Mark Driscoll
O que te levaria a rejeitar Jesus Cristo? Aqui estão oito coisas que podem te levar a rejeitar Jesus, retiradas de Lucas 4.22-30
1. Teologia
As pessoas de Nazaré amavam Jesus como professor, médico, provedor e defensor dos pobres. Mas quando ele disse “Eu sou Deus, e falo em nome de Deus”, eles disseram “Não, você é o filho de José. Você é um cara realmente muito legal, mas você não é Deus”. Alguns de vocês fazem isso. “Jesus é um homem bom, mas não o Deus-homem. Ele é um bom mestre, exceto quando mente e diz coisas como ‘Eu sou Deus e sou o Salvador’”. Não o rejeitem teologicamente.
2. Controle
Você pode rejeitá-lo por conta de controle. Esse era o real conflito em Nazaré. Ele apareceu e eles disseram “É assim que vai ser, Jesus. Você cresceu aqui entre nós. Você sabe que somos pobres, que aquela mulher está doente, que aquele cara precisa de emprego, que nós estamos em uma cidade fim-de-mundo da roça de onde ninguém sai, visita ou pretende visitar, e você – você é um astro. Você atrai multidões. Você pode curar e alimentar pessoas. Vamos levantar uma tenda. Você será uma atração de circo. As pessoas virão de muito longe. Você pode nos alimentar, curar, abençoar e fazer parte daqui. Vamos usá-lo para nosso próprio propósito. Vamos ficar ricos e famosos”. Era uma questão de controle.
Jesus disse “Eu não vou fazer milagres aqui em Nazaré. Não porque eu não possa realizar algum milagre, mas porque se eu o fizer, vocês pensarão que me controlam. E seus motivos são perversos, e vocês não amam a Deus”. A viúva [de Sarepta] conseguiu seu milagre após confiar no Senhor. O leproso [Naamã] confiou no Senhor e conseguiu seu milagre. Jesus diz “Você nem ao menos me amam, muito menos confiam em mim. Vocês só querem milagres. Vocês querem que eu seja o gênio que surge de dentro da lâmpada e atende todos os seus desejos. Não”.
Algumas pessoas são assim com Jesus. Elas vêm à igreja ou ao ministério e dizem “Então, aqui está o que eu quero. Jesus, me dê isso. Ele não me deu? Bom, então eu te rejeito. Sou pós-cristão, anti-cristão. Vou procurar outra religião ou seguir meu próprio caminho.” É assim que rejeitam Jesus.
3. Ganância
Ganância. Dá pra fazer muito dinheiro em Nazaré. Se desse para convencer Jesus a ficar aqui e trazer a ele toda a multidão, se fosse possível construir uma enorme sinagoga, e desse para cobrar alguma oferta após curar as pessoas, as coisas seriam ótimas. Eles queriam usar Jesus pelo dinheiro, então ele usa a analogia e ilustração da viúva. Ela não tinha nada e permitiu que o servo de Deus morasse com ela e comesse a última refeição que ela teria antes de morrer de fome. Você não usa Deus por dinheiro. Isso é idolatria. Você ama Deus porque ele é Deus. Você ama Jesus porque ele é Deus.
4. Egoísmo
Algumas vezes, é só egoísmo. As pessoas em Nazaré, quando Jesus apareceu, não disseram “Jesus! Isso é fantástico! Nós poderíamos alcançar as nações. Nós poderíamos espalhar as boas novas que Deus veio a nós. Como podemos te ajudar e te servir? Como podemos entregar nossas vidas para que outras pessoas possam vir a te conhecer?”. Era apenas interesse próprio. “Onde está meu milagre? Onde está minha cura? Minha comida? Minha provisão? Como eu fico?”. Completo egoísmo pode te levar a rejeitar Jesus.
5. Familiaridade
Familiaridade. Eles dizem “Esse não é o filho de José? Ele diz que é Deus, Senhor, Salvador, Cristo, Rei e Profeta, mas nós o vimos crescer. Nós sabemos quem ele é. Ela não é isso tudo. Nós sabemos quem ele é.
A verdade é que você pode ficar tão acostumado com Jesus que você nem sabe quem ele é. Você cresce na igreja, está sempre na escola bíblica, vai aos acampamentos, vai para um colégio cristão, tem família, amigos, parentes, colegas de trabalho e vizinhos todos cristãos. Você pode até ir para o seminário e ter algum professor esperto de teologia que te fala sobre um novo aspecto interessante e liberal sobre Jesus e de repente, você pensa que já entendeu tudo, então você o rejeita e passa adiante para o espiritismo, demonologia e falsos ensinamentos. Por quê? Porque você pensa “Eu conheço Jesus. Eu conheço as histórias. Eu conheço a doutrina. Eu já entendi tudo, saca? Mas eu meio que passei adiante para outras coisas também, para melhorar ou substituir Jesus. Porque eu o conheço muito bem”.
E a verdade é que você não conhece. Você não o conhece nem um pouco. Você é como as pessoas de Nazaré. Eles estavam tão familiarizados com ele que não tinham idéia de sua verdadeira identidade divina. Eu me preocupo muito com isso em relação às crianças da igreja. Vocês sabem, eu sou um cara animado e “explosivo” quando se trata de Jesus. E parte disso é porque eu não cresci conhecendo muito a respeito de Jesus ou lendo a Bíblia. Nós éramos “quase Católicos”, mas eu não prestava muita atenção em nada. E eu diria “Ah, eu sei quem Jesus é. É, ele fez alguma coisa lá com uns peixes e uns pães e tal, eu soube que ele pode esquiar na água sem esqui e até sem o barco. Tipo isso, eu sei algumas coisas sobre ele”. Mas eu não conhecia muito sobre ele e não estava familiarizado com sua história.
Quando comecei a conhecer Jesus, ler a Bíblia e estar com o povo de Deus, me animei porque tudo é muito novo para mim. Para aqueles de vocês que são como minha esposa e meus filhos, que vão ouvir o nome de Jesus, ouvir os ensinamentos da Bíblia e estarão entre o povo de Deus por um longo tempo, não se acomodem por estarem familiarizados com Jesus. Estejam sempre surpresos e maravilhados por esse homem, e continuem sempre assim.
6. Conforto
Conforto. É onde ele usa os exemplos da viúva e de Naamã. Vocês pensam que era confortável à viúva dar tudo o que ela tinha e a sua casa para o profeta? Não. Você pensa que era fácil para Naamã ir até outra nação, a um Deus desconhecido, descer ao rio e se humilhar publicamente? Não. Para alguns de nós, é apenas conforto. Você pensa “eu daria, mas não é confortável. Eu serviria, mas não é confortável. Eu oraria, mas não é confortável. Eu sei lá, mas isso não é confortável.” Você adora a conveniência ao invés de Cristo.
7. Vergonha
De vez em quando, é apenas vergonha, pois ser um cristão não te dá muitos pontos de simpatia. Esse era meu grande problema, quando não era cristão. Todos os cristãos vinham a mim e diziam coisas como “Certo, você precisa entregar sua vida para Jesus”. Eu respondia “eu não quero entrar para esse time, cara. A Sociedade Ned Flanders. Eu não quero ser desse time”. E eu sempre via as crianças com aqueles adesivos, camisetas, cabelos divididos ao meio, aquelas pulseiras, e eles estavam lá “Nós amamos Jesus! Nós o amamos, nós o amamos”. Eu pensava “Ahhhh! Fala sério! Será que ele não tem outro time? Talvez um que possa andar de preto. Será que eu posso entrar nesse outro time?”. Era embaraçoso. “Eu amo Jesus”. Você pode imaginar o quanto era embaraçoso ser convertido na faculdade, na aula de filosofia, quando alguém falava “Quantos de vocês são cristãos?” “Tá, lá vamos nós…”. Imagina. Aula de História. “Sim, eu amo Jesus”. Aula de Sociologia. “Eu amo Jesus”. Aula de feminismo “Ah sim, eu amo Jesus”. Entende? Você vira um saco de pancadas ambulante durante toda a faculdade. É embaraçoso. E toda vez que algum cristão diz ou faz algo estúpido, e eu me incluo nisso – não estou além dos erros – temos que ouvir “vocês, cristãos…” E você sempre pensa “existem bilhões de cristãos! Só porque um deu uma mancada não significa que somos todos assim!”.
É embaraçoso. Você não acha que foi embaraçoso para Naamã entrar no rio? “Oi, eu sou o poderoso homem leproso, me ajude”. É muita vergonha. Para aqueles em Nazaré, é algo como “Vocês são os caras malvados.” “Sério? Isso é meio humilhante, porque nós fizemos uma votação, e achávamos que nós éramos os caras bons”. Alguns de nós precisamos ser humilhados por Cristo.
8. Religião
Por último, às vezes é a boa e velha religião. Foi o meu caso. Antes de conhecer Jesus aos 19 anos, eu era um cara religioso. Eu pensava “beleza, eu acredito em Deus. Sou uma pessoa boa. Boa o suficiente.” Não bebia, não fumava, não me drogava, era bem sucedido, fui presidente do grêmio estudantil, me formei em 4 anos, fui o orador da turma, era o bonzão e por aí vai. Era esse tipo de pessoa. Melhor que todo mundo. E, que saber a verdade? Isso é religiosismo. Às vezes, é só religião.
Religiosos não acham que precisam de Jesus, porque eles pensam que estão indo muito bem sem ele e não percebem que estão num estado pior que a viúva e o leproso. A verdade é, nós somos tão necessitados quanto a viúva. Estamos tão condenados quanto o leproso. Somos pecadores por natureza e por opção.
Não rejeite Jesus
Eles não mataram Jesus no acontecimento de Lucas 4, mas eles acabaram o fazendo mais tarde. E vocês sabem o que ele fez? Foi a coisa mais fantástica do mundo. Ele levou nosso pecado sobre sua santa existência e morreu para nos perdoar de todos os nossos pecados. Isso é incrível.
Você sabe o que Jesus é? Ele é bom até o fim. Ele cuida de nós como cuidou da viúva. Ele nos cura como curou o leproso. Ele faz isso a nós, que o matamos, e nos ama. Alguns de nós vamos rejeitá-lo como eles fizeram em Nazaré. Eu imploro para que vocês não façam isso. Alguns de vocês vão rejeitá-lo como o soldado que o rejeitou, então teve seu coração e sua mente transformados, e o recebeu. Veja bem, ainda há esperança para vocês. Vocês ainda estão vivos. Só porque você rejeitou Jesus não significa que você não possa recebê-lo ainda hoje. Alguns de vocês serão como a viúva e vão receber o Senhor em sua vida. É isso que eu desejo a vocês, porque amo vocês e quero o bem de vocês. E desejo que vocês aproveitem a dádiva de Jesus Cristo.