pecado é sério, principalmente porque é uma ofensa contra Deus.

Os evangélicos têm se tornado tão impregnados com linguagem e categorias terapêuticas que mal parecem conseguir ver o pecado como algo mais que uma questão privada de crescimento pessoal. Em outras palavras, os evangélicos contemporâneos parecem não mais entender o pecado como uma ofensa contra Deus e um insulto à graça de Cristo. Mesmo em círculos (mais ou menos) reformados nós somos ensinados que “somos livres para pecar três vezes”. (N.T.: Referência ao livro Three Free Sins, em que o autor defende que os crentes preocupam-se demais com a obediência e não conhecem direito a graça de Deus. O autor pergunta: “o que você faria se você pudesse pecar três vezes sem algum custo?”)

O Rei Davi era um grande pecador, mas ele foi e permanece o modelo essencial do correto arrependimento. O Salmo 51 é sua oração de arrependimento após o profeta Natã confrontá-lo por seu adultério e assassinato. Incidentalmente, Natã não correu até Davi para dizer: “Você pecou, mas não se sinta mal porque, você sabe… graça!”.

Hoje, quando um pastor querido e conhecido cai em pecado sexual, é de mau tom realmente lamentar pelo que esse pecado fez à reputação de Jesus e ao testemunho da igreja. Qualquer declarações públicas devem ser limitadas a expressões de graça barata para o pastor, esteja ele arrependido ou não.
Mas, quando Davi se arrependeu, ele deu expressão àquele aspecto mais hediondo do seu pecado.

Contra ti, só contra ti, pequei
e fiz o que tu reprovas,
de modo que justa é a tua sentença
e tens razão em condenar-me.  (Sl 51.4)

Nós podemos querer criar evasivas com Davi usando o fato de que seus atos foram, de fato, contra outros também. Entretanto, o ponto da confissão de Davi é que o pecado é, antes de tudo, contra Deus. Isto é, enquanto o pecado quase sempre tem efeitos deletérios sobre outras pessoas, é mais do que tudo, um motim contra Deus.

2. O mundo é um campo de batalha espiritual.

“…o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” (Gn 4.7). Essas palavras direcionadas a Caim devem ecoar nos ouvidos de todos os crentes e, especialmente, daqueles que são pastores. Nosso inimigo que é semelhante a um ladrão, um mentiroso, um assassino, um anjo de luz, um enganador, um leão ameaçador e, pior, não tira férias. Ele está lutando com toda a fúria de um tirano derrotado. Não sejamos surpreendidos pela ferocidade da batalha ou a astúcia de Satanás.

Pastores não deveriam apenas não serem surpreendidos pelo calor da batalha; eles devem esperar por isso. Sua posição não os isola das flechas do inimigo. Na verdade, o fato de que a reputação deles impacta a reputação de Cristo deveria levá-los a muito temor. Pastores são alvos em movimento numa guerra espiritual.

Não escute aqueles que, embora insistindo na beleza da justificação, nada dizem sobre santificação. Não escute aqueles que zombam de chamados à santidade como se tais apelos fossem, por natureza, legalistas. Eu creio que nós podemos seguramente concluir que valorizar demais a santidade não é o principal problema dentro das igrejas evangélicas.

3. Nós não somos tão fortes quanto pensamos.

Nenhum de nós chegou ao fim. Todos os crentes, não importa quão maduros, continuarão a batalhar contra o pecado interno até o glorioso dia em que veremos Jesus. Mas, até esse dia, nenhum cristão é intocável. O pecado nos atrairá e prometerá o que ele não pode dar. Nós devemos ter opiniões muito modestas sobre nossas forças contra tais tentações. Quando um pastor falha, não permitamos nem por um momento que nos lisonjeemos com a ideia de que estamos acima desse pecado.

4. Meu coração é enganoso.

Quando um pastor cai, há algo em meu coração que quer dizer: “Eu jamais farei isso!”. E, dependendo de quem tombou, eu escuto uma voz em mim que diz: “Eu sabia que esse cara era esquisito!”. É claro, essa voz em mim sou eu.
É um lembrete de que eu devo diariamente mortificar a tentação de me estimar demais.

5. Chame o pecado pelo nome.

Quando se trata de dar nome ao pecado, nós somos os mestres do eufemismo. Nós queremos suavizar a realidade do pecado chamando-o de outra coisa. Mas, nenhuma análise nossa pode ignorar o fato de que o pecado é tão maligno que exigiu o derramamento de sangue. O pecado é tão ruim que, para pecadores como nós sermos perdoados, Jesus teve de ser nosso substituto para suportar a justa ira de Deus em nosso favor. Nós mostramos desdém por esse  sacrifício estonteantemente belo quando criamos eufemismos para o pecado usando palavras como imperfeição, engano ou relacionamento inapropriado.

6. Não racionalize seu pecado. 

“Minha esposa estava mal, então procurei conforto nos braços de outro” não é arrependimento. Novamente, nós aprendemos com a confissão de pecado de Davi – “meu pecado”, “minhainiquidade”, “pequei, e fiz o que é mal à tua vista”, etc. Não há uma boa razão para um pastor cometer adultério. Não há nunca um fator mitigador que, de alguma forma, torna o adultério um ato razoável ou compreensível.

7. Sim, doutrina realmente importa.

Pastores ao longo de todo o espectro teológico caem em pecado sexual. Liberais e conservadores, batistas e presbiterianos, carismáticos e católicos têm manchado o nome de Cristo com seu pecado sexual. Assim, nenhum sistema doutrinário ou erro pode ser culpado pelo problema do adultério entre pastores. Ainda assim, uma doutrina da santificação robusta é vital para a saúde espriritual. Um sistema teológico que ignora em grande medida os imperativos da Escritura e deixa pouco espaço para uma busca deliberada da santidade priva os homens de um dos principais meios que Deus usa para conformá-los a Cristo. A teologia dos Três Pecados sem Custo não consegue nem pode promover santidade entre o povo de Deus.

8. Romanos 6 ainda vale.

“Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De forma alguma! Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (v. 1-2).

Sim, nós somos perdoados em Cristo. Sim, nós somos justificados completamente pela vida, morte e ressurreição de Jesus. Não, não há nada que possamos fazer para perder nossa justificação. Nós devemos pregar essas verdades. Nós devemos viver nessas verdades. Mas essas benditas realidades não devem jamais ser usadas como licença para pecar ou minimizar a necessidade de arrependimento quando pecamos.

O mesmo homem que escreveu Romanos 8 também escreveu Romanos 6. O mesmo Jesus que cancelou a maldição do pecado também derrotou o poder do pecado. O pecado já não é nosso comandante. Em Cristo já não somos totalmente depravados. Nosso ser caído está, pelo poder de Cristo, sendo remendado.

9. Pastores presbiterianos deveriam ser presbiterianos na prática.

Conselhos e presbitérios existem por uma série de motivos, um dos quais é prover comunhão, encorajamento e prestação de contas para os pastores. Quando um pastor presbiteriano não se envolve fielmente (seja porque ele é famoso ou “ocupado” demais) com a estrutura oferecida pelo governo presbiteriano, então ele está removendo de sua vida um dos meios que o Senhor proveu para sua saúde espiritual e emocional.

10. Cristianismo de celebridade é perigoso.

A cultura de celebridade invadiu a comunidade “reformada” tão claramente quanto invadiu o evangelicalismo geral. Isso tem sido desastroso. Ter fãs é uma coisa perigosa para pastores. Amigos? Sim! Pessoas que o encorajam? Sim! Mas fãs são perigosos porque fãs estão atrás de algo. Fãs estão atrás do esplendor da fama de seu herói. Fãs nunca dirão aquela palavra dura ou farão aquela pergunta inconveniente.

Incidentalmente, o presbiterianismo corretamente aplicado torna o status de celebridade algo bastante difícil de um pastor alcançar. É assim porque, na teoria, uma igreja presbiteriana rodeia o pastor com homens que cuidam dele, em parte criando limites saudáveis, lembrando-lhe de suas limitações e fazendo ele prestar contas de seu chamado. Seus irmãos no conselho e no presbitério são seus amigos, não seus fãs.

Pastor que caiu em pecado, seja discreto. Em nome de tudo o que é decente, saia das redes sociais. Nós não precisamos de seus tweets triunfantes sobre as grandes coisas que você está aprendendo sobre a graça após violar seus votos mais sagrados. Você não é mais uma marca. Na verdade, você nunca deveria ter sido uma marca. Você deu aos escarnecedores uma grande razão para profanar o nome de Jesus. Você tem amontoado zombaria sobre a igreja. Para de agir como se você ainda tivesse uma plataforma legítima da qual ensinar. Você pode demonstrar a autenticidade de seu arrependimento ao silenciosamente colocar-se sob a autoridade de uma igreja onde você humildemente pode aprender anonimamente.

11. Nem todos os pecados são iguais.

Enquanto é verdade que todos os pecados são igualmente condenatórios, nem todos os pecados promovem danos iguais nesta vida. Nós sabemos disso a partir da Escritura e da experiência. Por exemplo, há certas virtudes que devem caracterizar as vidas dos bispos (1 Tm 3; Tt 1) precisamente porque há certas exigências morais colocadas sobre aqueles que exercem o episcopado na casa de Deus. Gloriosamente, se um pastor que comete adultério arrepende-se, ele pode e deve ser restaurado à comunhão da igreja. De fato, recusar a restauração de um pecador arrependido é um pecado grave. Mas comunhão e serviço dentro da igreja são muito diferentes de ter a responsabilidade da liderança espiritual. Restaure o adúltero arrependido à comunhão. Mas ele se desqualificou para ser um pastor. Jesus removeu a maldição do pecado. Mas enquanto nós estivermos abaixo do céu, devemos ainda suportar muitas das consequências temporais do pecado.

Adultério é um desastre moral. Arruína reputações. É, nas palavras de John Armstrong, “a mancha que fica”. O pastor que cai em adultério desqualificou-se em virtude do fato de que ele não tem mais boa reputação. O fato de que existem muitos que creem que o adultério não desqualifica um homem do ofício de pastor (ou presbítero) reflete mais o discernimento dessas pessoas que a real natureza do adultério

Traduzido por: Josaías Jr. Em: Reforma 21

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O QUE DEVO PENSAR DESSES HOMOSSEXUAIS QUE PROVOCARAM OS CRISTÃOS NA ULTIMA PASSEATA GAY?


sábado, 23 de maio de 2015

Subscrição Confessional

O 24º concílio das Igrejas Reformadas do Brasil testemunha o Pastor José Pereira assinando a Forma de Subscrição em 04/05/2015.
          As igrejas cristãs há mais de mil anos confeccionam credos e confissões para resguardar a unidade na fé (Ef 4.1-5). Chegando ao tempo da Reformada e mais diretamente ligado a nossa história reformada, vemos que João Calvino (1509-1564) entendeu bem o valor das confissões para a unidade da igreja. Por isso, uma das primeiras coisas que ele fez quando começou seu ministério em Genebra (Suíça) foi escrever uma Confissão de Fé. As igrejas na França foram pelo mesmo caminho em seu primeiro Sínodo (1559). Neste sínodo elas aceitaram uma Confissão de Fé comum. As Igrejas Reformadas do Sul da Holanda (hoje Bélgica) da mesma maneira aceitaram a Confissão de Fé Belga no seu primeiro Sínodo (Armentieres, 1563). As Igrejas das províncias do Norte da Holanda fizeram também o mesmo no seu primeiro Sínodo (Enden, 1571). Elas rapidamente adotaram a Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. Todo esse testemunho histórico mostra como as igrejas de Cristo valorizam a pureza da doutrina e qurem manter a igreja segura na unidade na Fé.


          A subscrição dos credos e confissões é um antigo dever dos oficiais. Sobre os oficiais recai maior peso de manter segura a pureza e a unidade na Fé. E, por isso, os homens ordenados têm o dever de subscreverem a Forma de Subscrição quando são ordenados ou antes de começarem o exercício no ofício deles. A prática da subscrição confessional é antiga. Durante as primeiras décadas da Reforma do Século XVI as igrejas da Holanda não tinham uma Forma de Subscrição. Os ministros faziam apenas uma declaração verbal de concordância e depois uma simples subscrição foi usada, que não mostrava um compromisso muito claro com as Confissões. Mas, com o passar do tempo, apareceu a necessidade das igrejas reformadas estabelecerem uma Forma de Subscrição que firmasse o compromisso e concordância plena dos oficiais com as Confissões Reformadas.



          No início do ano 1608 um Concílio Regional na Holanda (Alkmaar) considerou que seria importante uma Forma de Subscrição mais bem elaborada que desse segurança à igreja contra as heresias. Essa Forma de Subscrição continha uma declaração de plena concordância com o Catecismo de Heidelberg, a Confissão de Fé Belga. Essa forma trazia uma promessa que obrigava os seus assinantes de “manterem a doutrina neles contidos e que eles abertamente rejeitavam todas doutrinas que se opusessem ao Catecismo e a Confissão de Fé Belga”. Essa Forma do Concíio Regional foi adotada (com certas modificações) por outras assembléias eclesiásticas (concílios e sínodos).
A necessidade de compromisso com as confissões se mostrou mais urgente por causa dos Arminianos (seguidores de Jacó Armínio: 1560-1609). Tanto Armínio como os ministros arminianos subscreveram a Confissão e o Catecismo de Heidelberg, mas continuaram expressando suas idéias contrárias a doutrina reformada, especialmente, contra a doutrina da eleição (Confissão de Fé Belga Arts. 16 e 17).



          O Grande Sínodo de Dort (1618-1619), o mesmo que tratou e condenou a doutrina dos arminianos, adotou uma forma de subscrição e definiu que ministros e os professores das Universidades teriam que assinar essa forma (Art. 53 do Regimento de Dort). Assim, os oficiais e professores se comprometem com a fé bíblica ensinada nas Três Formas de Unidade: Confissão de Fé Belga, Catecismo de Heidelberg e os Cânones de Dort.



          A Forma de Subscrição adotada pelas igrejas no Grande Sínodo de Dort foi com o tempo sofrendo pequenas adaptações. Hoje a Forma que os oficiais das Igrejas Reformadas do Brasil assinam tem a mesma natureza. E todos oficiais dessas igrejas são conscientes das suas responsabilidades e dever de defender a doutrina bíblica registradas em nossos credos e confissões.
O Regimento das igrejas reformadas diz o seguinte sobre o dever da subscrição:


         "ARTIGO 21. Subscrição da Confissão
         Todos os ministros da palavra, presbíteros e diáconos subscreverão as confissões das Igrejas                Reformadas do Brasil, assinando a forma adotada para este fim. Quem recusar a subscrevê-la              não será ordenado ou instalado ou será imediatamente suspenso do seu ofício pelo conselho, e            os concílios não o receberão como delegado. Se um oficial persistir na sua recusa, será deposto            de seu ofício."

Por: Adriano Gama.

terça-feira, 31 de março de 2015

Caruaru - História da minha cidade


       Devido à sua posição geográfica favorável, no coração do Agreste, passagem obrigatória do transporte de gado do Sertão para o Litoral, logo se estabeleceram diversas propriedades agropastoris. Os donos das terras onde hoje se situa o município eram os "Nunes dos Bezerros", assim denominados em virtude da curta distância entre a fazenda e a paróquia de Bezerros. Admite-se que os Nunes eram remanescentes dos antigos concessionários daquelas terras, quando foram distribuídas como sesmarias. Os Nunes haviam adotado um casal de órfãos, sendo o menino, José Rodrigues de Jesus. Em virtude de desentendimento com a família, ele se apossou das terras que lhe cabiam por herança, a leste e a sudeste da fazenda dos Nunes. 

          Com vinte anos já era um senhor poderoso e residia com a mulher – Maria do Rosário de Jesus – numa vivenda, a Casa Grande, no local denominado Caruaru. Com licença do Bispado de Olinda, em 1781, construiu a capela de Nossa Senhora da Conceição, que contribuiu para o surgimento de uma feirinha semanal e passou a ser ponto de convergência de novos moradores, iniciando-se assim o povoamento da região. Documentos de 1794 comprovam a existência desse povoado, "possuindo crescido número de casas", já conhecido com a mesma denominação atual.19 Em 1834, Caruaru figurava como 7º distrito de paz de Bonito, conforme ofício datado de 8 de novembro desse ano, enviado pela Câmara de Bonito ao Conselho do Governo de Pernambuco. 

          A Lei Provincial nº 133, de 6 de maio de 1844, criou o distrito de São Caetano da Raposa, anexado ao município de Caruaru (alguns documentos mencionam essa lei como sendo do dia 2 de maio). Em 1846, o missionário frei Euzébio de Sales, capuchinho da Penha, iniciou a construção da Igreja Matriz, hoje catedral. Reconstruída duas vezes, a última em 1883, a igreja ganhou, nesse ano, o sino que ainda hoje existe no local, o maior ex-voto da região, promessa de Francisco Gomes de Miranda Leão, que fez transportar a oferenda em lombo de animais, de Tapera a Caruaru, onde a população recebeu com entusiasmo. Em 16 de agosto de 1848, a Lei Provincial nº 212 elevou Caruaru à categoria de vila, com território desmembrado de Bonito. Essa lei transferiu a sede da freguesia de São Caetano da Raposa para Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, para onde também foi transladada a sede da comarca de Bonito. O art. 3º da mesma lei dividiu a comarca em dois municípios, compreendendo o primeiro as freguesias de Caruaru, Bezerros e Altinho, e a segundo município, as cidades de Bonito e Panelas.20 A Câmara foi instalada no dia 16 de setembro de 1849, segundo ofício enviado ao presidente da província; quem a instalou foi o presidente da Câmara de Bonito, Francisco Xavier de Lima. O primeiro vigário da freguesia foi o padre Antonio Jorge Guerra, que a instalou no dia 28 do mesmo mês e ano. 

           Em 18 de maio de 1857, a Lei Provincial nº 416 elevou a vila de Caruaru à categoria de cidade e sede do município e em 20 de maio de 1867, a Lei Provincial nº 720 criou a comarca de Caruaru, a qual foi classificada de 1ª entrância pelo Decreto nº 3.978, de 12 de outubro do mesmo ano; o primeiro juiz de Direito foi o dr. Antonio Buarque de Lima. Em 13 de novembro de 1872, o Decreto nº 5.139 classificou-a como de 2ª entrância.21 Tornou-se município em 1º de março de 1893, com base no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 3 de agosto de 1892. O primeiro prefeito eleito foi o major João Salvador dos Santos. Em relação anexa ao ofício do prefeito para o Secretário do Governo, com data de 26 de maio de 1893, declara-se que o município fora dividido em três distritos administrativos: Caruaru (sede municipal), Carapotós e São Caetano da Raposa. Caruaru se converteu em município, sendo o segundo do agreste pernambucano, pelo projeto nº 20, criado pelo deputado provincial Francisco de Paula Baptista (1811-1881), defendido em primeiro debate em 03 de abril de 1857 e tornando-se concreto, depois de aprovação sem debate, em 18 de maio do mesmo ano, com a assinatura da Lei Provincial nº 416, pelo então vice-presidente da província de Pernambuco, Joaquim Pires Machado Portela.

        Ao passar das décadas, a cidade se desenvolveu e a antiga Vila do Caruru atualmente é conhecida por colecionar vários títulos, como “Capital do Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”, dentre outras alcunhas, fazendo analogia ao cenário de sua importância política-econômica no cenário do Estado de Pernambuco. O desenvolvimento do município teve seu apogeu a partir de 1896, após a construção da Great Western, a linha férrea que conecta a cidade à capital pernambucana. Pelos seus trilhos era escoada a produção agrícola, além das mercadorias de sua tradicional feira. Iniciada em 2001 pelo governo pernambucano, a duplicação da principal rodovia que dá acesso ao município, a BR-232, foi crucial para a industrialização da sua economia e o crescimento do setor de serviços, já que com a nova rodovia o número de turistas em dada época do ano era maior, visto que a duplicação trouxe uma redução no tempo de viagem e mais segurança. O primeiro trecho das obras foram iniciadas no sentido Recife-Caruaru e concluídas em 2003, quando foi dado início a outro trecho, Caruaru-São Caetano.


        A Feira de Caruaru é um importante mercado ao ar livre da cidade brasileira de Caruaru em Pernambuco. Na feira são vendidos produtos das mais variadas naturezas, desde frutas, verduras, cereais, ervas medicinais, carnes, bem como produtos manufaturados como roupas, calçados, bolsas, panelas e outros utensílios para cozinha, móveis, animais, ferragens, miudezas, rádios, artigos eletrônicos e importados. Considerada uma das maiores feiras ao ar livre do país, a Feira de Caruaru atrai pessoas de todo o Nordeste brasileiro. A feira foi considerada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio imaterial do Brasil.1

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caruaru

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quarta Assembleia Geral da Fraternidade Reformada Mundial - World Reformed Fellowship - WRF







A Quarta Assembleia Geral da Fraternidade Reformada Mundial vai acontecer no Brasil entre os dias 23 e 27 de março.

A Fraternidade Reformada Mundial (World Reformed Fellowship - WRF), congrega não somente igrejas, mas outras instituições. A orientação da WRF é evangélica e expressa um forte compromisso com as confissões históricas da tradição reformada.

O tema do evento será “Teologia Reformada e a Missão de Deus no século 21: questões críticas enfrentadas pela Igreja”. Para falar sobre temas como ativismo gay, liberdade religiosa, islamismo, abuso de mulheres, tráfico humano, abuso sexual de crianças em ambientes religiosos, trauma sexual, tráfico sexual, evangelho da prosperidade e ministério aos pobres foram convidados 30 líderes reformados de diversas nacionalidades.
Entre eles Davi Charles Gomes (Brasil), Augustus Nicodemus (Brasil), Phillip G. Monroe (Estados Unidos), Rick Oakes (Estados Unidos), Chris Wrigth (Inglaterra), Andres Garza (México), Raju Sundas (Nepal), Sasan Tavasoli (Irã) e outros.
A Assembleia vai acontecer no Holiday Inn, Parque Anhembi, em São Paulo e as inscrições devem ser feitas pelo site oficial do evento onde também é possível conhecer a programação e a lista completa dos preletores.
Informações e Inscrições: http://cpaj.mackenzie.br/conferenciawrf

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

William Cowper, um santo abatido pela depressão



William Cowper entrou em profunda depressão com medo de fazer um exame. (William Cowper retratado por Lemuel Francis Abbott)

Deus ...
... move-Se de forma misteriosa
Na realização dos Seus milagres;
Ele planta os Seus passos no mar
E vem cavalgando a tempestade.

William Cowper, que escreveu esse hino “God Moves in a Mysterious way”, nasceu em Berkhamstead, Herford, na Inglaterra, neste dia, 26 de novembro de 1731. A sua vida foi cheia de angústia pessoal. Aos cinco anos, a sua mãe morreu-lhe. Aos 10 anos, o seu pai enviou-o para um internato onde viveu uma vida horrível e cheia de desapontamentos. E, William, uma criança tímida e sensível, foi tratada com grande crueldade por um rapaz mais velho. Atualmente a tão discutida agressividade infantil, o bullying! Também muitas outras das suas experiências escolares lhe foram dolorosas. Aos dezoito anos, William começou a estudar Direito e apaixonou-se pela sua prima Theodora Cowper, mas o seu pai não aprovava o namoro. Nenhum deles jamais se casou.

Após concluir os estudos de direito ele exerceu a profissão por algum tempo. Posteriormente, foi-lhe oferecido trabalho no ministério da justiça para o qual ele teria de ser examinado. William tinha tanto medo de ter de responder a perguntas e não corresponder, que entrou num acesso de loucura.

Assim, aos 32 anos desistiu do sonho de ser magistrado em consequência de uma profunda depressão, que o levou a tentar o suicídio muitas vezes. Tentou pular no rio Tamisa, mas foi impedido; ingeriu veneno, porém, foi encontrado a tempo por alguém que o socorreu; atirou-se sobre uma faca, mas a lâmina quebrou-se com o peso do seu corpo; tentou enforcar-se, contudo um vizinho encontrou-o e cortou a corda antes que ele morresse; tomou muitos comprimidos anti-depressivos, mas foi salvo pela sua empregada doméstica. Sofrendo de depressão aguda e profunda inquietação mental, beirando-se da loucura, William Cowper voltou-se cada vez mais para Cristo.

Depois de um tempo num asilo privado, Cowper recuperou a razão. Após várias das suas tentativas de suicídio, lendo a Bíblia no jardim da sua casa, uma passagem o marcou: “Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus.” (Rm 3:24-25 ACF) O Espírito Santo actuou no seu coração através daquelas palavras e ali mesmo iam Cowper rendeu-se a Cristo, sendo salvo dos seus pecados. O próprio Cowper afirma: “Não sei como, mas num momento, recebi poder para crer e o sol da justiça brilhou no meu coração. Vi claramente a suficiência do sacrifício feito por Cristo; o perdão através do Seu sangue; a completa e ampla justificação.”

Cowper mudou-se para a cidade de Olney, onde John Newton, o ex-traficante de escravos, era pastor. Logo eles se tornaram amigos íntimos. Em 1771, Newton ficou preocupado com o aumentar da melancolia de Cowper. Na esperança de levantar o seu ânimo, mantendo-o ocupado, Newton sugeriu que ele e Cowper publicassem um livro de hinos. O próprio Newton escrevia hinos para ilustrar os seus sermões de domingo. “Amazing Grace” é um desses 280 hinos que ele escreveu para essa colectânea que depois de publicada ficou conhecida como o Hinário dos “Hinos Olney.” Cowper escreveu 68 dos hinos desse Hinário, como “Oh for a closer walk with God”, “God moves in a mysterious way” e “There is a fountain filled with blood.”

Os “Hinos Olney” apresentaram a poesia de Cowper pela primeira vez ao mundo. William Cowper cultivou na sua obra poética uma sensibilidade reflexiva e uma melancolia desconhecidas nas gerações anteriores. Cowper continuou a escrever poesia e tornou-se famoso. Ele é considerado um dos fundadores do movimento romântico Inglês. O seu texto “John Gilpin” é um dos favoritos das crianças de língua inglesa. Numa das suas mais comoventes poesias, “The Task”, Cowper continuou a louvar o seu Criador. Ele disse uma vez que, de todos os dons que Deus nos dá, Deus, Ele mesmo, é o maior. No entanto, como ele se aproximava da morte (não nos aproximamos nós?), o seu estado mental melancólico reafirmou-se e ele convenceu-se de que ele era uma das almas, que estavam predestinadas à condenação eterna, isto, talvez fruto da sua educação infantil. Um poema intitulado “The Castaway”, ilustra claramente estas suas apreensões.

William Cowper, poeta e compositor de hinos, inglês do século XVIII, lutou contra sucessivas crises depressivas ao longo da sua vida. Talvez seja por isso que os seus hinos ainda hoje nos tocam profundamente quando a nossa vida parece rodopiar fora de controlo e nós desejamos desesperadamente confiar em Deus.

Um dos hinos mais conhecidos de Cowper, “God moves in a mysterious way,” (Deus move-Se de forma misteriosa) contem estas palavras animadoras:

Vós, santos temerosos, tomai novo alento
As nuvens que tanto vos atemorizam
São abundantes em misericórdia
E irromperão em bênçãos sobre vossas cabeças.

Imaginamos com frequência que os cânticos triunfantes da fé cristã são escritos por pessoas que já venceram as dificuldades da vida. Mas o livro dos cânticos da Bíblia, os Salmos, recorda-nos os lamentos atribulados de David, e de todos os santos de todas as épocas: “Até quanto Te esquecerás de mim, Senhor? Para sempre? Até quando esconderás de mim o Meu rosto?” E depois da grossa borrasca, as aleluias: “na Tua salvação meu coração se alegrará. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.” (Sl 13:1,5-6). William Cowper compôs alguns dos seus hinos mais consoladores por causa da dor da depressão. À semelhança de David, Cowper e de tantos outros crentes, Deus pode transformar os nossos momentos mais difíceis em benefícios espirituais para nós mesmos e para os outros filhos de Deus. Em cada luta, que seja mental, física, emocional ou espiritual, o nosso desafio é passarmos do medo de sermos suplantados para a confiança que Deus já suplantou. Cowper não achou que fosse fácil, mas ele descobria nessas ocasiões, de cada vez, que Deus era maior do que ele alguma vez tinha imaginado.

William Cowper, um santo abatido pela depressão, nascido a 26 de novembro de 1731, em Berkhamstead, Herford, Inglaterra e falecido em 25 de abril de 1800, em East Dereham, Norfolk, Inglaterra, foi um poeta cristão inglês.

Carlos António da Rocha
http://no-caminhodejesus.blogspot.com/

Conferência Reformada: Adoração em Espírito e em Verdade


Adoração em espírito e em verdade: No seu diálogo com a mulher samaritana em João 4, Jesus nos ensina algo muito importante sobre a verdadeira adoração que devemos oferecer a Deus (ver Jo.4.20-24). Não importa o lugar, mas sim adorar a Deus em espírito e em verdade. O que significa adorar a Deus em espírito e em verdade?

Adorar a Deus em espírito: Adoração orientada pelo Espírito Santo que nos leva a uma adoração sincera que flui de um coração puro e desejoso de glorificar a Deus. Quais os motivos que nos levam a adorar a Deus? Buscar interesses próprios? Agradar as pessoas? Ou glorificar a Deus e dar graças por sua salvação? Se nosso corpo está no templo e nosso coração longe do Senhor, então não estamos adorando a Deus em espírito, mas com hipocrisia. Adorar em espírito é também adorar a Deus com reverência e santo temor (Sl. 2.11; Sl. 95.6).


Adorar a Deus em verdade: Adorar a Deus de acordo com a verdade da sua palavra. Devemos adorar a Deus não conforme nossas idéias e pensamentos, mas conforme os princípios e as regras que ele estabeleceu para nós na sua palavra. Adorar a Deus em verdade hoje não é mais seguir literalmente o culto do AT (lugar e cerimônias), mas prestar um culto ao Senhor de forma simples, reverente e ordeira conforme a igreja primitiva no NT (At.2.42; I Co. 14.40). É claro que temos de levar em consideração a continuidade do culto a Deus no AT e NT. A aliança de Deus é única e a igreja é a mesma. Mas temos de entender que muitos elementos do culto do AT foram cumpridos em Cristo e não se aplicam literalmente a nós hoje. Mas podemos aprender deles acerca de como adorar a Deus corretamente. Não precisamos mais subir ao templo de Jerusalém e oferecer sacrifícios de animais nem de um sacerdote humano que interceda por nós. Cristo é Nosso Cordeiro e Sacerdote. Ele rasgou o véu com o seu sangue e nos deu livre acesso para nos apresentarmos diante do trono da graça de Deus em adoração. Por que precisamos das sombras, se temos o significado real diante dos nossos olhos? (ver Confissão Belga, artigo 25). (Extraído do Artigo: Elementos do Culto Reformado, Por. Rev. Elissandro Rabêlo)
Confissão Belga - Artigo 25
Cristo, o cumprimento da lei Cremos que as cerimônias e os símbolos da lei terminaram com a vinda de Cristo, e que todas as sombras foram cumpri-das,de modo que o uso delas deve ser abolido entre os cristãos. Contudo, a verdade e a substância delas permanecem para nós em Jesus Cristo, em quem foram cumpridas.No entanto ainda usamos os testemunhos tirados da Lei e dos Profetas, para nos confi rmar nas doutrinas do Evangelho e para ordenarmos a nossa vida com toda honradez, conforme a vontade de Deus e para a Sua glória.3
(1. Mt 27.51; Rm 10.4; Hb 9.9, 10. 2.Mt 5.7; Gl 3.24; Cl 2.17. 3.Rm 13.8-10; Rm 15.4; 2Pe 1.19; 2Pe 3.2.)