terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quarta Assembleia Geral da Fraternidade Reformada Mundial - World Reformed Fellowship - WRF







A Quarta Assembleia Geral da Fraternidade Reformada Mundial vai acontecer no Brasil entre os dias 23 e 27 de março.

A Fraternidade Reformada Mundial (World Reformed Fellowship - WRF), congrega não somente igrejas, mas outras instituições. A orientação da WRF é evangélica e expressa um forte compromisso com as confissões históricas da tradição reformada.

O tema do evento será “Teologia Reformada e a Missão de Deus no século 21: questões críticas enfrentadas pela Igreja”. Para falar sobre temas como ativismo gay, liberdade religiosa, islamismo, abuso de mulheres, tráfico humano, abuso sexual de crianças em ambientes religiosos, trauma sexual, tráfico sexual, evangelho da prosperidade e ministério aos pobres foram convidados 30 líderes reformados de diversas nacionalidades.
Entre eles Davi Charles Gomes (Brasil), Augustus Nicodemus (Brasil), Phillip G. Monroe (Estados Unidos), Rick Oakes (Estados Unidos), Chris Wrigth (Inglaterra), Andres Garza (México), Raju Sundas (Nepal), Sasan Tavasoli (Irã) e outros.
A Assembleia vai acontecer no Holiday Inn, Parque Anhembi, em São Paulo e as inscrições devem ser feitas pelo site oficial do evento onde também é possível conhecer a programação e a lista completa dos preletores.
Informações e Inscrições: http://cpaj.mackenzie.br/conferenciawrf

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

William Cowper, um santo abatido pela depressão



William Cowper entrou em profunda depressão com medo de fazer um exame. (William Cowper retratado por Lemuel Francis Abbott)

Deus ...
... move-Se de forma misteriosa
Na realização dos Seus milagres;
Ele planta os Seus passos no mar
E vem cavalgando a tempestade.

William Cowper, que escreveu esse hino “God Moves in a Mysterious way”, nasceu em Berkhamstead, Herford, na Inglaterra, neste dia, 26 de novembro de 1731. A sua vida foi cheia de angústia pessoal. Aos cinco anos, a sua mãe morreu-lhe. Aos 10 anos, o seu pai enviou-o para um internato onde viveu uma vida horrível e cheia de desapontamentos. E, William, uma criança tímida e sensível, foi tratada com grande crueldade por um rapaz mais velho. Atualmente a tão discutida agressividade infantil, o bullying! Também muitas outras das suas experiências escolares lhe foram dolorosas. Aos dezoito anos, William começou a estudar Direito e apaixonou-se pela sua prima Theodora Cowper, mas o seu pai não aprovava o namoro. Nenhum deles jamais se casou.

Após concluir os estudos de direito ele exerceu a profissão por algum tempo. Posteriormente, foi-lhe oferecido trabalho no ministério da justiça para o qual ele teria de ser examinado. William tinha tanto medo de ter de responder a perguntas e não corresponder, que entrou num acesso de loucura.

Assim, aos 32 anos desistiu do sonho de ser magistrado em consequência de uma profunda depressão, que o levou a tentar o suicídio muitas vezes. Tentou pular no rio Tamisa, mas foi impedido; ingeriu veneno, porém, foi encontrado a tempo por alguém que o socorreu; atirou-se sobre uma faca, mas a lâmina quebrou-se com o peso do seu corpo; tentou enforcar-se, contudo um vizinho encontrou-o e cortou a corda antes que ele morresse; tomou muitos comprimidos anti-depressivos, mas foi salvo pela sua empregada doméstica. Sofrendo de depressão aguda e profunda inquietação mental, beirando-se da loucura, William Cowper voltou-se cada vez mais para Cristo.

Depois de um tempo num asilo privado, Cowper recuperou a razão. Após várias das suas tentativas de suicídio, lendo a Bíblia no jardim da sua casa, uma passagem o marcou: “Sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus.” (Rm 3:24-25 ACF) O Espírito Santo actuou no seu coração através daquelas palavras e ali mesmo iam Cowper rendeu-se a Cristo, sendo salvo dos seus pecados. O próprio Cowper afirma: “Não sei como, mas num momento, recebi poder para crer e o sol da justiça brilhou no meu coração. Vi claramente a suficiência do sacrifício feito por Cristo; o perdão através do Seu sangue; a completa e ampla justificação.”

Cowper mudou-se para a cidade de Olney, onde John Newton, o ex-traficante de escravos, era pastor. Logo eles se tornaram amigos íntimos. Em 1771, Newton ficou preocupado com o aumentar da melancolia de Cowper. Na esperança de levantar o seu ânimo, mantendo-o ocupado, Newton sugeriu que ele e Cowper publicassem um livro de hinos. O próprio Newton escrevia hinos para ilustrar os seus sermões de domingo. “Amazing Grace” é um desses 280 hinos que ele escreveu para essa colectânea que depois de publicada ficou conhecida como o Hinário dos “Hinos Olney.” Cowper escreveu 68 dos hinos desse Hinário, como “Oh for a closer walk with God”, “God moves in a mysterious way” e “There is a fountain filled with blood.”

Os “Hinos Olney” apresentaram a poesia de Cowper pela primeira vez ao mundo. William Cowper cultivou na sua obra poética uma sensibilidade reflexiva e uma melancolia desconhecidas nas gerações anteriores. Cowper continuou a escrever poesia e tornou-se famoso. Ele é considerado um dos fundadores do movimento romântico Inglês. O seu texto “John Gilpin” é um dos favoritos das crianças de língua inglesa. Numa das suas mais comoventes poesias, “The Task”, Cowper continuou a louvar o seu Criador. Ele disse uma vez que, de todos os dons que Deus nos dá, Deus, Ele mesmo, é o maior. No entanto, como ele se aproximava da morte (não nos aproximamos nós?), o seu estado mental melancólico reafirmou-se e ele convenceu-se de que ele era uma das almas, que estavam predestinadas à condenação eterna, isto, talvez fruto da sua educação infantil. Um poema intitulado “The Castaway”, ilustra claramente estas suas apreensões.

William Cowper, poeta e compositor de hinos, inglês do século XVIII, lutou contra sucessivas crises depressivas ao longo da sua vida. Talvez seja por isso que os seus hinos ainda hoje nos tocam profundamente quando a nossa vida parece rodopiar fora de controlo e nós desejamos desesperadamente confiar em Deus.

Um dos hinos mais conhecidos de Cowper, “God moves in a mysterious way,” (Deus move-Se de forma misteriosa) contem estas palavras animadoras:

Vós, santos temerosos, tomai novo alento
As nuvens que tanto vos atemorizam
São abundantes em misericórdia
E irromperão em bênçãos sobre vossas cabeças.

Imaginamos com frequência que os cânticos triunfantes da fé cristã são escritos por pessoas que já venceram as dificuldades da vida. Mas o livro dos cânticos da Bíblia, os Salmos, recorda-nos os lamentos atribulados de David, e de todos os santos de todas as épocas: “Até quanto Te esquecerás de mim, Senhor? Para sempre? Até quando esconderás de mim o Meu rosto?” E depois da grossa borrasca, as aleluias: “na Tua salvação meu coração se alegrará. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.” (Sl 13:1,5-6). William Cowper compôs alguns dos seus hinos mais consoladores por causa da dor da depressão. À semelhança de David, Cowper e de tantos outros crentes, Deus pode transformar os nossos momentos mais difíceis em benefícios espirituais para nós mesmos e para os outros filhos de Deus. Em cada luta, que seja mental, física, emocional ou espiritual, o nosso desafio é passarmos do medo de sermos suplantados para a confiança que Deus já suplantou. Cowper não achou que fosse fácil, mas ele descobria nessas ocasiões, de cada vez, que Deus era maior do que ele alguma vez tinha imaginado.

William Cowper, um santo abatido pela depressão, nascido a 26 de novembro de 1731, em Berkhamstead, Herford, Inglaterra e falecido em 25 de abril de 1800, em East Dereham, Norfolk, Inglaterra, foi um poeta cristão inglês.

Carlos António da Rocha
http://no-caminhodejesus.blogspot.com/

Conferência Reformada: Adoração em Espírito e em Verdade


Adoração em espírito e em verdade: No seu diálogo com a mulher samaritana em João 4, Jesus nos ensina algo muito importante sobre a verdadeira adoração que devemos oferecer a Deus (ver Jo.4.20-24). Não importa o lugar, mas sim adorar a Deus em espírito e em verdade. O que significa adorar a Deus em espírito e em verdade?

Adorar a Deus em espírito: Adoração orientada pelo Espírito Santo que nos leva a uma adoração sincera que flui de um coração puro e desejoso de glorificar a Deus. Quais os motivos que nos levam a adorar a Deus? Buscar interesses próprios? Agradar as pessoas? Ou glorificar a Deus e dar graças por sua salvação? Se nosso corpo está no templo e nosso coração longe do Senhor, então não estamos adorando a Deus em espírito, mas com hipocrisia. Adorar em espírito é também adorar a Deus com reverência e santo temor (Sl. 2.11; Sl. 95.6).


Adorar a Deus em verdade: Adorar a Deus de acordo com a verdade da sua palavra. Devemos adorar a Deus não conforme nossas idéias e pensamentos, mas conforme os princípios e as regras que ele estabeleceu para nós na sua palavra. Adorar a Deus em verdade hoje não é mais seguir literalmente o culto do AT (lugar e cerimônias), mas prestar um culto ao Senhor de forma simples, reverente e ordeira conforme a igreja primitiva no NT (At.2.42; I Co. 14.40). É claro que temos de levar em consideração a continuidade do culto a Deus no AT e NT. A aliança de Deus é única e a igreja é a mesma. Mas temos de entender que muitos elementos do culto do AT foram cumpridos em Cristo e não se aplicam literalmente a nós hoje. Mas podemos aprender deles acerca de como adorar a Deus corretamente. Não precisamos mais subir ao templo de Jerusalém e oferecer sacrifícios de animais nem de um sacerdote humano que interceda por nós. Cristo é Nosso Cordeiro e Sacerdote. Ele rasgou o véu com o seu sangue e nos deu livre acesso para nos apresentarmos diante do trono da graça de Deus em adoração. Por que precisamos das sombras, se temos o significado real diante dos nossos olhos? (ver Confissão Belga, artigo 25). (Extraído do Artigo: Elementos do Culto Reformado, Por. Rev. Elissandro Rabêlo)
Confissão Belga - Artigo 25
Cristo, o cumprimento da lei Cremos que as cerimônias e os símbolos da lei terminaram com a vinda de Cristo, e que todas as sombras foram cumpri-das,de modo que o uso delas deve ser abolido entre os cristãos. Contudo, a verdade e a substância delas permanecem para nós em Jesus Cristo, em quem foram cumpridas.No entanto ainda usamos os testemunhos tirados da Lei e dos Profetas, para nos confi rmar nas doutrinas do Evangelho e para ordenarmos a nossa vida com toda honradez, conforme a vontade de Deus e para a Sua glória.3
(1. Mt 27.51; Rm 10.4; Hb 9.9, 10. 2.Mt 5.7; Gl 3.24; Cl 2.17. 3.Rm 13.8-10; Rm 15.4; 2Pe 1.19; 2Pe 3.2.)