sábado, 30 de janeiro de 2010

Angra dos Reis

“Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado (...) as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós; sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.” (Salmo 124.2, 4-5)

Foram 52 mortos! E, ainda temos um corpo para ser encontrado na Ilha Bananal – onde uma pousada foi destruída – e o corpo de uma garotinha que ainda não foi reconhecido pelo seu pai! Os dramas humanos são inúmeros: famílias inteiras foram varridas pelos deslizamentos aqui no centro da cidade. No “Morro da Carioca”, somente o Sr. Jorge Carvalho perdeu a esposa e quatro filhos e ainda aguarda reconhecer o corpinho de sua filha que aguarda por exame de DNA. Casas foram destruídas em fração de segundos devido às chuvas que, nas primeiras horas do primeiro dia de janeiro de 2010 caíram em nossa cidade no equivalente ao mês inteiro de Janeiro!

Angra, para os leitores terem uma idéia, tem uma população de cerca de 140 mil habitantes, onde 65% moram em morros. Destes, cerca de 3500 pessoas estão desalojadas! E encontram-se impedidos de habitar em suas casas, procurando abrigo em casas de parentes, escolas e alugando outras residências com valores abusivos – para se ter uma idéia, casas que antes se pagava R$ 350,00 por mês, agora valem R$ 500,00.

Nossa igreja empenhou-se desde o inicio do ano em visitar as comunidades atingidas, mantendo um posto de arrecadação de doações em nosso templo, promovendo um cadastro de pessoas atendidas por cestas básicas e levantando recursos dentro e fora da igreja para minorar o sofrimento das pessoas. Já distribuímos até o presente momento cerca de 150 cestas básicas, roupas diversas, mais de 1000 litros de água potável e estamos mantendo três famílias da igreja com aluguel. Solidários com o que está acontecendo no Haiti, semana passada ofertamos R$ 600,00 para o país caribenho.

O quadro em nossa cidade é de pânico. Ainda não consegui ministrar uma mensagem nos nossos cultos de meio de semana (quinta-feira), pois sempre acontecem tempestades, ventanias, queda de energia elétrica e algo mais. Foram comprometidos os serviços de telefonia, energia elétrica, abastecimento de água, telefonia celular. Ainda mais, vamos ter de disponibilizar recursos aqui para uma obra em nosso templo, pois fomos “alagados” também pelas chuvas – ao todo, o investimento chegará aos R$ 5000,00.

Eu creio, junto com John Wesley, que Deus nada faz que não seja em resposta às nossas orações, e que os seus planos não podem ser frustrados nas orações e súplicas sinceras de seu povo. Lembrei à igreja o exemplo de Elias que segundo Tiago 5.17-18 era homem “sujeito às mesmas paixões que nós” e orou para que não chovesse, e por três anos não choveu! Creio em um Deus que age providente e sempre para cumprir primeiramente sua própria vontade, e em segundo plano, o nosso deleite no plano dele. Eu estou muito interessado em desfrutar do prazer do Senhor em meio a tudo isso que anda acontecendo em Angra dos Reis.

Para terminar, considerações e aplicações bem pessoais:

1. Fiquei muito tocado na cena que presenciei no velório coletivo. A morte de fato não escolheu classe social em nossa cidade. Faleceram ilustres da classe média-alta, incluindo familiares e amigos do prefeito de Arujá, da região metropolitana de São Paulo. E, também pobres trabalhadores que lutavam para sobreviver com salário mínimo. É sempre assim, na morte todos os homens se prostram diante do mesmo patamar: a humanidade.

2. Nossa igreja envolveu-se e ainda está “em alerta”, mas há muitos crentes que parecem que ainda estão de férias em seus mundos particulares. É triste, mas nem todos estão cumprindo o que eu recomendei desde o inicio do ano: cancelem os churrascos, as festas, os passeios, é tempo de chorarmos pelos nossos mortos. Eu mesmo, para dar exemplo, cancelei minhas férias. Nossa igreja precisa chorar mais!

3. É tempo de clamor por Angra dos Reis! Nossa cidade é parasidíaca, atrai turistas o ano inteiro, artistas se amontoam aqui, mas, uma coisa precisa ser dita: Angra dos Reis precisa de Deus! Com o cancelamento da festa do primeiro dia de ano (procissão marítima, uma espécie de culto a Iemanjá, que na verdade representa uma entidade demoníaca) e aniversário da cidade (seis de janeiro, dia dos reis magos, onde a cidade é oferecida ao forte império católico que predomina aqui), penso que há um vácuo em nossa cidade que precisa ser preenchido com a pregação fiel do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo. Não creio que temos de nos aquietar quando tudo isso passar, pelo contrário é mister que sejamos ousados para proclamar que, em toda a terra se verifica que há sinais se cumprindo, que devem ser considerados apenas como “prenúncios” de que algo de extraordinário está para acontecer! E aqui me refiro à segunda vinda do Senhor Jesus! (cf. Mateus 24)

Por fim, o apelo: visitem o site da nossa igreja (www.ibacen.com.br) e caso sejam movidos a isto, depositem em nossa conta: IGREJA BATISTA CENTRAL EM JAPUIBA, Banco Bradesco, Ag. 0459-6; C/C 28972-8 um valor para acrescentar ao que temos investido nas seguintes frentes: compra de cestas básicas e ajuda para os aluguéis dos que perderam suas casas.

Não dá para não relacionar o que estamos vivendo com a pungente poesia de John Donne, pastor anglicano em seu magistral poema, Devotions Upon Emergent Occasions, em 1623:

    Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma.
    Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo.
    Se uma porção de terra é levada pelo mar,
    a Europa é levada, como se um penhasco fosse,
    como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse.
    Toda morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade.
    Então não queira saber por quem os sinos dobram:
    eles dobram por ti.

São os sinos tocando, anunciando as notas tristes de nossa situação por aqui. Temos de chorar nossos mortos, levantar os que estão caídos, arrumar casas para quem está sem abrigo. Não podemos cruzar os braços e permanecer inertes. Deus nos cobrará em nosso empenho para amenizar a situação de tantos seres humanos como nós, e que estão sofrendo. O evangelho que não for compartilhado com uma toalha (símbolo de serviço) em uma das mãos e a Bíblia (nosso referencial de verdade) em outra, não tocará corações a ponto de haver genuínos sinais de um verdadeiro avivamento em nosso meio. Chega de indiferença! É tempo de crermos que “Deus não tem outras mãos, exceto as nossas”!

Via: Blog Fiel

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

COMO AJUDAR O HAITI


por Filipe Bento

Não há como ficar indiferente com a imagem de um repórter brasileiro socorrendo um garoto haitiano que havia sido espancado na briga por comida.

Os governos estão ajudando com dinheiro, gente, equipamentos e transporte, mas ainda falta muito.

É verdade, existem muitas falsas instituições que não repassam as doações. Portanto se você quiser realmente ajudar e ter a certeza que sua doação está chegando ao destino precisa de uma boa indicação.
Conheço e colaboro com uma organização séria chamada Visão Mundial que ajuda em diversas causas.

As doações podem ser de qualquer valor.


Selecione "Emergência Haiti".



"Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. " (Tiago 2.15-17)

Deus abençoe você.

Fonte: Discutindo a Palavra



segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chorando pelo Haiti e por nossas tragédias domésticas – reflexões a partir de Lucas 13.1-9

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Por: Solano Portela

As lembranças das inundações de 2008, em Santa Catarina, ainda estavam bem presentes conosco, quando testemunhamos as mortes e prejuízos resultantes de deslizamentos, desmoronamentos e alagamentos nesta transição 2009/2010, em nosso Brasil. Depois, nos últimos dias, estamos sendo impactados com o terremoto no Haiti. Temos testemunhado e chorado com o conseqüente sofrimento chocante, intenso e extremamente abrangente, que nos remete ao Tsunami de 26.12.2004, no Oceano Índico, quando pereceram cerca de 220 mil pessoas.

Não sabemos ainda a extensão da tragédia causada pelo terremoto no Haiti. Alguns falam em 200 mil mortos, sem contar aqueles que ainda enfrentarão as doenças e conseqüências da falta de higiene, alimentos e cuidados médicos. A desagregação de famílias e daquela sociedade, já tão fragmentada pela miséria e ausência de governo, corta o nosso coração. Enquanto vemos as cenas de dor e tristeza, e avaliamos tudo isso, procurando aferir o que podemos e devemos fazer, somos levados às Escrituras para procurar alguma compreensão trazida pelo próprio Deus, para esses desastres.

Acima de tudo, devemos resistir à tentação de procurar respostas que diminuem a bíblica soberania e majestade de Deus, e consequentemente a sua pessoa. Tais “explicações”, “conclusões” e “construções” aparentam ser plausíveis, mas revelam-se meramente humanas, pois contrariam a revelação das Escrituras. Esse tipo de resposta sempre aparece, quando ocorrem tais acontecimentos; elas não são novidade nem têm surgido apenas em nossos dias.

Por exemplo, em novembro de 1755 a cidade de Lisboa foi praticamente arrasada por um grande terremoto. A conclusão emitida por padres jesuítas foi a de que: “Deus julgou e condenou Lisboa, como outrora fizera com Sodoma”. Voltaire (François Marie Arouet), que era um deísta, escreveu em 1756 “Poemas sobre o desastre em Lisboa”. Ali, ele culpa a natureza e a chama de malévola, deixando no ar questionamentos sobre a benevolência de Deus. Jean Jacques Rousseau, respondeu com “Carta sobre a providência”. Nela ele culpa “o homem” como responsável pela tragédia. Ele aponta que, em Lisboa, existiam “20 mil casas de seis ou sete andares” e que o homem “deveria ter construído elas menores e mais dispersas”. Ou seja, procurando “inocentar a Deus e a natureza” ele coloca a agência da tragédia no desatino dos homens.[1]

Sobre o terremoto no Haiti, à semelhança do que ocorreu no Tsunami, vi alguns depoimentos de pastores, falando sobre a “mão pesada de Deus, em julgamento”; opinião semelhante à emitida quando do acidente com o avião que transportava o grupo “Mamonas Assassinas”, em 1996.

Ainda outros, procuram uma teologia estranha às Escrituras, para “isolar” Deus da regência da história. São os mesmos que, quando da ocorrência do Tsunami e do acidente ocorrido com o Vôo 447 da Air France em junho de 2009, emitiram a seguinte conclusão: “Diante de uma tragédia dessa magnitude, precisamos repensar alguns conceitos teológicos” (veja as excelentes reflexões sobre esse último desastre, no post do Augustus Nicodemus, neste mesmo blog). No entanto, em vez de formularmos nossa teologia pelas experiências, voltemo-nos ao ensinamento do próprio Jesus.

Em Lucas 13.1-9 temos instrução pertinente sobre vários tipos de tragédias. A primeira tragédia tratada é aquela gerada por homens (Vs 1-3). Certos galileus haviam sido mortos por soldados de Pilatos. A Bíblia diz que “alguns” colocaram-se como críticos e juízes (a resposta de Jesus infere isso); deduziram que aqueles que haviam sofrido violência humana, sangue derramado por armas (em paralelo às situações que vivemos nos nossos dias) seriam mais pecadores do que os demais. O ensino ministrado é o seguinte: Não vamos nos colocar no lugar de Deus. Não vamos nos concentrar em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas. Jesus, em essência diz: cuidem de si mesmos! Constatem os seus pecados! Arrependam-se!

Mas ele nos traz, também, um segundo tipo de tragédias. Esta que é referida é semelhante, guardadas as proporções, à ocorrida no Haiti. São tragédias geradas por “fatalidades”. Ele fala da Torre de Siloé. O texto (Vs 4-5) diz que ela desabou, deixando 18 mortos. Jesus sabia que mesmo quando, aos nossos olhos, mortes ocorrem como conseqüência de acidentes, isso não impede que rapidamente exerçamos julgamento; não impede que tentemos nos colocar no lugar de Deus. E Jesus pergunta: “Acham que eram mais culpados do que todos os demais habitantes da cidade”? O ensino é idêntico: Não se coloquem no lugar de Deus; não se concentrem em um possível juízo ou julgamento sobre as vítimas; cuidem de si mesmos! Constatem a sua culpa! Arrependam-se!

O surpreendente é que Jesus passa a ilustrar o seu ensino com uma parábola (Vs.6-9). Ele fala de uma figueira sem fruto. Aparentemente, a parábola não teria relação com as observações prévias, mas, na realidade, tem. Ela nos ensina que vivemos todos em “tempo emprestado” pela misericórdia divina.

Figueiras existem para dar frutos - o homem vinha procurar frutos - essa era sua expectativa natural. Todos nós fomos criados para reconhecer a Deus e dar frutos. Esse é o nosso propósito original.

Figueiras sem frutos “ocupam inutilmente a terra”. O corte é iminente, e justificado a qualquer momento.

O escape: É feito um apelo para que se espere um pouco mais, na esperança de que, bem cuidada e adubada, a figueira venha a dar fruto e escape do corte. Lições para o vizinho? Jesus não apresenta a figueira como um paralelo para comparação com outras pessoas – cujas existências foram ceifadas como vítimas de violência ou fatalidades. Ele quer que nos concentremos em nós mesmos, em nossas próprias vidas, pecados e na necessidade de arrependimento.


Tempo emprestado: O que ele está ensinando e ilustrando, aqui, é que nós, você e eu, como os habitantes do Haiti, vivemos em tempo emprestado; vivemos pela misericórdia de Deus; vivemos com o propósito de frutificar, de agradar o nosso proprietário e criador.


Creio que a conclusão desse ensino, é que, conscientes da soberania de Deus e de que ele sabe o que deve ser feito, não devemos insistir em procurar grandes explicações para as tragédias e fatalidades. Jesus nos ensina que teremos aflições neste mundo (João 1.33) - essa é a norma de uma criação que geme na expectativa da redenção. 1 Pe 4.19 fala dos que sofrem segundo a vontade de Deus. Lemos que não devemos ousar penetrar nos propósitos insondáveis de Deus; não devemos “estranhar” até o “fogo ardente” (1 Pe 4.12).


Assim, as tragédias, desde as locais pessoais até as gigantescas, de características nacionais e internacionais, são lembretes da nossa fragilidade; de que a nossa vida é como vapor; de que devemos nos arrepender dos nossos pecados; de que devemos viver para dar frutos.

Também, não cometamos o erro de diminuir a pessoa de Deus, indicando que ele está ausente, isolado, impotente. Como tantas vezes já dissemos, “Deus continua no controle”. Lembremos-nos de Tiago 4.12: “um só é legislador e juiz - aquele que pode salvar e fazer perecer”. Não sigamos, portanto, nossas “intuições”, no nosso exame dos acontecimentos, mas a Palavra de Deus. Como nos instrui 1 Pe 4.11: “ se alguém falar, fale segundo os oráculos de Deus”.

Em paralelo, não podemos cometer o erro de ser insensíveis às tragédias - Pv 17.5 diz: “o que se alegra na calamidade, não ficará impune”; mesmo perplexos, sabendo que não somos juízes nem videntes. Devemos nos solidarizar com as vítimas, na medida do possível. Um dos nossos comentaristas, em outro post, falou em começarmos uma campanha para auxílio às vítimas do Haiti. Não temos estrutura para fazer isso, como Blog e como blogueiros. No entanto existem aqueles que, chamados para tal, estão estruturados. De nossa parte, estamos procurando motivar os funcionários e alunos da instituição na qual trabalhamos (um total de 47 mil pessoas) a auxiliar de duas maneiras:

1. Para auxiliar os atingidos pela inundação de São Luís do Paraitinga, a mais próxima a nós, trazendo à capelania universitária (Prédio 50, do Mackenzie) doações de não-perecíveis, roupas e produtos de higiene.


2. Para auxiliar as vítimas do terremoto no Haiti: Ajuda através da organização de raízes cristãs, Visão Mundial (CNPJ: 18.732.628/0001-47), por depósito nas contas - Bradesco (Ag.: 3206-9 / CC: 461666-9), ou Banco do Brasil (Ag.: 0007-8 / CC: 16423-2).

“Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”
( 1 João 3.17-18).

Nota:
[1] Folha de S. Paulo 28/12/2004; Jornal do Commércio - Recife - 2/1/2005, de onde foram extraídas as citações desse trecho.

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Adaptado de estudos e sermões proferidos em 2005

Autor: Solano Portela
Fonte: [ O Tempora, O Mores ]
Via: Bereianos

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A borboletinha azul e o apóstolo


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Por: Oseias Marques Padilha


Toda manhã de domingo as ovelhinhas da fazenda do Seu Ataíde saíam para passear e comer algumas "verdinhas". Uma delas, fascinada por uma linda borboletinha azul, afastou-se do rebanho a fim de brincar com ela. Algumas horas se passaram e a borboletinha fora embora deixando a ovelha só naquele lugar desconhecido.

A ovelha ficou atônita... Mas não por estar sozinha, muito pelo contrário, estava agora rodeada por lobos ferozes. A ovelhinha indefesa corria perigo, afinal o rebanho a qual pertencia já estava longe dali, no entanto, ela sabia que se movesse uma pata para tentar alcançá-lo, aquele bando de lobos não hesitariam em tê-la como cardápio do dia. O que fazer? Oh, pobre ovelhinha...

Vamos parar com essa choradeira de novela mexicana; se bem que esta história está parecendo mais com filme de terror; quem mandou a ovelha sair do rebanho e ficar brincando com a borboletinha azul no campo? Ninguém não é verdade? A borboletinha azul sem intenção, e sem que a ovelha percebesse, a levou para o meio de uma alcatéia de lobos em pleno horário de almoço, e como é possível que algumas crianças estejam lendo este texto eu não vou dizer o que aconteceu com a ovelha, mas deixo algo bem claro, ela não é nenhuma coitadinha. Era preciso que ela obedecesse às regras do passeio para que nenhum mal lhe sobreviesse, mas apenas alguns momentos de distração e a ovelha... Deixa para lá...

E tem pastores evangélicos; se é que posso me referir a eles assim, afinal, estão reivindicando para si até o apostolado; que estão virando refeição de lobos famintos por perder o tempo com a borboletinha azul dos aplausos, do crescimento em massa, e da fama etc. Um exemplo recente disso é o caso dos líderes da Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem tempo para cura, oração, programa na televisão, mas não tiveram tempo, ou não se deram ao luxo de regularizar as documentações da Igreja. Não tenham dúvida a borboletinha azul andou voando por lá. Porém, a desculpa foi muito bem arquitetada, “estamos sendo perseguidos” disseram eles. Ah... tá bom... Quando eu fazia coisa errada eu também era “perseguido” pela minha mãe, com a cinta!

Às vezes nos tornamos “tão espirituais” que acabamos negligenciando nossas responsabilidades sociais, aí então passamos por aquele famoso “carão”, ou como diz os adolescentes pagamos um baita “micão” por confundir espiritualidade com alienação. Jesus deixou claro que devemos dar a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus.

Vi ainda alguns pastores assembleianos defendendo o Apostolo Valdomiro usando o pretexto de que existem igrejas de outros credos na mesma situação, mas que não são punidas. Reivindicar justiça nunca foi algo errado, porém reconhecer o erro ao agir de forma displicente muito menos. A Lei deve ser igual para todos, no entanto, também deve ser cumprida por todos. Por isso,se quisermos exigir da lei temos que estar em dia com ela. Qualquer grupo religioso independente do credo deve agir de conformidade com a Lei.É óbvio, que nós sendo cristãos, devemos cumprir a lei desde que esta não agrida os princípios bíblicos. Portanto, lacrar uma igreja por não ter uma álvara de funcionamento e apresentar risco a segurança dos membros da mesma, até onde eu sei, não subverte a palavra de Deus.

Estamos neste mundo na qualidade de soldados do exército de Deus, e não como turistas, ou seja, estamos marchando e não passeando. Administrar uma igreja de forma incautelosa e depois dizer que os lobos são maus, e que a borboletinha azul se exibiu demais é muito fácil. Isto é um complexo de projeção como diria Freud, uma Alienação como diria Marx, uma atitude hipócrita segundo o Senhor Jesus Cristo, e falta de vergonha na cara como reza o ditado popular.

É lamentável que muitos pastores assembleianos também estejam se distraindo com a borboletinha azul... Uma coisa é ter visão de Reino, e outra bem diferente é ter visão de reino .Percebeu a diferença? Quando se tem visão de Reino não se negocia a integridade, a santidade e a sã doutrina das escrituras sagradas, porém, quando a intenção é poder, espaço na mídia e ibope,(daí o porque de reino ) vale tudo, até fazer vistas grossas nos “pecadinhos”. Tomem cuidado com a borboletinha azul, mas também com a bege, a verde, a vermelha,e assim por diante, para depois não virem falar de "perseguição".


Autor: Oseias Marques Padilha
Fonte: [ Ultimato ]
Via: [ Bereianos ]