domingo, 28 de outubro de 2012

História da Igreja Reformada no Brasil (IRB)


As Igrejas Reformadas no Brasil: primeira igreja evangélica no país (1555-1558)
Em 1555, iniciou-se uma colônia francesa na baía da Guanabara, onde hoje se encontra a cidade de Rio de Janeiro. Em 1557, chegou um grupo de cristãos reformados, junto com vários pastores mandados pelo reformador João Calvino. Assim os primeiros cultos evangélicos em nosso país foram celebrados no Rio de Janeiro, por uma Igreja Reformada francesa.

A Igreja Reformada da Baía da Guanabara: primeiros mártires brasileiros (1558)
Infelizmente, os reformados foram traídos e perseguidos pelos romanistas franceses, e assim a Igreja Reformada foi dizimada. Os primeiros mártires brasileiros pelo evangelho do Senhor Jesus Cristo foram membros da Igreja Reformada. Antes de morrerem, eles escreveram a Confissão da Guanabara—a primeira confisssão de fé do Novo Mundo.

As Igrejas Reformadas No Nordeste: primeira igreja missionária do país (1630-1654)
Muitos conhecem o nome de Maurício de Nassau, que governou o Brasil holandês com uma tolerância e sabedoria muito adiantadas para sua época. Poucos sabem que o Conde Maurício de Nassau fazia parte da família real da Holanda. A família Nassau estava jurado de defender a fé reformada e promover a tolerância religiosa e liberdade de consciência. Durante os anos que Pernambuco e uma grande parte do Nordeste ficou debaixo do governo holandês, as Igrejas Reformadas embarcaram num projeto missionário impressionante. Dezenas de pastores e missionários pregaram a fé em várias idiomas: inglês, holandês, espanhol, francês, português, e até tupi (a língua indígena). O Catecismo de Heidelberg, que ensina o caminho da salvação, foi traduzido em tupi. Muitas aldeias conhecerem a graça de Deus em Jesus Cristo, e muitos indígenas se converteram ao Senhor. Você já ouviu do famoso índio Poty? Ele foi membro da Igreja Reformada do Recife.

As Igrejas Reformadas e a Tradução da Bíblia em Português (século XVII e XVIII)
Convido você a abrir sua Bíblia nas primeiras páginas. A grande maioria das Bíblias usadas no Brasil fazem uso da tradução de um tal “João Ferreira de Almeida”. Quem foi este homem? Ele foi um dos primeiros portugueses a abraçar publicamente a fé reformada, em 1642. Mais tarde ele se tornou um pastor das Igrejas Reformadas numa região da Ásia onde se fala português, e iniciou o trabalho de traduzir a Palavra de Deus para a língua portuguesa. A obra que ele iniciou foi completada por outros pastores reformados no século XVIII.

As Igrejas Reformadas e a Segunda Vinda da Igreja Evangélica para o Brasil (século XIX)
No século XIX, depois de muitos séculos, a igreja evangélica voltou para o Brasil. Foram os presbiterianos e congregacionais que trouxeram desta vez a pregação da fé reformada: Deus salva pecadores por pura graça, não por obras. É importante observar que as igrejas presbiterianas e congregacionais originalmente foram herdeiras da Grande Reforma por meio de Genebra, que é o berço das Igrejas Reformadas. As igrejas da reforma no continente da Europa costumam chamar-se “Igrejas Reformadas”, enquanto as igrejas que surgem da reforma na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos costumavam chamar-se “presbiterianas” ou “congregacionais”.
As Igrejas Reformadas buscam comunhão fraternal com toda fiel Igreja que prega e cultua conforme os Padrões de Westminster.

As Igrejas Reformadas no Brasil (século XX e XXI)
No decorrer do século XX, várias igrejas reformadas foram estabelecidas no Brasil por imigrantes vindos da Holanda. No ano de 1970 as Igrejas Reformadas do Canadá iniciaram trabalhos missionários em pequenas aldeias de pescadores entre Recife e Maceió; na mesma época, as Igrejas Reformadas holandesas iniciaram uma obra missionária no estado de Paraná. Hoje, existem Igrejas Reformadas oriundas da Reforma continental em muitos estados e cidades do Brasil.

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FONTE: http://www.igrejas-reformadas.org/
VIA: Metanóia e Reforma 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

 

Como Mudar sua Igreja

 

Mark Dever

Mark Dever é pastor da Igreja Batista de Capitol Hill, no distrito de Washington; fundador do ministério 9Marcas e um dos organizadores do ministério Juntos Pelo Evangelho; conferencista internacional e autor de vários livros, incluindo os livros "Nove Marcas de Uma Igreja Saudável","Refletindo a Glória de Deus" e "Deliberadamente Igreja", todos publicados em português pela Editora FIEL.
Pastores sempre me perguntam: "Como fazer para que minha igreja mude?" Muitos ministros têm alienado suas igrejas na tentativa de promover mudança, a tal ponto de alguns serem afastados do ministério.
Mesmo assim, como pastores, temos de levar nossas igrejas a mudanças, muito embora isto seja difícil. Aqui estão algumas sugestões sobre como promover mudança: ensinar, permanecer e amar.

Ensine a mudar
Primeiro, as ideias a serem aplicadas em nossas igrejas deveriam vir das Escrituras. Isso faz do púlpito a ferramenta mais poderosa para mudar uma igreja. A pregação expositiva constante é um meio que o Espírito Santo normalmente usa para falar aos corações humanos.
Ore para que através de sua pregação, Deus venha a ensinar a igreja como ela precisa mudar. É impressionante a frequência com que nós, pastores, queremos consertar os problemas, antes de termos tempo para explicá-los!
Muitos pastores tentam forçar a mudança em suas igrejas - quase sempre defendendo tais medidas como atribuição da liderança - quando deveriam informar a igreja a respeito da mudança pretendida. Irmãos, devemos alimentar o rebanho confiado ao nosso cuidado e não bater nele. Ensinem o rebanho.
Mesmo que a mudança que você vislumbra seja correta, ainda há a questão de o tempo ser ou não adequado. Ser correto não é uma licença para uma ação imediata, o que me leva ao segundo ponto.

Permaneça para mudar
A ideia de se comprometer com um lugar está desaparecendo, tanto no local de trabalho quanto no lar. O modelo para as gerações mais jovens não é como uma escada corporativa pré-fabricada, com passos cuidadosamente limitados, e sim como o mosaico da rede mundial (world-wide web), com alternativas e opções, parecendo espalhar-se infinitamente. Assim, somos ensinados a valorizar experiências variadas, entendendo cada uma como um enriquecimento para a outra.
Nós, pastores, precisamos estabelecer um modelo diferente em nossas igrejas. Precisamos ensinar-lhes que compromisso é bom, quer seja para com nosso casamento, família e nossa fé, ou nossa igreja e nossa vizinhança. É sob a luz de tais compromissos a longo prazo (não pensando em termos de meses, mas de décadas) que podemos ajudar nossa igreja a encontrar suas prioridades certas.
Como um pastor, seu maior poder de ajudar sua congregação a mudar não vem da força de sua personalidade, mas através de anos de ensino fiel e paciente. Mudanças que não acontecem neste ano podem vir no ano seguinte, ou em dez anos.
Para este fim, escolha suas batalhas com sabedoria, cuidadosamente, priorizando uma mudança necessária após a outra. Quais mudanças escolhidas são as mais necessárias e mais urgentes? Qual delas pode esperar? Falando de modo geral, os pastores precisam aprender a pensar de uma maneira madura e a longo prazo.
Pastorados longos também ajudam o pastor. Eles o impedem de se tornar um portador de novas ideias, colocando-as em prática por dois ou três anos e, depois desse tempo, ter de mudar-se para colocá-las em prática em outro lugar. Geralmente, quanto mais tempo ficamos, mais realistas temos de ser - e isso é bom para nossa própria alma e para aqueles a quem servimos.
A chave para uma mudança é ficar em uma igreja o tempo suficiente para ensinar a congregação. Se você não planeja ficar, então tenha cuidado antes de começar algo que o próximo pastor terá de terminar. Não deixe a congregação tornar-se insensível com você ou com o seu sucessor, ou mesmo contra a mudança necessária.
Quando eu era um jovem seminarista, adotei três clérigos anglicanos, de Cambridge, como meus modelos. Todos tinham ministérios onde pregavam expositivamente em seus púlpitos, durante muitos anos - Richard Sibbes (em Cambridge e Londres, por 30 anos), Charles Simeon (em Cambridge, por mais de 50 anos), e John Stott (em Londres, por mais de 50 anos). Pela graça de Deus, estes três pastores construíram as igrejas onde serviam, e tiveram efeito sobre a emergente geração ministerial, mediante sua longa fidelidade.

Ame para mudar
Para desejar as mudanças corretas, ensinar sobre elas, e ficar tempo suficiente, você tem de amar. Você tem de amar o Senhor e amar o povo que Ele lhe confiou.
Clemente de Roma disse: "Cristo pertence aos humildes de coração, e não àqueles que se exaltam sobre o seu rebanho". Do amor procede o cuidado paciente que, continuamente, dirige a congregação para a Palavra de Deus.
Jonathan Edwards não foi um pastor menos fiel somente porque sua congregação o demitiu. Alguns de nós tivemos pastorados curtos e fiéis. Mas este tipo de pastorado não é minha preocupação aqui. Com este breve artigo, simplesmente tentei levantar em sua mente algumas ideias de como você pode - ensinando, permanecendo e amando - levar sua congregação à mudança bíblica.

Publicado por: Editora Fiel

terça-feira, 17 de julho de 2012

8 razões pelas quais precisamos da doutrina da ira de Deus



Por Kevin DeYoung*
Se os pregadores do passado em alguns momentos sofreram de uma fascinação doentia pelo inferno, os ministros de hoje, incluindo não poucos líderes emergentes, são culpados de uma ambivalência indevida sobre o assunto. [...] É certo que não existe espaço para leviandade no que se refere à ira de Deus, mas será que não há lugar para uma advertência apaixonada e viva? Não é bíblico deixar para trás o agnosticismo em relação ao inferno e implorar às pessoas em favor de Cristo, dizendo “reconciliem-se com Deus” (2Co 5:20)? Será que nosso evangelismo se degenera, nossa pregação carece de autoridade e nossas congregações perdem foco porque não temos a doutrina do inferno bem clara diante de nós para colocar nossa face como seixo na direção de Jerusalém?
Precisamos da doutrina da punição eterna. Por repetidas vezes no Novo Testamento descobrimos que entender a justiça divina é essencial para nossa santificação. Crer no julgamento de Deus de fato nos ajuda a ser mais semelhantes a Jesus. Em resumo, precisamos da doutrina da ira de Deus.
Primeiro, precisamos da ira de Deus para nos mantermos honestos em relação ao evangelismo. Paulo discutiu com Félix sobre justiça, domínio próprio e juízo vindouro (At 24:25). Precisamos fazer o mesmo. Sem a doutrina do inferno, nossa tendência é nos envolvermos em todo tipo de coisas importantes que honram a Deus, mas negligenciarmos aquilo que importa para toda a eternidade, que é insistir com os pecadores a que se reconciliem com Deus.
Segundo, precisamos da ira de Deus para perdoar nossos inimigos. A razão de podermos abrir mão de pagar o mal com o mal é que confiamos na promessa do Senhor, segundo a qual ele retribuirá os ímpios. A lógica de Paulo é sadia. “Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: ‘Minha é a vingança; eu retribuirei’” (Rm 12:19). A única maneira de deixar para trás nossas feridas mais profundas e as traições que sofremos é descansar seguros de que todo pecado contra nós foi pago na cruz ou será punido no inferno. Não precisamos buscar justiça com as próprias mãos, pois Deus será nosso justo juiz.
Terceiro, precisamos da ira de Deus para podermos arriscar nossa vida em favor de Jesus. A devoção radical necessária para sofrer pela palavra de Deus e o testemunho de Jesus vem, em parte, da segurança que temos de que Deus nos vindicará no final. É por isso que os mártires embaixo do trono clamarão: “Até quando, ó Soberano, santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Ap 6:10). Eles pagaram o preço derradeiro por sua fé, mas seus clamores manchados de sangue serão respondidos um dia. Sua inocência será estabelecida quando Deus finalmente julgar os que os perseguiram.
Quarto, precisamos da ira de Deus para viver uma vida santa. Paulo nos adverte de que Deus não pode ser zombado. Colheremos aquilo que plantarmos. Somos levados a viver uma vida de pureza e boas obras em função da recompensa prometida pela obediência e a maldição prometida pela desobediência. Se vivermos para agradar à carne, colheremos de Deus a destruição. Mas, se vivermos para agradar ao Espírito, colheremos a vida eterna (Gl 6:6-7). Às vezes os ministros hesitam diante da ideia de motivar pessoas com a ameaça da punição eterna. Mas não foi essa a abordagem de Jesus quando ele disse “não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno” (Mt 10:28)? Às vezes precisamos literalmente arrancar o inferno das pessoas por meio do medo.
Quinto, precisamos da ira de Deus para entender o significado da misericórdia. Sem a ira divina, a misericórdia divina não tem sentido. Somente quando sabemos que éramos merecedores da ira (Ef 2:3), que já estávamos condenados (Jo 3:18) e que enfrentaríamos o inferno como inimigos de Deus, não fosse a misericórdia imerecida (Rm 5:10), é que podemos cantar de todo o coração “preciosa a graça de Jesus, que um dia me salvou”.
Sexto, precisamos da ira de Deus para entender como o céu será maravilhoso. Jonathan Edwards é famoso (ou mal-afamado) por seu sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. Ele ainda é lido nas aulas de literatura americana, normalmente como uma caricatura do espírito puritano da Nova Inglaterra colonial. Mas poucas pessoas percebem que Edwards também pregou sermões como “O céu é um mundo de amor”. Diferentemente da maioria de nós, Edwards via em cores vívidas o terror do inferno e a beleza do céu. Não podemos ter um quadro claro de um sem o outro. É por isso que a descrição da Nova Jerusalém celestial também contém uma advertência aos covardes, aos incrédulos, aos depravados, aos assassinos, aos que cometem imoralidade sexual, aos que praticam feitiçaria, aos idólatras e aos mentirosos, cujo lugar “será no lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 21:8). É improvável que desejemos nossa salvação final sem saber do que somos salvos.
Sétimo, precisamos da ira de Deus para sermos motivados a cuidar de nossos irmãos pobres. Todos nós conhecemos a afirmação de que os cristãos estão de tal modo voltados para o céu que não prestam para nada na terra. A ideia é que, se tudo o que pensarmos for apenas céu e inferno, terminaremos ignorando ministérios de compaixão e justiça social. Mas que melhor impulso para a justiça social do que a sóbria advertência de Jesus de que, se deixarmos de cuidar do menor de nossos irmãos, iremos para a punição eterna? (Mt 25:31-46)? A ira de Deus é um motivador para que mostremos compaixão aos outros, pois, sem amor, como diz João, não temos a vida eterna e, se não compartilharmos nossos bens materiais com os que passam necessidades, não temos amor (1Jo 3:17).
Oitavo, precisamos da ira de Deus para nos prepararmos para a volta do Senhor. Devemos manter as lâmpadas cheias, os pavios aparados, as casas limpas, a vinha cuidada, os trabalhadores ocupados e os talentos investidos a fim de que não sejamos pegos despreparados no dia do acerto de contas. Somente quando crermos plenamente na ira iminente de Deus e tremermos diante da ideia da punição eterna é que ficaremos despertos, alertas e preparados para que Jesus venha outra vez e julgue os vivos e os mortos.
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*Trecho extraído do capítulo 9 do excelente livro Não quero um pastor bacana - e outras razões para não aderir à igreja emergente, de Kevin DeYoung e Ted Kluck (São Paulo: Mundo Cristão, 2011). 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio+20: besteirol totalitário e anticristão


Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.”Salmo 127:3


“O homem não é mais importante que qualquer outra espécie… Pode ser que nossa extinção conserte as coisas”.David Foreman, porta-voz da Ong ‘Earth First!’


Uma das grandes palhaçadas desta Rio+20, além da insistência na tese furada do “aquecimento global” por conta do melancia-mor Gorbachev e sua trupe, foi a conclamação, da parte dos integrantes de 105 academias de ciência (ligadas à IAP), para que chefes de estado presentes ao evento elaborem um plano mundial para a diminuição da população do planeta. Para lá de duvidosa no que diz respeito às suas intenções e fundamentação científica, e sabendo que o Clube de Roma já fazia previsões escabrosas na década de 70 e nada se cumpriu, a proposta lembra-me os mandamentos secularistas das Pedras da Geórgia, monumento de autoria misteriosa (um tal R. C. Christian, pseudônimo) que nem por isso deixa de ter seus postulados defendidos por celebridades e no qual há notórias correlações com seitas pagãs e orientais. De acordo com o próprio monumento, foi erigido com o patrocínio de “um pequeno grupo de americanos que segue ‘a idade da Razão’”.
Na lição de casa que o monumento deixa para toda a humanidade, consta manter a população para um índice abaixo de 500 milhões de pessoas, “controlar a reprodução sabiamente”, e “não ser um câncer sobre a terra” deixando espaço para a natureza.
Vale destacar que nada disso é novo e intelectuais de esquerda no mundo inteiro já manifestaram anteriormente apoio a tais ideias.
Se você perguntar se não era pensando nas gerações futuras que se realizam encontros dessa espécie, tudo aponta para uma resposta: a solução encontrada é salvar o planeta acabando com as gerações futuras. É a cultura da morte, mais uma vez aí. Pessoas que não foram infectadas pelo vírus mental do ecofascimo podem até rir, mas é sempre bom ter em mente: entre progressismo globalista e lógica nunca há afinidade. Que o digam os milhares de cientistas que refutam a tese do aquecimento global, como os 17 mil que assinaram a Petição do Oregon e os brasileiros Luiz Carlos Molion e Ricardo Augusto Felício.
Pois bem. Entre as propostas dos belezuras do IAP está exatamente o controle do tamanho das famílias, o que nos remete direta e necessariamente aos abortos forçados na China comunista. Agora as feministas, as que se dizem vadias e outros progressistas poderão celebrar: podem evocar, sinistramente, finalidades sócio-ambientais para se matar nascituros. A conversinha destes cientistas é exatamente a mesma das “vadias”: “saúde reprodutiva”, “programas de planejamento familiar”, etc..
Outra manifestação de “amor” pelo planeta e pelos seres humanos (o potencial “câncer” das Pedras da Geórgia) evidencia-se na proposta de fazer com que os velhos trabalhem até a morte. Sim, defendem o fim das aposentadorias, pois haverá cada vez menos jovens disponíveis no mercado. Sacumé, a vida continua. Elite globalista ecossocialmente responsável que se preza quer serviços públicos e privados (se existirem…) funcionando no máximo da capacidade e eficiência… A conversa mole é esta: “melhorar a qualidade de vida dos idosos e criar novas oportunidades para que ele continue a contribuir para a sociedade.” Sei.
Charles Godfrey, membro da British Royal Society e um dos manda-chuvas da IAP afirmou: “Por muito tempo, população e consumo foram excluídos do debate devido à sua natureza sensível, da política e ética. Estas são questões que afetam tanto os países desenvolvidos como os que estão a se desenvolver, e devemos assumir esta responsabilidade.” Para mim, o que Godfrey afirma tem um sentido claro: “até um tempo atrás, as pessoas se preocupavam mais com besteiras como a sacralidade da vida, e outras frescuras religiosas e filosóficas. Agora o mundo está mais próximo do colapso e quem nasce e quem morre é assunto para nós, os especialistas verdes. Dá licença”. Godfrey (e sua patota) é mais um daqueles que afirma candidamente e seguro de si: “o mundo será melhor se eu der as cartas”.
Estou esperando alguma objeção, algum protesto, algum “vamos com calma!”, para essas sandices de alguém que de alguma forma, está envolvido com as atividades da Rio +20. Pode ser um ongueiro, um religioso, um maconheiro vegan que seja. Até agora não me chegou nada.
É nisso que dá essa mistureba entre tecnocracia, socialismo, secularismo anticristão, cientificismo e neopaganismo panteísta que faz a cabeça desse gente que atua na ONU, nas ONG´s, e nas fundações multimilionárias financiadoras dessa piada demoníaca que é a implantação de um governo mundial. É nisso que dá deixar gente como Leonardo Boff, Fritjof Capra, Marina Silva, e entusiastas de autores como Malthus, Madame Blavatski, Aleister Crowley e Alice Bailey conversando por muito tempo e ganhando dim-dim das Fundações Ford, Rockefeller, Carneggie, do George Soros, etc..
Ao menos fica claro, além do viés totalitário do ambientalismo – já denunciado há anos por autores como Pascoal Bernardin – o anticristianismo descarado dos ecofascistas. A maioria deles é ocidental: foi criado num ambiente em que princípios cristãos tiveram uma influência decisiva na formação da sociedade, na cultura e no estamento jurídico. Eles sabem contra quem estão se voltando. Muitos sabem que abrem mais precedentes para que a perseguição cultural à fé cristã recrudesça.
Afinal, no ecumenismo da ONU, não há lugar para quem crê que “filhos são herança do Senhor”; que Deus fez a Terra para o homem, para que este a domine; que Deus, sendo o Autor da vida, é o único que pode tirá-la, e que como Criador e Senhor da história humana, fez um planeta forte o suficiente para agüentar até o fim dos tempos. E que também dá diretrizes ao homem em relação ao cuidado com o meio ambiente, mas que jamais trocaria a vida de um bebê pelo universo inteiro.

Por  Jornalista e músico, é editor-executivo do site de opinião e análise de conteúdo midiático "Mídia Sem Máscara". Estudioso da filosofia, com ênfase nas áreas de teoria do conhecimento, história das idéias e filosofia política, é um amante dos grandes temas da teologia e um entusiasta da educação clássica.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Sorteio de Páscoa: A Verdade e o Escândalo da Cruz | Voltemos Ao Evangelho

Sorteio de Páscoa: A Verdade e o Escândalo da Cruz | Voltemos Ao Evangelho

Professora Roseli Tadeu X religião afro-brasileira

Culto de candomblé na Praia Grande - SP


Por Eliseu Antonio Gomes

A religião de origem africana

Perto de onde moro existe uma agência bancária. O gerente dela tem um problema peculiar e bastante comum nos centros urbanos. No período da noite, de quase todas as sextas-feiras, seguidores de religião afro-brasileira depositam pratos de comida nas áreas externas, no lado que fica próximo de uma encruzilhada de ruas, no gramado de um jardim da instituição. A prática é o famoso despacho, mais comumente conhecido como macumba.

O gerente do banco tomou uma atitude diplomática para resolver esta situação. Contratou uma empresa de paisagismo e pediu que plantasse, por toda a área em que os “macumbeiros” acostumaram-se a usar, algumas plantas espinhosas. Então, há seis meses, na medida em que a nova vegetação cresce e ganha formas pelas mãos e tesoura do paisagista, a agência bancária ganha vista mais apreciável aos que passam diante dela e na mesma proporção as oferendas religiosas pararam de ser postas naquele local. Obviedade: espinhos arranham e ninguém gosta de ser arranhado.

Alguns moradores da rua se sentiam indignados com a prática religiosa. Não é questão de preconceito religioso, a rejeição tem critério muitíssimo importante, é de autodefesa e defesa da sociedade. Os pratos de comida expostos assim, ao céu noturno e aberto, provocam a infestação de ratos. Todos nós sabemos que os roedores são responsáveis pela proliferação de doenças. Eles transmitem hantavirose, raiva, tifo murino, leptospirose, peste bubônica, sarnas e micoses. Algumas dessas moléstias são mortais.

A professora

É dito que no Japão, a figura do imperador recebe reverência de todas as pessoas da sociedade, mas ele se curva apenas para um segmento dessa sociedade, os professores. Isso demonstra inteligência, porque os educadores difundem conhecimento.

Dias atrás, a partir do Diário do Grande ABC a mídia secular, com repercussão em blogs cristãos, trouxe um caso pitoresco ocorrido na Escola Estadual Antônio Caputo, situada no bairro Riacho Grande em São Bernardo do Campo. Um adolescente de quinze anos, cuja família é praticante do candomblé, o pai Sebastião da Silveira, 64, é sacerdote de cultos afros, acusa Roseli Tadeu Tavares de Santana, professora de História, de ser responsável pelo bullying que ele sofre por parte dos colegas. Segundo o rapaz, as zombarias aconteceram porque ela ora em sala de aula e incentiva os alunos a orarem também, manifestando assim a fé cristã. O pai processa o Estado de São Paulo por discriminação religiosa.

Ora, será que o garoto não é agente provocador do bullying, não teria ofendido a religião cristã no ambiente escolar em algum momento? Ele vai à escola vestido de branco, porta colares extravagantes no peito? Nós sabemos que a fase da adolescência é efusiva.

Líderes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) compareceram na escola, reuniram-se com a diretoria e a professora. Deixaram seu departamento jurídico à disposição para auxiliar Roseli. A Apeoesp e a Diretoria Regional do Ensino de São Bernardo concedem apoio afirmando que religião faz parte do ensino de História.

A Secretaria Estadual da Educação frisa que não fará comentários sobre o assunto até a conclusão da investigação. O prazo da apuração é de um mês, prorrogáveis por mais 30 dias.

Roseli é moradora do bairro onde situa a unidade escolar em que trabalha há aproximadamente cinco anos Como educadora ela recebe elogios pela maioria dos estudantes, e também tem declarações favoráveis de colegas de profissão. Ela mantém atividades extracurriculares de combate ao uso de drogas.

Conclusão

A professora Roseli Tadeu continua a dar aulas na Escola Estadual Antônio Caputo e o aluno continua suas atividades de aluno naquele recinto. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar as responsabilidades da professora e da direção da escola. O promotor Jairo de Lucca informou que, dependendo da providência que a Secretaria da Educação seguir, abrirá um inquérito contra Roseli. Em sua única manifestação à imprensa, a educadora disse por telefone que não reconhece ter cometido erro.

Não convém culpar sumariamente a educadora pelo caso do bullying. Tal ação parece ser orquestrada, uma estratégia mascarada para fazer os cristãos se retraírem.

A vigilância sanitária deve prestar atenção na situação de distribuição de oferendas em forma de pratos com alimentos nas grandes metrópoles e até em áreas rurais. Os legisladores precisam se debruçar sobre essas práticas religiosas e definir regras com vista ao bem dos cidadãos brasileiros.

Gente, laicidade não é o Estado ter postura contra a religião. É estar completamente neutro. Portanto, a queixa contra a professora Roseli não tem fundamento e com certeza a família do garoto não se beneficiará financeiramente com este caso.

E.A.G.
www.ubeblogs.net

sábado, 17 de março de 2012

História da música Sou Feliz, de Horatio Gates Spafford

Segue a letra da música:
Se paz a mais doce me deres gozar
Se dor a mais forte sofrer
Oh! Seja o que for
Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou
REFRÃO:
Sou feliz com Jesus
Sou feliz com Jesus, meu Senhor
A vinda eu anseio do meu Salvador
Em breve virá me levar
Ao céu onde vou para sempre morar
Com os remidos na luz do Senhor

Você já parou para analisar a letra dessa música?
Ilustrando bem rapidamente: Sua vida está um mar de rosas, tudo indo muito bem, então inesperadamente algo tremendamente ruim lhe acontece, que lhe causa grande sofrimento, mas mesmo assim, embora o ocorrido, você ergue a cabeça e diz com toda a convicção de que é feliz em Jesus…

Situação um tanto complicada para se dizer isso não? Então segue a história do Horatio Gates Spafford, contando quando foi que ele escreveu essa música.

Este hino foi escrito por Horatio G. Spafford (1828-1888) nascido em North Troy-NY , no dia 10 de outubro.

Ele foi um presbiteriano convertido a Cristo através do evangelista Moody (foi um grande evangelista e avivalista do séc 19). Horatio se tornou um advogado prospero na cidade de Chicago, mesmo depois de seu sucesso financeiro, continuou mantendo um relacionamento estreito com Moody e com um profundo interesse pelas campanhas de evangelização.

Tinha apurado gosto pela musica e era devotado ao estudo das Escrituras.Meses antes do grande incêndio que atingiu a cidade de Chicago, em 1871, Horatio tinha feito pesados investimentos financeiros em uma área que foi totalmente destruída pelo fogo.

Não bastasse esse terrível abalo financeiro, Spasfford passou por uma dolorosa perda de um filho. Esta morte trouxe grande sofrimento para toda a família.

O piedoso advogado, procurando um tempo de refrigério e descanso, resolveu viajar com a esposa e as 4 filhas para a Europa, onde se encontraria com Moody e Sankey em uma cruzada evangelistica na Inglaterra, em 1873.

Em novembro daquele ano, devido a inesperados compromissos de negócios, Spafford precisou permanecer em Chicago; mas ele enviou sua esposa e as suas 4 filhas conforme já estava programado no navio S.S. Ville du Havre.

Sua expectativa era seguir viagem dias depois. No dia 22 de novembro de 1873, o navio sofreu um acidente e naufragou em 12 minutos. Dias depois, os sobreviventes finalmente chegaram em Cardiff, no Pais de Galles, e a senhora Spafford mandou um telegrama ao seu marido: “SALVA, PORÉM SÓ”.

As 4 filhas morreram naquele naufrágio. Imediatamente após receber o telegrama da esposa, Spafford tomou um navio e foi ao encontro de sua esposa. Próximo ao local do acidente, Spafford profundamente comovido e sustentado pelo Deus que inspira canções.

E nesse contexto, foi escrito a música. Com isso a pergunta agora é, se fosse você no lugar dele, você conseguiria ao menos dizer isto que diz na letra da música?

Fonte: Blog do Céu

domingo, 11 de março de 2012

11 de Março: Japão um ano depois



A tragédia somou cerca de 20 mil mortos e desaparecidos

Durante todo este ano que passou, o Japão todo sofreu muito com as consequências deste desastre.

Economia


As exportações japonesas foram duramente afetadas. Diversos setores da indústria tiveram de interromper suas atividades porque não dispunham de componentes fornecidos por empresas instaladas na região devastada.

O país caiu para o terceiro lugar em potência mundial, sendo ultrapassado pela China



Política


O sistema político japonês tem sido parcialmente incapaz de responder aos desafios gerados após o 11 de março, principalmente ao que se refere a usina nuclear situada em Fukushima, duramente atingida pelo tsunami . A população segue cada vez mais preocupada com as reais condições da usina.
.
O governo continua a patinar na questão fiscal. Foi aprovado o 4º orçamento extra no valor de US$ 32,9 bi, para reconstrução das áreas afetadas e muitas leis tem sido modificadas no intento de cobrir este buraco na economia japonesa.

Lixo


Não há lugar para todo o entulho deixado pelo tsunami, as autoridades japonesas ainda discutem o que fazer com o lixo.

Cerimônias tem sido realizadas para lembrar o acontecimento, que vai completar um ano no próximo domingo.

O Japão revive um momento de luto, levado pelas redes televisivas, que passam e repassam cenas da tragédia em todos os noticiários e programas especiais.

No entanto a igreja do Senhor Jesus tem experimentado um crescimento nunca antes visto em solo nipônico. Em todas as regiões existem relatos do crescimento da igreja.

Muitas pessoas foram embora com medo da radiação e de um futuro terremoto equivalente a esse, mas Deus manteve um povo fiel.

A garra e o espírito esperançoso ainda paira no Japão, todos estamos vendo, vivendo e vivenciando este período de preocupação, instabilidade e turbulência, mas também de alegria em ver que o Japão não morreu com o tsunami e temos todos lutado para que este país se erga novamente.

GAMBARE NIPPON! (força, Japão!).

Cintia Kaneshigue, editora do blog Vivendo a Última Hora,

Via UBE

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Bispo Robinson Cavalcanti e esposa são brutalmente assassinados


Com profunda tristeza e pesar nós anunciamos que faleceu nesta madrugada nosso querido bispo e pai em Deus, D. Robinson Cavalcanti. Ele foi assassinado nesta noite junto com sua esposa em sua casa.
Ainda não temos muitos detalhes quanto às circunstâncias e sobre o sepultamento.
Segue o curriculum de D. Robinson, que apesar de extenso não reflete nem de longe a importância que ele tem para nós:
Dom Edward ROBINSON de Barros CAVALCANTI, nasceu no Recife-PE, em 21 de junho de 1944, filho de Edward Lopes Cavalcanti e Gerusa de Barros Cavalcanti. Aos três anos de idade se mudou para a cidade de União dos Palmares, em Alagoas, onde estudou até o Curso Ginasial (8ª série), onde seu pai era empresário e político, e onde participou, como criança e adolescente da Paróquia de Santa Maria Madalena (da Igreja Católica Romana), e da política estudantil, através do Grêmio do Colégio e da União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (UESA). Nessa época passou, ocasionalmente, a freqüentar sessões kardecistas (religião da família do seu genitor) e a ser evangelizado por amigos Batistas e Adventistas do 7º Dia. No início de 1962 desvincula-se da Igreja Romana e do Espiritismo Kardecista, concluiu o Curso Clássico e o Curso de Língua e Cultura Hispânica. Em 31 de outubro de 1963 (Dia da Reforma) foi confirmado na Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB).
De 1963 a 1966 cursou Licenciatura em Ciências Sociais na Universidade Católica de Pernambuco (dos Jesuítas), e Língua Inglesa, na Sociedade Cultural Brasil-EEUU. De 1963 a 1967 cursou, simultaneamente, o Bacharelado em Direito na Universidade Federal de Pernambuco, participou da política estudantil, integrando o Diretório Acadêmico“Demócrito de Souza Filho”, da Faculdade de Direito, e do Teatro Universitário. Ingressou na ABU (Aliança Bíblica Universitária).
Fez estágio no Departamento de Ciências Sociais da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.Iniciou sua vida como Advogado, Assessor da ABU (10 anos) e professor nos Colégios Agnes Erskine (Presbiteriano), Americano Batista e Sagrado Coração Eucarístico de Jesus. Optou pela carreira universitária, como professor de Ciência Política, na Faculdade de Filosofia do Recife (FAFIRE, das Irmãs de Santa Dorotéia), Seminário Presbiteriano do Norte, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Em 1974-1975 cursou o Mestrado em Ciência Política no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), da Universidade Cândido Mendes, defendendo (como denominada então), a tese: ”Alagoas – a Guarda Nacional e as Origens do Coronelismo”. Foi Evangelista e Candidato ao Ministério na IELB.Participou da fundação (1970) da Fraternidade Teológica Latino-americana (FTL), onde integrou, por sete anos, a sua Comissão Executiva. Integrou, também, a Comissão de Convocação do Congresso de Lausanne (1974), e a Comissão de Lausanne para a Evangelização Mundial (LCWE), por quatro anos, bem como a Comissão Teológica da Aliança Evangélica Mundial (LCWE), na Unidade “Ética e Sociedade”.
Filiou-se aos Gideões Internacionais e ao Rotary Club. Passou a colaborar como articulista na imprensa escrita. Por 10 anos escreveu a coluna dominical “Evangelismo” no Jornal do Commércio, e, por dois anos a coluna “Panorama Evangélico”, do Diário da Noite. Escreveu, por cinco anos, para a revista Kerygma (São Paulo), e foi o mais antigo colaborador da revista Ultimato (Viçosa-MG.)
Ao todo são mais de 1.000 artigos sobre Teologia e Ciência Política, publicados no Brasil e no Exterior. Atuou, também, na rádio e na televisão, em programas religiosos e políticos, passando a dar conferências no país e no exterior, principalmente na área de Ética Social. Como convidado do Governo, pregou no Culto Semanal dos Deputados, na Capela do Parlamento da Suécia.
Foi candidato a Deputado Estadual, em 1982, pela oposição ao Regime Militar (e membro do Diretório Municipal do PMDB do Recife), e participou das campanhas pela Anistia e pelas ‘Diretas Já’.
Nas Universidades – onde lecionou por 35 anos – integrou quase todos os Colegiados Superiores.
Foi Coordenador de Graduação, de Pós-Graduação (Especialização), de Mestrado, Chefe de Departamento, e, finalmente, Diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE. Foi professor conferencista-visitante na Universidade do Alabama, em Birmingham, lecionando a disciplina “Sistemas Políticos Comparados”. Foi Assessor do Conselho Regional de Pernambuco do Colégio Notarial do Brasil, da Prefeitura da Cidade do Recife (e membro do Conselho Municipal de Educação) e, do então Deputado Federal, Humberto Costa. Coordenou, entre as igrejas evangélicas, a nível nacional, as campanhas presidenciais de Lula, de 1989 e 1994.
Militou no Partido dos Trabalhadores, onde foi membro do Diretório Municipal e candidato a vice-prefeito de Olinda (1996). Filiado a duas Seções Sindicais da ANDES – Sindicato Nacional (dos Professores Universitários) foi candidato a uma das vice-presidências da entidade, na chapa encabeçada pela professora e ex-prefeita de Fortaleza,Maria Luiza Fontenelle.Foi presidente da ASAS, ONG de apoio aos portadores de HIV/AIDS. Participou da campanha do “Parlamentarismo” e da campanha pelo “Fora Collor”.
Por cinco anos, integrou o NIES – Núcleo Interdisciplinar de Estudo sobre a Sexualidade da UFPE, participando de debates sobre o tema em várias instituições, inclusive defendendo, como convidado, a posição ortodoxa da Igreja, na Semana Cultural do “V Congresso Brasileiro de Homossexuais”. Compatibilizando a defesa da Ética Bíblica com a defesa da Cidadania, integrou o grupo de pastores evangélicos que subscreveu o manifesto de apoio a Emenda Marta Suplicy (direitos patrimoniais e previdenciários).
Definindo-se como um democrata, nacionalista, federalista, regionalista, municipalista, parlamentarista, defensor de uma Sociedade Solidária e de uma Economia pós-Capitalista, inspirada nos valores judaico-cristãos, participou de um sem número de movimentos em defesa da Justiça Social, sempre encarando tal participação como expressão de um ministério profético.
Depois de anos de estudo e aproximação, filiou-se a então Igreja Episcopal do Brasil (IEB), Paróquia da Santíssima Trindade, pelas mãos do Bispo Dom Edmund Knox Sherril, em 21 de junho de 1976, sendo, sucessivamente, Leitor (Ministro Leigo), membro de Junta Paroquial, Postulante e Candidato às Sagradas Ordens, Diácono e Presbítero, trabalhando na Santíssima Trindade, Bom Samaritano, Emanuel e Redenção. Foi Delegado Sinodal e membro da JUNET mais de uma vez, tendo ministrado em encontros anglicanos em vários países. É membro, há mais de 10 anos, da diretoria internacional da EFAC – Fraternidade dos Evangélicos na Comunhão Anglicana, e membro da Ekklesia.
Em 1997 foi eleito, sagrado e instituído Bispo da Diocese Anglicana do Recife, comparecendo à Conferência de Lambeth, de 1998, participando, ativamente, da rede de correntes ortodoxas anglicanas, no tocante às Sagradas Escrituras, os Credos e a Ética Histórica da Igreja.Fez sua formação teológica por extensão no Seminário Concórdia (da IELB), no NAET – Recife, e nos Cursos de Capacitação de Obreiros da ABU (IFES – Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos), no Brasil, Equador, EEUU, Áustria e Inglaterra, tendo estudado com vários teólogos anglicanos, como o Rev. John Stott.
Participou dos seminários internacionais que redigiram os documentos “Ä Responsabilidade Social da Igreja“, (Grand Rapids, EUA), “O Evangelho e a Cultura” (Willowbank, Bermudas), “Estilo de Vida Simples como Opção Cristã”(Hoddesdon, Inglaterra), “Ä Declaração de Jarabacoa sobre os Cristãos e a Ação Política” (Jarabacoa, República Dominicana), bem como do Congresso Internacional de Evangelismo (Pattaya, Tailândia), Congresso de Evangelistas Itinerantes (Amsterdã, Holanda), Lausanne II (Manila, Filipinas) e do Seminário para Escritores Evangélicos do Terceiro Mundo (John Haggai Day Center, Cingapura), dentre outros.
Membro da Academia Pernambucana de Educação e Cultura, Academia Pernambucana de Ciências Jurídicas e Morais e Cidadão Honorário da Cidade de Olinda-PE.Como Bispo Diocesano, ordenou 99 Diáconos e 85 Presbíteros. Nesses sete anos foram abertas 34 das presentes 44 comunidades da Diocese Anglicana do Recife, criados projetos sociais, arcediagados, secretarias e comissões, e reformulados os Cânones, estimuladas as vocações, criado o Diaconato Permanente e o Ministério Local, bem como a instituição de Ministros Leigos e Evangelistas.
Na IEAB foi presidente da Junta Nacional de Educação Teológica – JUNET.Distante do Fundamentalismo e do Liberalismo, considerava-se um Cristão, Protestante, Evangélico, Anglicano, defensor da Teologia da Missão Integral da Igreja.Foi Presidente da OMEB – Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil – Secção de Pernambuco, e um dos idealizadores e membro da primeira diretoria nacional do MEP – Movimento Evangélico Progressista.A Diocese Anglicana do Recife, por suas posições oficiais, integra a maioria ortodoxa da Comunhão Anglicana.
Praticou esportes na juventude, gostava de teatro, cinema e música (do clássico ao folclórico), de praia (particularmente Paripueira–AL), Era aposentado (Professor Adjunto, IV) da UFPE e UFRPE.
Nós da Paróquia Anglicana da Santíssima Trindade amávamos o nosso bispo e estamos sofrendo muito. Rogamos à Deus que console o nosso coração bem como a toda a nossa Diocese que igualmente está de luto.
O Senhor nos Deus D. Robindon, o Senhor nos tomou D. Robinson. Louvado para sempre seja o Nome do Senhor.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Fanáticos ou Defensores da Verdade?

Por John Kennedy

Em tempos como o nosso é fácil alguém parecer fanático, se mantém uma firme convicção sobre a verdade e quando se mostra cuidadoso em ter certeza de que sua esperança procede do céu. Nenhum crente pode ser fiel e verdadeiro nesses dias, sem que o mundo lhe atribua a alcunha de fanático. Mas o crente deve suportar esse título. É uma marca de honra, embora a sua intenção seja envergonhar. É um nome que comprova estar o crente vinculado ao grupo de pessoas das quais o mundo não era digno, mas que, enfrentando a ignomínia por parte do mundo, fizeram mais em benefício deste do que todos aqueles que viviam ao seu redor. O mundo sempre sofre por causa dos homens que honra. Os homens que trazem misericórdia ao mundo são os que ele odeia.

Sim! Os antigos reformadores eram homens fanáticos em sua época. E foi bom para o mundo eles terem sido assim. Estavam dispostos a morrer, mas não comprometeriam a verdade. Submeter-se-iam a tudo por motivo de consciência, mas em nada se sujeitariam aos déspotas. Sofreriam e morreriam, mas temiam o pecado. Esse fanatismo trouxe liberdade para a sua própria terra natal, como bem demonstra o exemplo dos reformadores escoceses. O legado deixado por esses homens . cujo lar eram as cavernas na montanha e cuja única mortalha era a neve, que com freqüência envolvia seus corpos quando morriam por Cristo . é uma dádiva mais preciosa do que todas as oferecidas por reis que ocuparam o trono de seus países ou por todos os nobres e burgueses que possuíam suas terras. Sim, eles eram realmente fanáticos, na opinião dos zombadores cépticos e perseguidores cruéis; e toda a lenha com a qual estes poderiam atear fogueiras não seria capaz de queimar o fanatismo desses homens de fé.
Foram esses implacáveis fanáticos, de acordo com a estimativa do mundo, que encabeçaram a cruzada contra o anticristo, quando na época da Reforma desceu fogo do céu e acendeu em seus corações o amor pela verdade. Esses homens, através de sua inabalável determinação, motivados por fé viva, venceram em épocas de severas provações, durante as quais eles ergueram sua bandeira em nome de Cristo. Um lamurioso Melanchthon teria barganhado o evangelho em troca de paz. A resoluta coragem de um Lutero foi necessária para evitar esse sacrifício. Em todas as épocas, desde o início da igreja, quando a causa da verdade emergiu triunfante sobre o alarido e a poeira da controvérsia, a vitória foi conquistada por um grupo de fanáticos que se comprometeram solenemente na defesa dessa causa.
Existe hoje a carência de homens que o mundo chame de .fanáticos.. Homens que possuem pulso fraco e amor menos intenso pouco farão em benefício da causa da verdade e dos melhores interesses da humanidade. Eles negociarão até sua esperança quanto à vida por vir em troca da honra proveniente dos homens e da tranqüilidade resultante do comprometimento do evangelho. Há muitos homens assim em nossos dias, mesmo nas igrejas evangélicas e na linha de frente do evangelicalismo; homens que se gloriam de uma caridade indiscriminada em suas considerações, de um sentimento que rejeita o padrão que a verdade impõe; homens que aprenderam do mundo a zombar de toda a seriedade, a queixarem- se da escrupulosidade de consciência e a escarnecer de um cristianismo que se mantém através da comunhão com os céus! Esses têm os seus seguidores. Um amplo movimento emergiu afastado do cristianismo vital, de crenças fixas e de um viver santo. As igrejas estão sendo arrastadas nessa corrente. Aproxima- se rapidamente o tempo em que as únicas alternativas serão ou a fé viva ou o cepticismo declarado.

Uma violenta maré se abate sobre nós nessa crise, e poucos mostram-se zelosos em resistir. Não podemos prever qual será o resultado nas igrejas, nas comunidades e nos indivíduos, tampouco somos capazes de tentar conjeturá-lo sem manifestar sentimentos de tristeza. Contudo, uma vitória segura é o destino da causa da verdade. E, até que chegue a hora de seu triunfo, aqueles que atrelaram seus interesses à carruagem do evangelho perceber ão que fazem parte de um grupo que está diminuindo, enquanto avançam até àquele dia; seu sentimento de solidão se aprofundará, enquanto seus velhos amigos declinarão à negligência, a indiferença se converterá em zombaria, e as lamúrias se transformar ão em amarga inimizade. Eles levarão adiante a causa da verdade somente em meio aos escárnios dos incrédulos e às flechas dos perseguidores.
Mas nenhum daqueles que amam a verdade . aqueles cujos olhos sempre descansaram na esperança do evangelho . deve acovardado fugir das provações. Perecer lutando pela causa da verdade significa ser exaltado no reino da glória. Ser massacrado até à morte, pelos movimentos de perseguição, significa abrir a porta da prisão, para que o espírito redimido passe da escravidão ao trono. Em sua mais triste hora, aquele que sofre por causa da verdade não deve recusar a alegria que os lampejos da mensagem profética trazem ao seu coração, quando brilham através das nuvens de provação. O seu Rei triunfará em sua causa na terra e seus amigos compartilharão da glória dEle. Todas as nações sujeitar-se-ão ao seu domínio. As velhas fortalezas de incredulidade serão aniquiladas até ao pó. A iniqüidade esconderá sua face envergonhada. A verdade, revelada dos céus, receberá aceitação universal e será gloriosa no resplendor de seu bendito triunfo aos olhos de todos.

Fonte: Editora Fiel

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Razões para não se casar com um não crente


por Kathy Keller*



Ao longo de nosso ministério, a questão pastoral mais comum que eu e Tim confrontamos provavelmente é a do casamento – atual ou futuro – entre cristãos e não cristãos. Muitas vezes penso que seria muito simples se eu pudesse simplesmente me retirar da conversa e convidar aqueles que já casaram com não crentes para falarem aos solteiros que estão buscando desesperadamente alguma brecha que os permita casar com alguém que não compartilham de sua fé.
Assim, eu poderia pular toda a parte de citar as passagens da Bíblia que chamam os solteiros a casar “contanto que ele pertença ao Senhor” (1 Coríntios 7.39), a não se submeterem ao “jugo desigual com descrentes” (2 Coríntios 6.14) e as prescrições do Antigo Testamento contra o casamento com o estrangeiro seguidor de outros deuses além do Deus de Israel (veja que em Números 12, Moisés se casa com uma mulher de outra raça, mas da mesma fé). Você encontra passagens assim em abundância, mas quando alguém já permitiu ao seu coração um laço com uma pessoa de outra fé, tenho visto que a Bíblia já foi diminuída de seu papel de regra não negociável de fé e prática.
Ao invés disso, as variações da pergunta da serpente para Eva – “Foi isto mesmo que Deus disse?” – surgem aos montes, como se, por acaso, esse caso específico pudesse ser algum tipo de exceção, levando em conta o quando eles se amam, o quando o não crente apóia e entende a fé cristã e como eles são almas gêmeas apesar da falta de uma fé que una as duas almas.
Já ficando velha e impaciente, às vezes tenho vontade de simplesmente falar “não vai dar certo, a longo prazo. O casamento já é difícil o bastante quando é entre dois crentes em perfeita harmonia espiritual. Se poupe da dor de cabeça e parta pra outra”. Entretanto, tal grosseria não está de acordo com o espírito pacificador de Cristo e nem é convincente.
Mais triste e mais sábia
Se eu pudesse apenas reunir aquelas mulheres mais tristes e mais sábias (e homens também) que se encontraram em casamentos desiguais (seja por sua própria tolice ou por um cônjuge que encontrou Cristo após o casamento) com os casais otimistas e radiantes que estão convencidos de que a sua paixão e o seu compromisso irão superar todos os obstáculos. Até o obstáculo da desobediência descarada. Apenas dez minutos de conversa – um minuto, se a pessoa for muito sucinta – seria necessário. Nas palavras de uma mulher que estava casada com um homem muito bom e gentil que não compartilhava de sua fé: “se você pensa que está sozinha antes de se casar, não é nada comparado à quão sozinha você ficará APÓS o casamento!”.
Na verdade, talvez essa seja a única abordagem pastoral eficaz: achar um homem ou uma mulher que esteja disposta a conversar honestamente sobre as dificuldades de sua situação e convidá-lo(a) para uma sessão de aconselhamento com o casal prestes a cometer um grande erro. Um alternativa, talvez, seria algum diretor criativo que estivesse disposto a percorre o país filmando indivíduos que estão vivendo as dores de um casamento com um não crente, e criar um documentário de uns 40 ou 50 depoimentos curtos (menos de 5 minutos). Talvez o peso coletivo dessas curtas histórias seja mais poderoso do que qualquer lição requentada possa ser.
Três saídas
Por enquanto, entretanto, não temos essa opção. Há apenas três caminhos que um casamento desigual pode seguir (e por desigual, estou disposta a flexibilizar ao ponto de incluir cristãos genuínos que desejam casar com um cristão nominal, ou talvez algum cristão completamente imaturo e desprovido de crescimento e experiência):
Para estar em maior sintonia com seu cônjuge, o cristão terá que empurrar Cristo para as margens de sua vida. Isso talvez não envolva repudiar diretamente a fé, mas em assuntos como vida devocional, hospitalidade com os crentes (reuniões de grupos pequenos, receber pessoas necessitadas em caráter emergencial), apoio a missões, dízimo, educação dos filhos, comunhão com outros crentes – tais coisas deverão ser minimizadas ou evitadas para preservar a paz do lar.
Por outro lado, se o crente do casamento mantém uma vida cristã firme e sólida, o cônjuge não cristão será marginalizado. Se ele/ela não entende o propósito de estudos bíblicos e oração, viagens missionárias ou hospitalidade, então ele/ela não poderá ou não irá participar dessas atividades junto com o cônjuge crente. A unidade e a união profundas do casamento não florescerão quando um cônjuge não pode participar completamente dos compromissos mais importantes da outra pessoa.
Então ou o casamento sofre até o ponto de acabar, ou o casal sofre junto, vivendo em algum tipo de trégua que envolve um ou outro abrindo mão de algumas coisas, de forma que ambos viverão sentindo-se sozinhos e infelizes.
Isso soa como o tipo de casamento que você quer? Um casamento que sufoca seu crescimento em Cristo ou sufoca o crescimento como casal, ou as duas coisas? Pense na passagem já citada de 2 Coríntios 6.14 sobre o jugo desigual. Muitos de nós já não vivem em culturas agrícolas, mas tente imaginar o que aconteceria se um fazendeiro ata-se à carroça, digamos, um boi e um jumento. O jugo pesado de madeira, projetado para se aproveitar das forças do conjunto, ficaria torto devido às diferenças de peso, altura e velocidade dos dois animais. O jugo, ao invés de aproveitar as forças do conjunto para completar a tarefa iria incomodar e machucar OS DOIS animais, já que o peso do fardo não estaria igualmente distribuído. Um casamento desigual não é tolice apenas para o Cristão, mas é injusto também com o não cristão, e acabará sendo um tormento para os dois.
Nossa experiência
Para fechar: um de nossos filhos começou a passar algum tempo, alguns anos atrás, com uma moça não crente, vinda de uma família de judeus. Ele nos ouviu falar sobre o sofrimento (e a desobediência) de um casamento com um não cristão por anos, então ele sabia que essa não seria uma opção (algo que reforçamos várias vezes de forma enfática). De qualquer forma, a amizade deles cresceu e se transformou em algo mais. Para dar algum crédito, nosso filho disse a ela: “eu não posso me casar com você a não ser que você se torne cristã, e você não pode se tornar cristã só para se casar comigo. Eu vou com você à igreja, mas se você deseja seriamente descobrir o cristianismo, você terá que fazer por conta própria – encontrar um pequeno grupo, ler livros e conversar com outras pessoas além de mim”.
Felizmente, ela é uma moça de muita integridade e coragem, e começou uma busca pelo entendimento das afirmações de exclusividade da Bíblia. Conforme ela crescia em direção à fé, para nossa surpresa, nosso filho também começou a crescer em sua fé, para manter o mesmo ritmo dela! Ela me disse certa vez “como você bem sabe, seu filho nunca deveria estar saindo com uma mulher como eu!”.
Ela eventualmente veio á fé, e ele segurou a água com a qual ela foi batizada. Na semana seguinte, ele a pediu em casamento, e eles já estão casados há dois anos e meio, ambos crescendo, ambos lutando, ambos se arrependendo. Nós amamos os dois e somos muito gratos por ela pertencer à nossa família e ao corpo de Cristo.
Eu só menciono essa história pessoal porque muitos de nossos amigos no ministério já viram resultados muito diversos – filhos que se casam com alguém de outra fé. A lição da história para mim é que, mesmo em lares pastorais – onde as coisas de Deus são ensinadas e discutidas e onde os filhos têm uma grande oportunidade de acompanhar os conselhos que seus pais dão a casais – filhos crentes brincam com relacionamentos que se desenvolvem mais do que esperam, terminando em casamento que não tem finais felizes. Se isso é verdade nas famílias dos líderes cristãos, o que dirá nas famílias do rebanho?
Precisamos ouvir as vozes de homens e mulheres que estão em casamentos desiguais e aprender, com seus sofrimentos, porque não essa não é uma escolha não só desobediente como muito tola.

*Kathy Keller, esposa do pastor Tim Keller

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

“A Mulher Virtuosa” por Dr. David Murray




É difícil escrever um estudo bíblico sobre “a mulher virtuosa”. A primeira dificuldade é que eu sou homem. E qual é a melhor pessoa para descrever uma mulher virtuosa? Bem, é encorajador o fato de que o escritor de Provérbios 31 era homem. Então, há aqui um precedente bíblico.

A segunda dificuldade é que há muitos exemplos de mulheres ímpias bombardeando-nos diariamente de várias formas, e muitas destas influências nocivas têm se infiltrado na igreja. Contudo, nós devemos crer que a Palavra de Deus é apta não apenas para frear essa torrente de mundanismo, mas até mesmo para extingui-la.

A terceira dificuldade é o volume de material bíblico para estudo. Há muitos versículos relevantes e muitas formas de se abordar este assunto. Nós podemos, por exemplo, percorrer muitos dos exemplos bíblicos positivos e destacar uma virtude que sobressai quando seu nome é mencionado. O que lhe vem à cabeça quando você ouve o nome de Débora? Coragem. Rute? Lealdade. Ana? Abnegação. Maria? Fé. Maria Madalena? Amor. Dorcas? Boas obras, etc. Siga as mulheres piedosas da Bíblia e anote uma qualidade, a que vier imediatamente à sua mente. Então ponha todas essas qualidades juntas e você terá o quadro completo da mulher virtuosa.

Se preferir, você pode listar as mulheres ímpias que aparecem na Bíblia e identificar seus maiores defeitos. O que lhe vem à cabeça quando você pensa em Dalila? Manipulação. Jezabel? Idolatria. Safira? Mentira. Mical? Escárnio. A mulher de Jó? Rebelião. A mulher de Ló? Mundanismo, etc. Ponha todos esses vícios juntos e você terá uma figura completa da mulher ímpia. Ora, eu tenho certeza de que você não procura nada parecido, senão o contrário.

Outra abordagem pode ser observar o ensino de Paulo (Ef. 5:22-33; Tito 2:3-5), ou o ensino de Pedro (1Pe 3:1-7). Mas, neste artigo nós vamos olhar somente para a mulher virtuosa tão belamente descrita em Provérbios 31:10-31. Ajudará se você abrir sua Bíblia nessa passagem para vermos, primeiramente, as características da mulher virtuosa, e então os seus desafios.

AS CARACTERÍSTICAS DA MULHER VIRTUOSA

Antes de qualquer coisa, a mulher virtuosa centra-se em Deus. Ela não liga para o que as pessoas pensam de suas roupas ou de seu visual. Por que? Porque é ao Senhor que ela teme. “Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada” (v.30). Esse é o ponto culminante da descrição da mulher virtuosa e aponta a origem primária de todas as suas virtudes. No centro da vida desta mulher está seu relacionamento com Deus, e ela teme tudo que possa vir a ameaçar essa relação. Ela é conhecida como uma mulher que desfruta do favor de Deus e teme, mais do que qualquer outra coisa no mundo, vê-lo aborrecido.
Em segundo lugar, a mulher virtuosa preocupa-se com a Palavra. Como Provérbios nos lembra repetidas vezes: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”. Não é de surpreender, então, que quando essa mulher temente a Deus fala, “abre sua boca com sabedoria e a instrução da bondade está na sua língua” (v.26). Sua conversa reflete seu interesse principal: a sabedoria revelada de Deus e Sua benevolente lei. A mulher que centra-se em Deus, centra-se na Palavra de Deus. Ela não fica tentando passar a vista em alguns versículos aqui e ali enquanto grita com as crianças e atende ao telefone. Ela levanta alguns minutos mais cedo do que o necessário, com o objetivo de começar o dia com um período calmo e pacífico de leitura da Palavra de Deus. Como isto transforma o dia! Ela agora tem sabedoria e palavras amáveis de Deus para dizer aos outros.
Em terceiro lugar, a mulher virtuosa, se casada, centra-se em seu marido. Ela encontra grande satisfação em ser uma ajudadora para o seu marido (Gn. 2:18). Ela não vê isto como um mandamento humilhante, porque sabe que Deus usa a mesma palavra hebraica (ëzer) para descrever a Si mesmo como o ajudador do Seu povo (Sl. 54:4). Ser uma ajudadora é ser como Deus — que nobre chamado! O papel de ajudadora da mulher virtuosa pode ser resumido em duas palavras: conselho e progresso. Estando preocupada com Deus e Sua Palavra, “o coração do seu marido confia nela” (v.11). Ele a consulta e busca seus piedosos conselhos antes de tomar decisões que dizem respeito a ambos. E, ela não compete com seu marido nem o critica na frente de outros, mas busca seu progresso. “Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida” (v.12). Como resultado, “seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra” (v.23).
Em quarto lugar, a mulher virtuosa, se for mãe, centra-se em seus filhos. “Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa” (v.28). Por que? Porque sua mãe devotou-se a eles todos os dias de suas vidas. Por quatro vezes lemos da preocupação desta mulher com sua “casa” (v.15, 21,27). Se pudéssemos enxergar dentro de sua mente, veríamos esta frase rondando circularmente: “Minha casa, minha casa, minha casa, etc”. Ela não encara os filhos como um acessório necessário, nem como um problema que pode ser repassado. O coração dela está tomado pelos filhos. Ela os ama e cuida de seus corpos, de suas mentes, e de suas almas.
Isso nos conduz à quinta característica da mulher virtuosa. Ela centra-se em sua casa. Ela administra e conduz este complexo e diversificado empreendimento com habilidade, precisão, e eficiência idêntica a dos que compõem as mesas de decisão de muitas grandes corporações. Há um departamento de vestuário (v.13, 19, 21, 24), departamento alimentício (v.14, 16), departamento de decoração (v.22), e departamento financeiro (v.16, 18). Dependendo das circunstâncias, pode haver também um departamento educacional. Tudo isto demanda uma variedade de talentos e de ações dia-a-dia. Para alguém que trabalha fora, tal agenda implicaria numa média de 14 horas de serviço por dia.
E, em sexto lugar, como se não bastasse, há também um departamento de caridade. A mulher virtuosa preocupa-se com os pobres. “Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado” (v.20).
OS DESAFIOS DA MULHER VIRTUOSA
Essas características resultam numa série de desafios.

Primeiramente, há um desafio duplo para a mulher cristã — aprender e conter. Aprender seu papel e suas responsabilidades através da Bíblia, não das novelas. E, conter-se. Se você puder administrar metade de si já será muito. Você não precisa provar-se assumindo outras responsabilidades fora do lar. Perceba quais seus limites dentro de casa mesmo, dentro da própria família. Ter muitos alvos freqüentemente resulta em uma tensão quase insuportável que sugará seu tempo e seus dons. Então, você tem de primeiro cuidar de si, antes que possa cuidar dos outros. Atente para o verso 17: “Cinge os lombos de força e fortalece os braços”. Um pregador sugeriu que, trazendo para nossa linguagem, isto poderia ser parafraseado como: “Ela vai à academia puxar ferro!” Bom, não sei se é bem isso, mas, deu para você ter uma idéia. Perfeição é algo impossível neste mundo. Você deve saber seus limites e trabalhar dentro deles. Tome tempo para refrigerar sua alma e renovar suas forças. Cuide da mulher interior. E, não se sinta culpada por cuidar da exterior (v. 22).
Em segundo lugar, há um duplo desafio para os maridos — apreciar e aliviar. Se você tem uma esposa como esta, então lembre-se que você tem algo mais precioso do que rubis (v.10), uma benção pela qual deve louvar a Deus (v.28). Repare que esse mesmo verso também fala do marido: “Ele a louva”. Expresse seu apreço por tudo que ela está fazendo por você e seus filhos. Mas não só aprecie, também lhe dê alívio. Palavras custam pouco. Há ações bem mais dispendiosas. A vida do homem geralmente não tem a multiplicidade de tarefas que tem a da mulher. Nós temos nosso trabalho e… nosso trabalho. Então, que tal pegar as crianças por algumas horas? Em último caso arranje uma babá e saia com sua esposa para jantar. Faça-a experimentar a verdade de seus elogios.
Em terceiro lugar, há um desafio duplo para os pais — modelar e moldar. As mães, em especial, têm o papel de modelar as mulheres piedosas. Mas os pais têm o papel de mostrar a seus filhos como as mulheres piedosas devem ser guardadas e tratadas. Modelar pelo exemplo e moldar pelo ensino. Ensine seus filhos sobre verdadeira masculinidade e feminilidade através da Bíblia. Mostre a eles que o plano de Deus para a humanidade é muito mais bonito, nobre, e dignificante do que o do mundo.
Em quarto lugar, há um duplo desafio para a Igreja — empatia e auxílio. Mulheres virtuosas, e especialmente as jovens, precisam de nossa compreensão e encorajamento. Elas têm uma tarefa humanamente impossível. E não precisam da igreja pondo ainda mais exigências. Precisam é de nossas orações e de nossa ajuda prática se a pudermos dar. Senhoras, que tal passarem uma manhã durante a semana cuidando de uma mãe cristã, e levá-la para tomar um café?! Que alívio, mesmo que seja apenas uma ou duas horas livre de responsabilidades. Isto pode transformar a semana para muitas estressadas filhas de Deus.
Mulheres virtuosas, nos levantamos a uma só voz para louvá-las, e bendizemos a Deus por ter nos dado vocês. “Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas” (v.29).

Questões
O que a variedade de referências bíblicas a respeito da influência das mulheres lhe diz sobre a importância deste assunto? Explique.

Faça uma lista das muitas mulheres piedosas na Bíblia, quantas você puder encontrar (use um Dicionário Bíblico se necessário) e explique como elas serviram a Deus e promoveram Seu reino sendo verdadeiras ajudadoras.

Faça uma lista das mulheres ímpias na Bíblia (se necessário, use um Dicionário Bíblico) e explique como elas foram um grande obstáculo ao progresso do reino de Deus e tiveram uma influência e impacto destrutivos.

Cheque as seguintes passagens bíblicas e escreva um breve sumário do que cada uma ensina sobre o papel da mulher virtuosa na relação com seu esposo, com seus filhos e com a igreja: Efésios 5:22-33; Tito 2:3-5, 1 Pedro 3:1-7.

À luz do que você estudou, reflita e discuta como os maridos e a igreja podem ajudar as mulheres a enfrentar os desafios da nossa atual cultura.

Reflita e discuta sobre como as mulheres piedosas, auxiliadas por homens tementes a Deus e sob o ministério de uma igreja bíblica podem ser uma grande e benéfica influência em suas famílias, igrejas e na sociedade em geral.
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Fonte: Blog Projeto Os Puritanos

*Dr. David Murray ensina Antigo Testamento a Teologia Prática no Puritan Reformed Theological Seminary em Grand Rapids, Michigan, EUA. Ele nasceu em Glasgow, Escócia. Ele foi pastor por 12 anos, primeiro em Lochcarron Free Church of Scotland e depois em Stornoway Free Church of Scotland (Continuing). Ele e sua esposa, Shona, têm quatro filhos: Allan, Angus, Joni, e Amy. Ele também bloga no Head Heart Hand.